mais um para os fantasminhas que leem minhas coisas aqui
boa leitura pessoas!
Eu não havia voltado para ajudar Sina com as plantas, a vergonha pelas palavras absurdas do meu pai me consumiu, só por saber que ele é da mesma família que eu. Observando o jardim pela janela do meu quarto, pude ver Sina do mesmo jeito que nos outros dias. Feliz. O que é estranho tendo em mente o que ela ouviu.
O restante da tarde passou com a casa em completo silêncio, minha mãe chegou da empresa por volta das sete da noite para o jantar, e Hina chegou uma hora antes da escola. Descendo as escadas, pude ver meu pai sentado no sofá da sala, ele parecia pensativo, encarando a taça de vinho que estava em cima da mesinha de centro. Assim que fui me dirigindo para a copa onde a mesa de jantar fica, minha trajetória foi interrompida.
- Heyoon! - meu pai me chamou - Quero falar com você no meu escritório, agora.
- Nós não vamos jantar agora? - perguntei vendo o homem já caminhar em minha direção.
- Será rápido - ele garantiu - De qualquer forma, o assado ainda não está pronto, temos tempo.
Apenas assenti, caminhando atrás dele para seu escritório, onde dessa vez, a porta foi fechada. Meu estômago embrulhou apenas lembrando dos comentários dele com Sina hoje a tarde, a vontade de gritar com meu pai surgiu mais uma vez em minha mente, mas apenas comprimi meus lábios, tentando reprimir essa vontade que se tornava cada vez mais forte.
- Filha, você ainda conversa com o Josh? - ele perguntou, ficando em pé no meio da sala, enquanto me sentei no sofá próximo a porta.
- Não muito - respondi sincera.
Josh na verdade sempre tentou manter contato comigo. Depois da confusão entre seu pai e o meu, ele mandava mensagem todos os dias, perguntando como eu estava, e prometendo que daria um jeito de sair da prisão que seu pai chamava de casa, para vir me ver aqui. Mas isso não aconteceu até então.
- Eu liguei para ele esta manhã - meu pai disse, gesticulando com as mãos como se fosse fazer uma palestra - E como é visível que ele gosta de você, ofereci sua mão a ele. Para que namorem.
Foi impossível não arregalar os olhos com tal afirmação. Não imaginava que ele poderia ser tão controlador assim. E isso tudo em troca de que?
- Pai, Josh e eu nem nos conhecemos direito - falei - E o sentimento nessa história é unilateral. Eu o vejo apenas como um amigo.
- Não diga besteiras, Heyoon - ele foi ríspido ao falar - Josh é o único garoto com quem você mantém contato desde criança. Você gosta sim, dele. Apaixonada você ficará com o tempo.
Senti a região dos meus olhos começar a queimar, mas choro na frente desse homem nunca significou tristeza, apenas significava que eu não o questionaria. Segurei as lágrimas por enquanto, não era o momento para me expressar assim.
- E ele já aceitou, isso que importa - meu pai disse, tomando o resto do líquido escuro em sua taça - Vocês dois juntos ajudaram muito em nossa empresa. Pois ele poderá convencer o senhor Beauchamp a reconsiderar minha proposta para se tornar sócio.
Nem consigo imaginar o jogo mental que meu pai possa ter feito para convencer Josh a aceitar um absurdo desses. Eu sei que o garoto é apaixonado por mim, mas ele não seria tão inocente de aceitar algo desse tipo, quando nós dois sabemos que isso é apenas uma maneira de elevar os negócios de nossos pais.
- Pai, por favor...eu não - eu tentava falar, controlando minha voz para que não parecesse que eu queria me derramar em lágrimas por ter cada passo controlado por ele.
- Não me conteste, Heyoon! - ele disse alto, e eu rapidamente me calei - Já está feito! Ele me prometeu que lhe mandará mensagem amanhã, e espero que se comporte com ele.
Ele me olhava procurando uma resposta, mas eu apenas assenti, abaixando a cabeça.
- Ótimo, tem mais uma coisa que eu preciso lhe dizer - ele ainda andava pelo centro da sala, com suas mãos nos bolsos da calça, já que não carregava mais a taça de antes - Fiquei sabendo a algum tempo sobre o baile que o prefeito pediu para organizar em comemoração ao aniversário da cidade - ele fez uma pausa - Logo me contaram que algumas garotas da sua escola irão dançar, e como eu jamais permitiria que você fizesse parte disso, perguntei se não teria outra coisa onde pudessem colocar a melhor aluna da escola - o sorriso dele era orgulhoso quando disse a última frase.
Era impressionante como eu aprendi a diferenciar as atitudes em que meu pai queria apenas procurar oportunidades melhores para a filha, e quando seus discursos terminavam com ele falando mais uma vez nos ganhos da sua empresa de imóveis. E nesse caso, eu já sabia que era a segunda opção.
- O secretário do prefeito disse que ainda não acharam ninguém para fazer o discurso inicial da noite, antes do prefeito subir ao palco - eu permanecia de cabeça baixa, sem coragem de olhar nos olhos do homem que eu não conseguia enxergar como pai - Eu disse que minha filha, poderia montar um discurso para fazer. E ele ficou imensamente grato com isso, já que ninguém havia se candidatado.
- Terei que montar um texto sobre a cidade? - perguntei baixo.
- Sim - ele concordou - Ele pediu que o discurso tenha no máximo três minutos de duração. Isso não será difícil para você, vive enfiada em livros - ele se referiu aos livros com um tom irônico - Isso chamará muita atenção dos representantes de outros estados que o prefeito convidou. Vai colocar o nome dos Jeong em outro patamar.
- Posso ir jantar? - queria sair logo daquela sala, minha tentativa de segurar as lágrimas não estava mais dando certo, pois já sentia meus olhos cheios.
- Se já tiver entendido tudo que te falei, pode ir sim - ele disse, e eu rapidamente me levantei, me retirando diretamente para o meu quarto, precisava limpar o rosto antes de aparecer na mesa, onde Hina com certeza perguntaria se eu estava bem.
é nois <3
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Liberty - Siyoon
Fanfiction[CONCLUÍDA] Tendo sua vida inteira planejada pelos pais, Heyoon, uma jovem de dezoito anos, moradora de Kingsville, uma cidade conservadora no Texas, descobrirá as mais simples sensações da vida em uma aventura arriscada, acompanhada da mulher que c...