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#AtéSeQueimar

— L-Leila? — A imagem da mulher em pé em frente à sua porta faz com que Jimin engula em seco. Ruber está lá em cima tomando banho e Leila aqui embaixo, pronta para entrar com uma sacola de guloseimas na mão e um copo de affogato na outra.

O que vai fazer?

— E aí, gato? Não vai me convidar para entrar? — A mais velha permanece parada com a mão da sacola na cintura, o olhar sério. — Fiquei sabendo que era para eu estar cuidando de você durante esses dias, não? Por que não estou?

— O que? — Ele se faz de desentendido. Não consegue compreender como essa informação chegou até ela.

— O Tae me ligou, perguntando se estava tudo bem durante esses dias. — Os dedos de Jimin se fecham contra o batente da porta, receoso sobre o irmão ter descoberto sua mentira. — Para sua sorte, eu sou rápida e entendi que não estava mentindo só para mim. — Ela para de falar, tentando se manter calma. — Sério? Quando te ofereci ajuda, disse que seu irmão iria estar aqui. Por que está mentindo para todo mundo?

— Leila, eu... — Mesmo em meio ao barulho alto da música que ecoa do interior da casa, as palavras de Jimin ainda são cortadas por uma voz ao fundo.

— Jimin, quer que eu peça algo para você comer? — É a voz de Ruber que ecoa da sala, chamando a atenção imediata de Leila, que ignora a presença do loiro e adentra o local.

Assim que os olhares se cruzam, Jungkook entende que acabou de cometer um deslize e leva a mão até a nuca molhada. Ele traja apenas uma toalha branca enrolada na cintura e algumas gotículas pingam da pele tatuada.

— Ruber? — Ela o olha, incrédula, mais pela presença em si do que pela situação constrangedora. — Sério isso, Jimin? — Ela vira o rosto para o amigo, que volta a engolir em seco e fecha a porta. Não tem mais saída.

— Vou subir. — Jogando toda a responsabilidade nos ombros do Park, Ruber aponta para as escadas e desaparece da visão de ambos. O caçador acha até melhor assim.

— Já pode começar a explicar, porque sei que vai demorar para me convencer. — Leila deixa a sacola com guloseimas sobre a mesinha de centro e ignora o fato do affogato estar derretendo para deixá-lo ali junto. Ela se senta no sofá, porque sente que precisará.

Antes de Jimin se aproximar, ele desliga a música da caixa de som ao lado da televisão.

— É ele quem está me ajudando durante esses dias, na verdade. — Não tem porque mentir, então Jimin é sincero, se aproximando do sofá junto a outra. Seu semblante é angustiado, incomodado com a situação. Mas ele sabe que tem culpa.

— O que você tem na cabeça?

— Não começa. — Ele revira os olhos.

— Ok, então. — Ela levanta as mãos em rendição. Sabe que já o repreendeu diversas vezes pela mesma coisa e não parece surtir efeito. — Me dê motivos para te confiar a ele. — Seu olhar é incisivo.

— A questão não é essa. — Ele nega com a cabeça.

— Então qual é? — Ela insiste.

— Eu preciso dele.

Precisa dele? — Leila franze o cenho, desacreditada que está ouvindo algo do tipo. — Em que merda você tá se metendo? Não tinha virado caçador?

— Eu não posso dizer. — Jimin não consegue olhá-la, porque sabe o quão incerto está soando, mas não pode revelar o acordo. — Pode só confiar em mim?

Olhos Rubi • jikookOnde histórias criam vida. Descubra agora