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#AtéSeQueimar

Jungkook nunca achou que uma pessoa pudesse ser tão tagarela quando bêbada. É dono de uma boate e a frequenta mais vezes do que realmente deseja, está acostumado a ver os mais diversos tipos de bêbados e não gosta de nenhum. Park Jimin conseguiu superá-los com uma distância considerável. O Park não calou a boca do momento em que saíram da boate até agora, onde Jeon o guia escadaria acima, com Leila na frente deles.

A mulher abre uma porta no meio do corredor do segundo andar, revelando um quarto de paredes brancas e piso de madeira escura. Ela sai para o banheiro, tentando se lembrar onde o Park guarda o kit de primeiros socorros. No quarto, há uma cama de casal bem arrumada na parede da esquerda, uma penteadeira na extremidade da direita e uma porta logo ao lado do objeto, que provavelmente dá para a suíte. O quarto é extremamente cheiroso, um aroma adocicado de íris e baunilha, perfeitamente pontuados. É o cheiro de Jimin.

Com cuidado, Jungkook o coloca sentado na cama. Ele parece minimamente melhor, porque consegue ficar ereto sem cair para os lados. Ao soltá-lo, os olhos permanecem sobre o vampiro, curiosos e atentos.

- Eu não te entendo, sabia? - Suas palavras soam quase inocentes.

- Por que? - Sabe que deveria dar meia volta e ir embora. Leila parece confiante de que consegue dar conta do resto, mas o vampiro quer ouvir o que ele tem a dizer.

- Você é líder de uma gangue, todo mundo tem medo de você e o pouco que já me falaram é assustador. - Jungkook cruza os braços frente ao corpo, acostumado com todas as insinuações sobre si. Das quais, a maioria são reais. - Mas você salvou meu irmão e agora tá aqui, no meu quarto, me ajudando... Não faz o menor sentido.

- Não sei o que te falaram sobre mim, mas provavelmente é verdade - ele é firme. - Não sou nenhum bom samaritano que faz caridade, Jimin.

- Então por que? Por que tá fazendo tudo isso? - Os olhos escuros continuam a encará-lo, com sede pela verdade. Ele quer entender os motivos que movem Jeon Jungkook ao seu encalço, sempre.

- Não tenho nada mais interessante para fazer. - Os ombros grandes se movem em desinteresse. - A vida de um gângster pode ser mais chata do que imagina. Preciso de uma distração de vez em quando.

Definitivamente não fez nenhuma dessas coisas, até agora, por interesse ou tédio. Jeon Jungkook só não sabe explicar os motivos exatos. Às vezes acontece: ele vê uma causa e a agarra, até se cansar e partir para outra. Park Jimin é alguém que precisou de sua ajuda duas vezes, o Jeon estava livre e não viu quaisquer motivos que contrariassem a decisão de ajudá-lo.

Ele não move seus dedos quando algo lhe é desfavorável. E ajudar Park Jimin não parece ter prós, nem contras até o momento.

- Ainda bem que te encontrei quando estava entediado. A vida do Taehyung agradece. - Uma risada amarga ecoa pelo recinto, chamando a atenção do moreno.

Jimin ainda não parece muito afetado com nada em específico, mas ainda assim não consegue incorporar por completo o personagem desinteressado quando o assunto é o irmão.

- O que aconteceu entre vocês?

- Eu resolvi contar o que...

- Jimin. - Impedindo que o Park entre em detalhes, Leila chama sua atenção assim que passa pela porta com uma pequena maleta branca nas mãos. - Obrigada pela ajuda, Ruber. Eu me viro com ele.

A piercer se aproxima do amigo, deixando a maleta de lado e separando uma gaze com soro para limpar o ferimento.

- Bom, anjo, parece que sua princesa encantada tem tudo sob controle. - Ouvir seu apelido sair dos lábios de Ruber amarga a boca de Leila, mas ela continua focada no pescoço do loiro. - Vou indo...

Olhos Rubi • jikookOnde histórias criam vida. Descubra agora