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#AtéSeQueimar

A sociedade é construída sobre o conceito de poder e influência. Quem tem poder, dita as regras e as vontades de quem está embaixo, e quem está embaixo busca por maneiras suficientes de conseguir influência para chegar ao topo. Park Jimin sempre entendeu este conceito, mas nunca precisou praticá-lo porque já nasceu onde muitos nunca conseguirão chegar, mesmo com toda uma vida pela frente. Agora, ele sabe como é sentir isso na pele.

Neste um mês de trabalho no instituto, Park Jimin começou de baixo, mesmo que ainda tenha tido vantagens sobre a maioria das pessoas só pelo sobrenome que carrega. Todos esperavam muito de si por ser filho dos Park, porém ninguém verdadeiramente o respeitava, não quando o viam apenas como um ex tatuador que teve sorte de ingressar no instituto, mas que morreria na primeira grande missão.

E Park Jimin teve sua primeira grande missão, invadindo a sede de uma organização criminosa e contribuindo para a captura de dezoito vampiros. Cinco perdas para o lado dos caçadores, mas Jimin foi o responsável pelo encarceramento — sozinho — de quatro vampiros. Depois deste dia, não só ganhou o respeito dos colegas de trabalho, mas também de Amélia, que teve resistência em aceitá-lo desde o início.

— Senhor, Park. — Assim que todos os outros caçadores se retiraram da sala de reuniões, a mulher o chamara antes que passasse pela porta. — Tem um minuto?

— Claro.

Ele não gostava dela, mas sabia que tinha de ganhar sua admiração e confiança para descobrir algo minimamente relevante sobre o que aconteceu com seu irmão. Um nome, um motivo, uma briga...

— Soube que lidou com quatro vampiros nesta última missão, estou certa? — O sorriso dela era tendencioso. Esperava algo dele e isso já era o suficiente; pelo menos, Jimin não era só mais um caçador dispensável.

— Sim, senhora.

— Você vem demonstrando uma competência extraordinária em tão pouco tempo, senhor Park. — Stevan que decidira falar pela mulher, o olhar atento e sorriso de canto. — Esperamos grandes coisas de você.

— Fico feliz que meu desempenho os agrade. Dou o meu melhor, sempre.

E Jimin realmente dava. Por diversas vezes voltava machucado das missões e tinha de ser tratado por Taehyung, porque decidira novamente entrar em disputas corporais com o intuito de não deixar nenhum alvo escapar. E ele nunca deixou.

— O que o fez largar seu antigo emprego e se tornar um caçador, senhor Park? — Foi Stevan novamente, que sempre demonstrou muito mais interesse em Jimin do que a maioria do alto escalão. — Pelo que sabemos, renegou este posto por muito tempo.

— Acredito que saibam que eu tinha uma irmã mais nova. — Jimin não gostava, mas tinha de usar o nome de Jina para convencê-los. — Ela morreu quando eu tinha treze anos. Inclusive, quem a matou deixou este presente. — Ele levou a mão até o pescoço. — Admito que fiquei assustado demais com aquele acontecimento para voltar a me envolver em embates com vampiros.

— Então foi por medo? — Stevan novamente. Seu olhar inspecionava todas as reações do Park minuciosamente, como se tentasse lê-lo.

— Sim. Por muitos anos deixei o medo me dominar. — Era mentira, porque o contrário havia acontecido. — Mas acho que amadureci o suficiente nestes últimos anos para finalmente aceitar o destino que me deram. — Sua postura era impecável, o queixo erguido em confiança. — Preciso vingar a vida da minha irmã e impedir que mais coisas como essa aconteçam com pessoas inocentes.

Olhos Rubi • jikookOnde histórias criam vida. Descubra agora