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#AtéSeQueimar

Park Jimin tem dinheiro; cresceu rodeado de riquezas, mas definitivamente não se lembra de já ter estado em um quarto tão luxuoso e aconchegante quanto o que encontrou assim que abriu os olhos. O quarto é uma mistura de preto e cinza, tanto as paredes e pisos quanto os móveis. Há uma cama de casal posicionada perfeitamente no meio do cômodo, panos de vidro em toda a extensão da parede onde ela se encosta; o guarda roupas é embutido na parede esquerda, ocupando todo o espaço; mais para o lado há uma poltrona preta e algumas prateleiras com livros e até algumas bebidas, assim como na sala.

Ao retomar a consciência por completo, Jimin espalma as mãos abaixo de si e impulsiona o tronco para cima, se sentando com as pernas esticadas. O cômodo está escuro, com as persianas dos panos de vidro fechadas e a luz apagada. A porta também está fechada e não há sinal algum de Ruber por perto, nenhum tilintar vindo de outros lugares da cobertura.

O loiro se lembra muito bem do que aconteceu, só não esperava cair no sono sem antes tomar um banho e, o mais importante: sair do apartamento do vampiro. Tampouco pensou que ele fosse deixá-lo dormir aqui, mas aparentemente Jimin já está na cama há algumas horas, porque a luz que entra pelas mínimas brechas das persianas é de um tom laranja bem marcante. Por que ele não o acordou?

Ao ver sua calça e cueca jogadas no chão, Jimin se lembra de ter deixado a blusa na sala, porém não está com vontade de levantar para pegá-la e não vai vestir as roupas sem antes tirar todos os resquícios de Ruber que ainda estão em seu corpo.

No momento em que se move para levantar, percebe que as pernas estão cobertas por uma manta fina, ocultando devidamente toda a cintura para baixo. Pelo menos Ruber não o deixou dormir totalmente desnudo.

— Quer sua blusa? — Sem que precisasse sequer levantar da cama, o vampiro aparece na porta com o tecido mesclado em mãos. — Ouvi você se mexendo.

— Ia dizer que, às vezes, esqueço que você é um vampiro, mas não dá. Só esqueço dos bônus que vem com isso. — Jimin sorri pequeno e estende a mão para pegar a blusa. — Posso usar seu banheiro?

— À vontade. — Jungkook aponta para a porta da suíte.

Sem hesitação, porque o vampiro já o viu de maneiras muito mais obscenas do que esta, Jimin retira a manta das pernas e caminha até o banheiro. O olhar do vampiro não desvia a atenção de seu corpo, se atentando às marcas de dedos que permanecem em seus quadris e cintura. Jimin também sabe que elas estão ali, mesmo sem olhar, porque há um incômodo persistente na região. Jungkook é um vampiro, é claro que quando se deixa levar a força exercida por ele é muito maior do que qualquer pessoa. Todavia não é como se Jimin se importasse.

O banheiro, como todo o apartamento, é luxuoso, quase tão grande quanto a própria cozinha de sua casa; com uma banheira, uma ducha, um vaso sanitário preto e duas pias dispostas em um balcão de mármore.

O Park não se demora no banho, retirando tudo o que restou das horas anteriores e vestindo a roupa com a qual veio. Antes de sair, ele se olha no espelho e arruma os cabelos molhados para trás, deixando algumas mechas laterais caídas no rosto. Ao sair do banheiro, Ruber está trocando os lençóis.

— Podia ter deixado pra mim. Só precisava tomar banho. — Mesmo que ambos sejam culpados por deixar a cama do vampiro como estava, Jimin ainda se sente na obrigação de mostrar utilidade depois do que aconteceu. Afinal, a casa é do moreno.

— Não me importo. — Ruber dá de ombros, terminando de colocar os lençóis novos. — Achei isso. Deve ter caído. — Ele pega um piercing que estava sobre a mesinha de cabeceira e estende para Jimin.

Olhos Rubi • jikookOnde histórias criam vida. Descubra agora