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#AtéSeQueimar

Caçadores: seres humanos que capturam e eliminam vampiros com base em seus ideais de justiça, vingança ou por pura ganância. Pessoas que não tem problema em tirar vidas porque, de acordo com elas, todos os vampiros são seres cruéis que desafiam as leis da humanidade e não deveriam existir.

Park Jimin cresceu rodeado por este pensamento, rodeado por pessoas que tiravam vidas nas ruas e chegavam em casa para jantar com seus filhos e conversar sobre a escola. Os Park's acreditavam - e ainda acreditam - que são justiceiros e tudo que fazem é pelo bem da sociedade, pois eliminam seres que corrompem as leis e tiram a paz nas ruas. Deveria ter acatado tais pensamentos, era uma criança manipulável e tudo que os adultos falavam era lei, mas, especificamente isso, nunca foi filtrado pela mente de Jimin como algo aceitável. Uma parte dentro de si sabia, desde o início, que não tinha como a palavra morte estar relacionada a algo bom. Era assustador.

Ele achou mesmo que nunca pegaria em uma arma com o intuito de tirar uma vida, inocente ou não. Nunca coube a ele decidir se tal pessoa é digna da morte. Agora, ele está voltando para casa depois de ter ganho seu primeiro revólver de prata do Instituto, onde foi aceito sem grandes dificuldades por conta da influência dos pais e das habilidades que exibiu na semana de treinamento que sucedeu sua admissão.

O peso do distintivo no bolso o faz lembrar, pelo caminho inteiro, que agora é um caçador oficial e terá de acatar todas as ordens de extermínio que lhe forem dadas, de agora em diante. Deveria estar aliviado por estar um passo mais próximo de seu objetivo, porém a sensação é ruim.

Ao estacionar em frente de casa, Jimin sai do veículo e suspira por um longo momento. O loiro pende a cabeça para trás e fecha os olhos para que a luz solar não os incomode conforme tenta aliviar o peso dos ombros de alguma maneira.

O céu está claro, a brisa fresca bate contra sua pele e o bairro está tranquilo. Tudo está calmo, tirando a sensação de estar sendo observado que vem sentindo desde que começou os treinamentos no instituto. Sempre que descia em frente ao prédio, sentia alguém a poucos metros de distância, olhos atentos, mas nunca conseguiu detectar a presença alheia. Chegou a pensar em Ruber, porém o vampiro não tem motivos para stalkea-lo, sendo que pode simplesmente enquadrá-lo e perguntar porque diabos está indo tantas vezes ao instituto. Não seria difícil para ele pensar que o Park está trocando as poucas informações que tem dele com caçadores.

Agora que terminou os treinamentos, parece que a presença é ainda mais forte, ainda mais próxima. É como se estivesse esperando o momento exato para abordá-lo - ou atacá-lo - e sua admissão fosse o estopim.

Com cuidado, ele se encaminha para o corredor lateral do terreno, que dá acesso a área da piscina que fica atrás da casa. Se a pessoa quer se aproximar, visivelmente está esperando o momento em que o Park esteja longe dos olhos das pessoas e câmeras. Então irá lhe proporcionar isso.

Ao chegar na cerca de madeira clara que guarda a área de lazer, ele empurra o portão para abri-lo e adentra o local. Antes que conseguisse se virar para inspecionar a presença desconhecida, o corpo do Park é jogado contra a parede traseira da casa e imobilizado pelo pescoço.

Mesmo em choque pela velocidade inesperada e a visão turva pela falta de ar, Jimin ainda se surpreende com a silhueta do homem que vislumbrara por poucos segundos na Daemonis na noite em que ficou bêbado. Ele percebeu, pelo olhar do homem, que sentia puro nojo de si, mas não esperava que viesse atrás dele depois de tanto tempo.

- Q-Quem é você? - o loiro consegue questionar, ainda que esteja com as vias respiratórias obstruídas pelo aperto desumano.

O homem tem cabelos pretos e uma expressão monstruosa na face, os olhos oblíquos chamuscados de ira.

Olhos Rubi • jikookOnde histórias criam vida. Descubra agora