Capítulo 24 - Chamada

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Eu me levanto me sentindo desnorteada

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Eu me levanto me sentindo desnorteada...

A primeira coisa que vejo é o Anthony sentado em uma poltrona me observando atentamente.

Isso faz com que eu tenha lembranças indesejadas e minha cara fica vermelha na hora, mas ele parece ignorar.

- Precisamos... Hm... Ligar pra mamãe. - Diz desconfortável.

Eu não consigo conter meu espanto e surpresa. Até um pouco de esperança.

- Não vá ficando toda alegrinha, se você deixar transparecer que está triste ou qualquer coisa suspeita, eu vou te punir de forma muito pior que dá última vez.

- E como você pretende fazer isso? Não tem nada que você me faça que seja pior que me machucar. - O desafio.

- Oh... Tem. Tem sim e eu nem preciso me esforçar.

Eu o encaro esperando sua explicação.

- Machucar você não tem efeito e eu percebi isso, mas machucar quem você gosta tem.

O nome do Eren vem em minha mente e eu congelo por inteiro.

- Você pega as referências bem rapidamente quando lhe é conveniente, né? - Diz com desgosto.

- Eu vou colaborar. - Digo desanimada.

- Claro que vai. - Ele resmunga e me puxa para o laboratório dele.

Fico extremamente chocada quando a porta de alta segurança é aberta.

O lugar é muito incrível, com várias máquinas e muitas estantes.

No centro da sala, uma mesa com um computador enorme.

Ele me coloca ao seu lado e liga para a mamãe por chamada de vídeo.

Ela atende no primeiro toque e eu quase desabo ouvindo a voz dela.

- Mamãe...

- Meus filhos!! Vocês esqueceram que tem mãe?? Faz mais de 1 ano que vocês não me ligam!

- Mamãe... Tem apenas alguns meses. - Diz Anthony.

- Cala a boca, Anthony! O que vocês estão aprontando? Na verdade o que você está aprontando com a minha filha??!

- Não estou aprontando nada. Apenas ficamos muito ocupados, eu com minhas pesquisas e a Clarisse estudando.

Ela lança um olhar desconfiado e uma pontada de esperança me alcança... Ela certamente deve ter ligado pra faculdade e disseram que eu não conclui a matrícula.

- Amanhã é aniversário da Clarisse, eu quero vê-la, já que no seu você nem deu as caras.

- Impossível, mamãe. Eu tenho uma conferência importante amanhã, não posso faltar.

- ENTÃO VOCÊS VEM NO FINAL DE SEMANA! SEM CONTESTAÇÃO.  Eu sou a mãe de vocês e tenho direito de ver vocês!

Ela me lança um olhar e eu quero chorar pedindo pra ela me tirar daqui.

- Eu acho que tudo bem irmos passar um final de semana, estou com saudades. - Digo suavemente.

- Está decidido então. - Ela conclui.

- Tudo bem, mamãe... Nos falamos depois então. Tchau. - Ele diz.

Nos despedimos e ele encerra a ligação.

- Você é uma capetinha sacana. - Ele me encara com raiva.

- Ela não ia engolir e não ia nos deixar sem ir lá... Ela sabe que tem algo errado, Thony. Ela deve ter ligado pra faculdade e informaram que não estou indo.

Ele sorri ladino.

- Mas você está indo...

- Não estou não... - Paro pra pensar um segundo. - Você colocou alguém para ir no meu lugar, certo?

Ele balança a cabeça que sim.

Suspiro derrotada.

- De toda forma, estávamos junto agora, ela suspeita. Se formos lá, ela vai ficar mais tranquila.

- Eu sei suas intenções, mas eu vou ter uma conversa muito séria com você antes de irmos. Talvez tivesse sido mais fácil forjar sua morte, assim ela não desconfiaria.

Abro a boca de espanto.

- Você planejou forjar minha morte? O quão longe você planejou ir com tudo isso?

- Você não faz ideia.

Eu não acredito que ele chegou nesse nível. Eu certamente não sei com quem estou lidando.

Ele se aproxima de mim e eu engulo em seco.

- Não se aproxime de mim, por favor. - Peço.

- Sua boca diz uma coisa, mas seu corpo diz outra...

Ele entrelaça os dedos no meu couro cabeludo suavemente e se aproxima do meu rosto, colando nossos lábios e me beijando lentamente.

O efeito é o mesmo de ontem, assim que sinto sua boca quente se unir a minha e sua língua macia se unir a minha, fico mole em seus braços.

O beijo é tão intenso e profundo que parece sugar minhas energias. Será que beijar é sempre assim ou é porque estou beijando ele.

Eu junto uma força que não tenho e tento me afastar, mas ele me impede, fechando seus braços como uma prisão e me mantendo a sua merecer.

- N-não... - Digo quando sinto sua mão deslizar para os meus seios.

- Como posso parar com você fazendo essa expressão sedutora... Deveria ver seu próprio rosto quando faço isso com você...

- P-por favor...

- Esse é seu castigo por dizer o nome de outro homem.

- E-eu não fiz isso...

Ele apenas sorri de ladinho, aquele sorriso que gela minha barriga e depois afasta o cabelo do meu pescoço e beija o local.

Um som estranho escapa por meus lábios e eu coro violentamente quando me dou conta.

- Não precisa se conter, querida. Você é minha de qualquer jeito.

- Não! Eu não sou sua!! - Digo com convicção mas ele sorri e eu me sinto uma boba.

- Vamos ver por quanto tempo você consegue continuar com suas certezas.

Ele então me solta abruptamente e me arrasta pra fora do seu laboratório.

- Vou trabalhar até tarde hoje. Não me espere para jantar.

Após proferir as palavras ele tranca a porta me deixando sozinha.

Preciso planejar uma forma de ficar a sós com a mamãe e pedir sua ajuda para me livrar desse louco.

Eu só preciso de um momento a sós com ela... Mas isso provavelmente não será fácil.

Eu vou até a cama e me jogo nela.

Toco meus lábios enquanto me lembro da sensação de ser beijada por Anthony... Eu deveria sentir nojo.

Mas porque ele o faz com tanto carinho... Eu não consigo me sentir assim.

Tampo meu rosto tentando afastar as memórias indecentes.

Não... Eu não posso gostar disso.

Eu não vou gostar disso.

Vou fugir esse final de semana, só preciso aproveitar uma brecha e ele vai dar essa brecha, eu sei que vai.

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