Capítulo 49 - Bêbado Obsessivo

14.4K 1.4K 503
                                    

Com a Clarisse me abraçando com tanta força que parece que tem medo de me perder eu me sinto o homem mais calmo e sereno do mundo

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.


Com a Clarisse me abraçando com tanta força que parece que tem medo de me perder eu me sinto o homem mais calmo e sereno do mundo.

Isso dá um estalo na minha cabeça com relação à essa doença da obsessão que temos.

E se nós só ficamos irracionais, agressivos e desumanos quando somos rejeitado pela pessoa que despertou o sentimento em nós?

Agora tendo a Clarisse em meus braços, apaixonada por mim, me correspondendo, eu me sinto mais humano do que jamais fui.

Pego a Clarisse e a coloco na cama.

Ela resmunga mas logo volta a dormir.

Vou para o meu escritório e ligo para o papai.

- Fala, pato. - Ele atende no primeiro toque.

- Você, depois que a mamãe te aceitou e te correspondeu, você ficou mais normal com relação a sua obsessão?

- Cara, defina normal... Por que essa coisa de normal não tem muito a ver comigo.

- Papai, o que eu estou suspeitando é que a rejeição da pessoa que despertou essa maldição escrota piora a nossa reação.

- Ah isso sem dúvidas...

- Você disse que quase matou a mamãe. Isso por que você era um assassino e esse é o pior que você poderia fazer. Eu sequestrei a Clarisse e fui mau com ela, por que era o meu pior... Quando somos rejeitados, quando sabemos que não somos correspondidos, essa porra faz a gente ir ao nosso lado extremo da ruindade.

- Tá, sua baboseira faz sentido, mas eai? O que você está dizendo é que basicamente, não tem solução pra pessoa que nos apaixonamos. Se elas não nos quiserem, vamos fazer elas sofrerem. É isso que você está falando, pato.

- Sim. Pra gente não tem mais solução. Mas pros nossos descendentes sim! Eles só precisam ter essa coisa por alguém que esteja apaixonada por ele.

- Tu és burro? Não da pra escolher isso!!

- Mas é tão difícil assim fazer alguém se apaixonar? Basta ter compatibilidade, ser boa pinta, ter um bom papo, uma boa pegada... Isso na nossa genética tem de sobra. O ponto aqui é não ser um cretino de cara por que acha que será rejeitado e sim fazer a pessoa se apaixonar usando recursos válidos. Isso a calmaria a doença.

- Mas ela ainda vai estar lá.

- Adormecida.

- O que você quer de mim? Não me ligou só pra isso, ligou?

- Preciso saber se foi assim com a vovó.

- Enquanto a minha mãe era apenas do meu "pai" ele lambia o rabo dela, depois que descobriu que ela estava grávida de mim e eu era filho do meu "avô" e não dele... Ele se tornou um monstro. Meu avô maltratava muito minha mãe antes de tê-la também.

- Então é isso...

- É isso.

- Obrigado, Papai.

- Não faça merda, pato sem noção. - Ele diz isso e desliga.

Suspiro pensando que se eu estou certo, significa que se a Clarisse recuperar a memória e me recusar, vou ficar endiabrado novamente... E a farei sofrer de novo e mais e de novo.

Que porra de ciclo maldito.

Vou até a cozinha, não consigo dormir.

Começo a beber alguns drinks e quando dou por mim, o dia amanheceu.

Como assim? Desde quando amanhece tão rápido?

E que que isso? Quantas garrafas eu bebi?

Ligo para Evelyn que é a menina da limpeza.

- Preciso de uma mãozinha... A minha mulher vai acordar e eu não estou nas melhores condições de fazer o café da manhã e acho que fiz uma pequena bagunça na sala... Pode vir, por favor?

- Claro, Sr. Bonn. Chego em 10 minutos.

Desligo e deixo o celular cair no chão.

Eu dificilmente fico bêbado, mas depois de uma noite inteira bebendo, não tem muito como ser diferente.

Tento me levantar e não consigo.

Será que encher a cara seria suficiente pra não ir atrás dela?

Bufo.

Claro que não.

Eu sei que não.

Evelyn entra com a chave que ela tem e se assusta ao ver meu estado.

- Sr. Bonn, me deixa ajudá-lo!

Ela tenta me levantar, passando um dos braços por minha cintura.

Eu pego seu queixo e a viro pra mim.

- Eu sou feio? Ou então desprezível? - Pergunto, mas eu sei muito bem que não.

- O Sr. Criou a cura pra várias doenças incuráveis, salvou inúmeras vidas... Não é nem um pouco desprezível e muito menos feio. - Ela diz corando na última parte.

- Será que se eu namorar com você eu deixo ela em paz se ela não me quiser? - Hmmm isso não foi muito apropriado. - Desculpe, não foi muito educado da minha parte dizer tal coisa.

- Mas que porra... É essa...? - Ouço a voz doce da Clarisse.

- Oh não! A diaba voltou! Evelyn, me proteja ou ela vai me tirar outro pé!!

Clarisse estreita os olhos e olha para mim e depois para as varoas garrafas no chão.

- Você bebeu tudo isso sozinho? Ficou louco?

- Não! Assim... Eu sou meio louco, né...

Clarisse dispara em nossa direção e afasta a Evelyn de mim.

- Tire suas mãos dele! - Ela diz com arrogância, franzindo o nariz.

Não gosto, me lembra a Clarisse diaba.

- S-senhora, eu só queria ajudá-lo. - Diz a mulher com medo.

- Você está com medo? Tem que ter medo mesmo, se ela não gostar de você, você pode acabar sem um pé, na melhor das hipóteses. - Digo baixinho, mas Clarisse escuta.

- SAI! - Clarisse avança na pobre mulher que me solta assustada.

- Você é uma mulher raivosa... - Digo apontando pra ela.  - Uma hora você não me quer, outra hora avança nas mulheres que me querem... Eu sou uma piada pra você?

- Cala a boca, eu não falo com bêbados! Vem, vou te ajudar a chegar no banheiro, você está fedendo a bebida e só vai deitar depois de se limpar.

- Oh... Já está mandona de novo... Não gostei... Eu gosto da Clarisse doce. Inclusive, aproveite que estou bêbado e fuja... Mas fuja direito por que se eu te pegar...

- Cala a boca! Cala a bocaaaa! Odeio gente bêbada...  - Ela resmunga.

- Ninguém tem paciência comigo... - Choramingo.

Clarisse revira os olhos enquanto vamos caminhando em direção ao banheiro.

Amor Obsessivo Onde histórias criam vida. Descubra agora