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#AtéSeQueimar

Os flashes e o falatório descontrolado de repórteres e pessoas curiosas demais são a primeira coisa que Jeon Jungkook se lembra no momento em que abre os olhos na sala onde está situado. O instante em que desceu da van junto de seus Bleeder's ainda ressoa em sua mente como uma memória fresca demais, com câmeras sendo direcionadas para seu rosto e xingamentos dos mais diversos tipos de pessoas que já estão cansadas de viverem em um pandemônio controlado pelo vampiro mais poderoso de Las Vegas. Tudo que desejavam era que esta notícia finalmente chegasse em seus ouvidos: o dia que Ruber, líder dos Bloody Blood, fora capturado e tirado das ruas.

O vampiro tenta, mas não consegue se lembrar de muito mais detalhes além do momento em que chegou ao Instituto e fora trazido para dentro. Sua mente estava pesada demais, os ouvidos tinindo e os olhos desfocados de tudo que estava acontecendo ao redor por conta da verbena no organismo.

Ao despertar por completo, os olhos ainda desacostumados com a claridade tentam distinguir onde o vampiro se encontra. As paredes são claras, o piso é branco e não há nem um tipo de móvel por perto a não ser uma pequena mesa prata no canto do local. Ao tentar movimentar os braços, Jungkook se vê impedido por um arco de aço que circula seus dois pulsos, um de cada lado dos braços da cadeira de concreto em que está sentado; assim como os tornozelos, que também estão imobilizados.

É claro que não o matariam de imediato. Os caçadores têm de se divertir consigo enquanto tem oportunidade.

E é exatamente o pensamento do que está o aguardando que faz com que Ruber engula em seco e procure qualquer meios de se livrar destas amarras o quanto antes. A sala não tem nem janelas, quanto mais algum artifício que possa ser usado para uma possível fuga.

Está sala foi construída com o único intuito de não deixar ninguém escapar daqui.

Agora que está sem verbena no organismo, Jungkook consegue ouvir perfeitamente o barulho de gritos que ecoam pelas paredes do Instituto e chegam até seus ouvidos como uma sinfonia fúnebre. Ele consegue distinguir a voz de alguns de seus membros em meio aos gritos, o que só piora todo seu nervosismo e faz com que o ódio suba à cabeça.

Min Yoongi realmente tivera coragem de trair seu líder e sua gangue e, por conta do garoto, agora Jeon Jungkook está sendo obrigado a ouvir os seus gritarem de desespero, sem chances alguma de salvação.

No fim, ele sabe que é o mesmo destino que o aguarda, só estavam esperando que acordasse.

E como uma resposta para sua certeza, a porta da sala se abre para revelar uma Amélia com o rosto banhado pela vitória e o egocentrismo. A mulher o olha como se ele fosse o troféu conquistado depois de anos de dedicação e esforço, um troféu merecido do qual ela poderá fazer o que bem entender de hoje em diante.

— Vejo que está acordado, Jeon Jungkook. — Conforme fecha a porta atrás de si, a mais nova abre um sorriso disforme nos lábios.

— Não me chame assim! — ele rosna, os olhos de um tom vermelho. Só pessoas próximas a si têm o direito de se dirigir a ele pelo nome de nascença.

— Ou se não o que? — ela provoca, o corpo se aproximando do vampiro até que seus rostos estejam muito próximos. — Vai fazer o que contra mim preso à essa cadeira, Jeon Jungkook?

Com um movimento violento, ele tenta acertar a cabeça da mulher com a própria, mas Amélia consegue dar um passo para trás a tempo para que a tentativa se mostre inútil.

— Vejo que seus sentidos ainda estão comprometidos pela verbena. — A diretora do Instituto volta a se aproximar do vampiro ali preso, dedilhando o braço coberto de tatuagens com o indicador. — Por que está agindo tão arisco? Estou aqui só para conversar. — Após alcançar o ombro alheio, Amélia afasta a mão do homem e vai em direção à uma cadeira no canto de trás da sala, objeto do qual o vampiro não conseguiu ter visão ao observar o local.

Olhos Rubi • jikookOnde histórias criam vida. Descubra agora