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Quando abriu a porta de seu quarto, caiu na cama e não acordou tão cedo. Um péssimo hábito sempre foi descontar as coisas no sono, mesmo que você não demonstrasse era uma pessoa cheia de problemas, e traumas. Grande parte por conta de sua mãe, e a forma de lidar com isso foi dormir, dormir muito.

Os olhos se abriram de vagar, e mesmo que estivesse deita ali fizessem mais de 10 horas, ainda sentia-se cansada. Levantou e foi direto para o banheiro lavar o rosto, e quando olhou no espelho, viu os olhos marejados. Os limpou com o dorso da mão e pegou uma toalha, seguindo para o box, um banho quente deveria resolver.

Você não era de chorar. Costumava guardar todos os sentimentos e fingir que eles não existiam, por isso na maioria das vezes as pessoas á chamavam de fria. Mas uma hora chega o momento em que acabada desabando, todos os sentimentos explodem de uma vez só. E foi assim hoje, no meio do banho, começou a sentir toda a dor que passou por anos de sua vida, cada coisa que a fez sentir tristeza no passado. E desabou em lágrimas em seu banho, chegou um momento em que já não se sabia mais o que era água e o que eram suas lágrimas. Mas isso não não importava, no momento ela só queria se livrar de toda aquela dor.

Após minutos e mais minutos embaixo d'água, o choro finalmente cessou. Se secou e enrolou a toalha ao redor de seu corpo, logo em seguida seguindo até em frente ao espelho. Falou as frases de sempre, quando se acabava chorando."Você é forte! Você aguenta!" Falou entre alguns soluços, que acabavam por escapar.

Infelizmente sua mente era sua pior inimiga, sempre lhe pregando peças pelos vários ocorridos me sua vida. Suicídio era algo que você sempre cogitou, mas tinhas seus próprios motivos para de fato, não fazer. Não por medo, ou falta de coragem, os motivos iam além de coisas como essas.

Porém não julgava quem escolhia esse caminho, achava essas pessoas muito fortes. Mas, as achava egoístas. E você não se achava egoísta. Seus olhos não viam essa ação assim desde sempre, isso apenas se fez presente após a perda de um grande amigo. As dores dele acabaram ficando contigo, e a vontade era de ter o mesmo fim que o dele. Tentou tirar esses pensamentos da cabeça, e saiu do banheiro.

Foi até o guarda-roupas e escolheu uma roupa de ficar em casa, blusa e uma calça de moletom. Colocou uma meia e pegou o celular, saiu do quarto e desceu as escadas. Não pensou muito sobre o que iria comer, seria apenas o que sobrou do almoço. Seu pai e irmãs não estavam em casa, e para você, era um alívio. Apenas não queria conversar com eles por hora.

Ao abrir a geladeira, o celular começou a tocar. Logo o colocou no ouvido, após atender a chamada. - Que qui você quer, loiro oxigenado?

- Mano, se tem porra na cabeça?! - Escutou o garoto bufando, mas logo voltou a falar. - Ta em casa? - Perguntou Draken.

- Não, e sim. - Sorriu de leve, estava gostando de irritar o garoto.

- To com a Emma aqui, a gente vai dar uma volta. - Ele não estava perguntando se você queria ir, estava afirmando.

- Não. - Falou rindo, apenas para irritar ele. E deu certo.

- A puta que pariu, ta com o patati e patata socado no cu? A Emma pediu para você ir caralho! Porra, custa?! - Você ria do outro lado da linha, o que fazia com que ele te xingasse ainda mais. Emma resmungou algo para Ken, e pegou o celular da mão dele. - [Nome], você vai, né? - Perguntou a garota.

- Claro, princesa. - Draken estava com os olhos ardendo de ódio, e a boca levemente aberta pelo choque. - Que horas passam aqui?

- 30 minutos. - Ou seja, 21:30.

𝐔𝐦𝐚 𝐧𝐨𝐯𝐚 𝐞𝐫𝐚 | ᴛᴀᴋᴀsʜɪ ᴍɪᴛsᴜʏᴀ x ʟᴇɪᴛᴏʀᴀOnde histórias criam vida. Descubra agora