Capítulo Três: Win Odeia Nó De Gravata

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Win chegou exatamente às 20h30 em sua casa, só não ouviu uma ladainha de sermões da sua mãe, porque os convidados também atrasaram e ela deixou passar. Já no seu quarto, estava devidamente pronto, quer dizer, não totalmente pronto, ele lutava para fazer o nó da gravata, ele odiava aquilo, porque era sempre um desafio para ele. 

— Se você está pronto eu vou entrar. — Era a sua mãe. — Ainda não aprendeu a amarrá-la, filho?

— Não, desamarrar é mais divertido.

— Me poupe dos detalhes? — Ela ri do trocadilho do filho. — Se comporte essa noite, ouviu?

— Serei como um anjo, prometo.

Ambos riem e logo em seguida ouviram a campainha tocando, no andar debaixo, a mãe de Win foi na frente receber as visitas enquanto o filho se olhava uma última vez antes de descer as escadas e fingir ser o bom samaritano na frente da visita, pelo bem das suas futuras festas na residência.

 Quando Win chegou ao primeiro andar, observou que a amiga da sua mãe não estava sozinha e sim acompanhada de alguém, olhando mais atentamente percebeu que conhecia a figura a sua frente de algum lugar… E quando os olhos dele se encontraram com o de Win, ele soube na hora e um sorriso zombeteiro brotou nos seus lábios.

— Você! — Falaram os dois em uníssono, para a surpresa das duas figuras maternas.

— Vocês se conhecem? 

— Sim, da faculdade hoje mais cedo. — Antes que Bright tenha a chance de responder, Win toma as rédeas da situação. — Bright é um cara legal.

— Oh, que bom que você acha isso! Por que vocês não viram amigos? — Pergunta a mãe de Bright.

— Mãe!

— O que, filho? Você é calouro e o Win pelo que fiquei sabendo é veterano, ele pode ficar de olho em você, sem falar que você não tem amigos!

— Win faria isso com prazer, não é filho? — Foi a vez da mãe de Win, se pronunciar. — A nova geração Vachirawit e Iamkajorn sendo amigos outra vez!

As duas mulheres sorriem maravilhadas com a possibilidade de os filhos serem amigos e passar a conexão que elas têm para eles. 

— Vamos jantar, depois conversamos mais sobre isso! — Diz a mãe de Win e todos a seguem para a sala de jantar.

O jantar estava indo bem, as duas mulheres não paravam de falar e Win estava voltando toda a sua atenção para Bright que comia a sua comida em silêncio e de cabeça baixa. Ele parecia diferente agora, usava roupa social, o cabelo estava um pouco bagunçado e ele não usava os óculos de antes, ainda parecia o nerd de antes, mas ainda assim, chamou a atenção de Win.

— Então, Bright, por que não deixamos nossas mães colocarem a conversa em dia e vamos para o meu quarto… Sei lá, jogar vídeo game? — Win fala de repente fazendo Bright engasgar com a comida.

— O quê?

— Que ótima ideia, Win! Por que não vai com ele, filho? Vamos relembrar os velhos tempos, com toda certeza vocês ficariam entediados ouvindo. O Win só é dois anos mais velho que você, Bright, vocês devem ter muita coisa em comum.

— Mas, mãe…

— Se divirtam!

Win estava se divertindo vendo Bright a todo custo tentar fugir dele, mas no fim a sua mãe teve a palavra final. E agora ele seguia Win para o quarto.

No quarto, Win afrouxou a gravata, se sentou na beirada da cama e deu uns tapinhas para Bright se sentar ao seu lado. Ele estava parado na porta e olhava fixamente para suas mãos.

— Você está com medo de mim? Eu já garanti que eu não vou te morder. 

— Por que… Por que você mentiu lá trás? Sobre ter me conhecido na faculdade?

— Porque se eu falasse a verdade, minha mãe saberia que me atrasei por causa da festa. Então de nada.

— Obrigado.

— De nada, Bright… E vamos começar de novo.

— Começar de novo?

— A nos apresentar! Nossas mães querem que nós sejamos amigos, então precisamos nos conhecer.

— Ah, tudo bem. Meu nome é Bright, tenho 21 e eu vou cursar Marketing.

— E o que mais?

— O que você quer saber?

— Sei lá, animal de estimação, hobby… Se você namora…

— Tenho uma gata chamada Ame, gosto de ler e sou solteiro.

— Meu nome é Win Metawin, mas pode me chamar de Win, tenho 23 anos e sou completamente solteiro.

— Tá, e o que faremos agora?

— Nos beijar parece uma boa ideia, que tal?

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