Capítulo 28

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voltei família

boa leitura!


Mordi meu lábio inferior enquanto encarava minhas mãos em meu colo. Eu conheço Krystian, sei que ele notou alguma coisa entre Sina e eu. Ele é tão observador aos detalhes quanto a loira.

- Se não quiser me falar, não tem problema - ele disse, percebendo meu silêncio.

- Não! Eu quero te falar, só não sei exatamente como explicar o que nós duas temos - disse, e o moreno pegou minhas mãos, fazendo um carinho com os polegares - Ela era a jardineira da nossa casa. Mamãe contratou ela há três meses.

- E você conversava com ela dentro de casa? - ele perguntou surpreso, e arregalou os olhos quando eu afirmei com a cabeça - Na minha época eu não podia nem chegar perto de algum funcionário da casa, que a mamãe já ameaçava demitir alguém por estar batendo papo em horário de trabalho.

- Sina nunca teve medo da nossa mãe - acabei rindo, lembrando de algumas vezes que a loira puxava assunto comigo no jardim, e pouco se importava dos meus pais estarem sentados do lado de fora tomando sol - Nós duas conversamos todas as noite depois que nossos pais iam dormir.

- Você continua com o vício de ir no jardim de madrugada pra pensar? - ele perguntou com um sorriso, e negou com a cabeça quando eu afirmei - Você realmente não mudou nada. Só ficou mais linda mesmo.

- Para com isso! - respondi sem jeito, desviando o olhar do seu - Enfim, a gente se aproximou conversando sobre livros e flores. Como a mamãe sabe que eu amo aquele jardim, e com certeza a Sina foi a melhor pessoa que já trabalhou lá, acho que foi por isso que ela não se importava que eu ficasse conversando com a Sina.

- Parece que muita coisa mudou desde que fui embora... - ele disse sem humor, dando um sorriso sem graça - Mas me conta... - ele mudou de humor rapidamente, não querendo deixar o clima pesar com as lembranças de casa - Como foi sua vinda pra cá?

Respirei fundo para começar a contar tudo, desde o dia em que eu comecei a pensar no plano perfeito para fugir de casa, até o momento em que bati de frente com Sina no ponto de táxis, e a mesma disse que me traria até aqui.

Ele também achou estranho e curioso o fato da loira não ter usado nenhum mapa de papel ou GPS para saber como chegar aqui. Mas não nos prolongamos no assunto, continuei contando sobre todos os lugares onde paramos. Contei como foi legal jogar boliche pela primeira vez, e como foi bom passar mais de trinta minutos num parque de diversão. Mesmo com um pouco de vergonha, contei que Sina e eu havíamos nos beijado na noite anterior, mas só disse isso.

Ele ficou sorrindo feito bobo, talvez já tivesse suas suposições sobre nós duas, e deve ter ficado feliz por ter acertado seus palpites.

Eu tentava perguntar algumas coisas sobre Krystian, de como ele havia passado todos esses anos aqui, mas o mesmo sempre cortava minhas perguntas, questionando mais coisas sobre minha vida. Preferi parar de insistir, vou respeitar o fato dele não querer me contar como foi quando veio para cá.

- Eu tenho uma dúvida pra tirar com você... - disse, vendo o moreno cruzar os braços, e se encostar completamente no encosto da cadeira.

- Pode tirar - ele respondeu.

- Tem uma foto sua com um rapaz no porta retrato perto da televisão - disse, já percebendo que ele arqueou as sobrancelhas - Eu vi ele saindo da cozinha no restaurante.

- É o Bailey, eu te disse mais cedo, ele mora aqui - ele respondeu naturalmente, dando de ombros.

- E onde ele dorme? - meu modo curiosa tomou a frente, e o moreno abriu a boca como se fosse dizer algo, mas logo a fechou novamente.

Liberty - SiyoonOnde histórias criam vida. Descubra agora