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#AtéSeQueimar

Se Jimin dissesse que conseguiu pegar no sono logo após acordar com Jeon Jungkook deixando o apartamento de manhã, estaria mentindo. Desde que foi pedido em namoro, há uma semana atrás, o vampiro nunca tinha deixado-o acordar sozinho, nem uma vez sequer. Jungkook fez de tudo para que ele se sentisse o mais confortável possível junto de si nesses dias que passaram juntos, então se ele saiu sem nem avisar o Park, com certeza é um assunto relacionado ao Instituto que fora tratar com os membros de sua gangue. Algo sério.

Ainda que estivesse fazendo de tudo para passarem um tempo agradável juntos, o Park conseguiu notar, de pequenos em pequenos detalhes, como o brilho do vampiro foi lavado com um balde de água fria durante essa semana que se passou. O tatuador tem ciência de que o mais velho está tentando resolver o assunto do Instituto com seus Bleeder's o quanto antes e, com certeza, é isso que está deixando-o tão abatido. O que eles descobriram não é algo fácil de lidar, muito menos para um vampiro. É uma crueldade sem níveis.

Jimin se sente egoísta, mas, mesmo com todo esse assunto de vampiros sendo tratados como ratos de laboratório, ele ainda não consegue tirar Amélia da cabeça. O verdadeiro culpado pela tentativa de assassinato de seu irmão não fora Adam ( e isso é uma realidade dura para o Park ), mas sim a diretora daquele lugar grotesco. Ela mandou matá-lo porque, aparentemente, ele sabe de algo que não deveria ser de seu conhecimento. O Park tem quase certeza de que, assim como ele e Jungkook, o irmão acabou descobrindo as coisas desumanas que acontecem ali dentro e por isso acabou na guilhotina.

Mas o que soa estranho para si é o fato de não terem tentado mais nada contra o médico nesses meses que correram. Tudo bem que Namjoon ficou junto de si na surdina, mas o vampiro não delatou nenhuma tentativa de mal à vida de Taehyung durante esse tempo. Não faz sentido simplesmente terem deixado-o de lado se este for o caso. Ele sabe demais para alguém que não controla todo aquele sistema bárbaro.

Inquieto, porque já passou horas demais na cama se remoendo por Jeon Jungkook, o Park resolve levantar para fazer sua higiene matinal e ir até a sala para aproveitar os raios de Sol da manhã que adentram pelos panos de vidro da cobertura. Jimin gosta de sua casa, mas tem de admitir que aprendeu a apreciar este local nos dias que passou aqui. É um apartamento, além de luxuoso, com um conforto extremo e um design impecável o suficiente para deleitar os olhos.

Não reclamaria de passar a morar aqui... Muito menos na companhia de quem ama.

Ainda sendo incomodado com a lembrança de Amélia, e aproveitando que não sente fome alguma de manhã, o loiro decide ligar para o irmão e tirar o máximo de dúvidas que conseguir. Ele contará, finalmente, que sabe os motivos por terem tentado contra sua vida, o que não lhe deixará escolhas a não ser contar-lhe a verdade de uma vez por todas. Seja quais foram as razões para o médico não ter contado desde o ínicio onde havia se metido, não existem mais motivos para continuar com isso se o Park já se afundou o bastante por causa dele.

Park Taehyung terá de ser cem porcento verdadeiro consigo.

Jimin procura pelo apelido do irmão nos contatos, clicando com o indicador sobre ele até que comece a chamar. Três toques são o suficiente para que um barulho na porta de entrada do apartamento tire a atenção de Jimin do aparelho e o faça desliga-lo antes que o mais velho pudesse atendê-lo.

Poderia ser Kim Namjoon passando pelo objeto lustrado e bem cuidado, já que, além do próprio líder, ele é a única pessoa que tem a chave do local. Mas é a silhueta suntuosa de Jeon Jungkook que passa pela porta com um semblante sério e a blusa vermelho queimado tão adorada por si.

— Já acordado, anjo? — São as primeiras palavras de Jungkook assim que fecha a porta atrás de si. Ele encosta no objeto e solta um suspiro longo.

Olhos Rubi • jikookOnde histórias criam vida. Descubra agora