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#AtéSeQueimar

Jimin sabia que era Ruber, mas não conseguia sequer levantar para abrir a porta.

— Eu não consigo levantar. Consegue abrir por fora? — ele fala um tanto alto, mesmo sabendo que o vampiro provavelmente o ouviria até se sussurrasse.

Em questão de segundos, a porta é aberta sem dificuldades, o tilintar da tranca chegando aos seus ouvidos. Ruber passa por ela com um movimento fluído, trancando-a novamente por dentro.

— Ainda bem que carrego clipes no carro. — Ele levanta um clipe torto entre os dedos.

— Por que não estou surpreso que invadiu minha casa sem problemas? — Jimin brinca ao que ele se aproxima.

— Se você estava ciente, não foi invasão. — O olhar leve do vampiro é breve, morrendo no momento que encara a blusa manchada de sangue e o semblante sôfrego do outro. — Precisa do meu sangue? — Ele não hesita em oferecer, surpreendendo-o. Jimin realmente pensou sobre isso, mas a ligação de Taehyung o fez repensar.

— Não posso — o Park nega. Jungkook franze o cenho, sem entender. — Taehyung vai vir me ver todos os dias. Se descobrir que me curei, ele vai saber que ainda tenho contato com você. Peguei uma semana de afastamento.

— Por que? Sou o único vampiro que poderia fazer isso?

— O único em quem confio. — A resposta sincera de Jimin rouba um sorriso do maior, que assente e passeia o olhar pela casa luxuosa.

— Imagino que precise do analgésico, então? — Jungkook acerta, recebendo um aceno positivo.

O Park indica onde está e ele caminha até a cozinha para pegá-lo. Jimin se permite observá-lo enquanto isso; ele veste uma blusa sem botões na cor preta; a calça é igual às que ele sempre usa, mas dessa vez é de um vermelho queimado, bem agarrada.

Ele está lindo, como sempre.

— Gostei da calça — Jimin comenta conforme Ruber pega um comprimido e enche o copo de água.

— Se não estivesse ferido, poderia me ver sem ela. — O vampiro lhe lança um sorriso malicioso, arrepiando sua coluna.

— Não faz isso. Não quero imaginar. — O loiro balança a cabeça em negação, como se espantasse as lembranças desta mesma manhã.

— Por que? Foi tão ruim assim?

Ruber sabe que não; seria incabível com todas as expressões corporais alheias, tão espontâneas e intensas.

Jimin vai para o lado no sofá, dando espaço para que o moreno se sente ao seu lado e lhe entregue o comprimido.

— Exatamente por ter sido a melhor transa da minha vida que não quero lembrar. — Ruber sabia que Jimin havia gostado, mas não esperava que ele fosse tão sincero. A melhor transa da vida dele? Que responsabilidade. — Não quando não consigo nem levantar desse sofá sozinho.

— Então, quando estiver curado, vou ter que compensar. — O comentário faz com que o outro engasgue com o comprimido, tossindo forte para que ele volte para o caminho certo.

— Cuidado com o que você fala, estou ferido. — Ainda tossindo, Jimin leva a mão ao peito, como se sentisse dor, e franze o cenho em uma careta sôfrega.

— Vou tomar, de agora em diante. — Jungkook pega o copo e o coloca sobre a mesinha, olhando de volta para o corpo alheio. — Quer tomar um banho? Eu te ajudo a subir. — O Jeon olha para a escada.

— Vou aceitar. Preciso tirar o cheiro de sangue de mim. — Ele não pensa duas vezes antes de assentir. Não quer ficar mais nenhum minuto com estas roupas manchadas com o sangue de outra pessoa.

Olhos Rubi • jikookOnde histórias criam vida. Descubra agora