Liberty - Siyoon

Capítulo 16

votem aí pra deixar a moça aqui feliz

boa leitura!

Depois do café da manhã seguido de risadas e algumas conversas descontraídas com Sina, tomei um banho e nós fomos pagar o quarto na recepção. A mesma mulher mal humorada de ontem a noite nos atendeu, e nem ao menos se despediu ou agradeceu a estadia.

Sina começou a rir disfarçadamente quando eu tentei cumprimentar a mulher com um aperto de mão, mas acabei sendo ignorada.

Nós entramos no carro novamente, e depois de alguns minutos em um posto de gasolina, onde Sina mais uma vez não me deixou dividir a conta, voltamos para a estrada.

Acho que ontem Sina ainda estava tensa com essa ideia de fugir, já que agora, ela realmente parecia a mulher que eu via todos os dias cuidando do jardim da minha casa. Cantarolando as músicas que tocavam no rádio, com uma alegria contagiante.

Eu queria corresponder a essa alegria toda, mas minha mente parecia querer tirar logo esse tempo que fico dentro de um carro pra pensar. Fiquei pensando no que poderia estar acontecendo na minha casa agora. Talvez meu pai já tenha motivado uma busca policial pela cidade inteira.

Eu e minha irmã conversávamos pouco, ela era mais reservada com as palavras. Mesmo sendo um pouco mais nova que eu, ela já tinha percebido a muito tempo que tinha que tomar cuidado com as coisas que falava dentro daquela casa.

- Te pago dez dólares pelos seus pensamentos - Sina disse. Só então percebi que ela havia abaixado o som da música, e diminuído um pouco a velocidade do carro.

- Eu não estou pensando em nada demais - ri pela sua curiosidade. Ela mesclava seu olhar na estrada e em mim. Com certeza ela não acreditou na minha resposta.

- Yoon, pode falar comigo - ela me incentivou, arrumando os óculos escuros em seu rosto - Essa loucura de fugir de casa deve estar mexendo com a sua cabeça. Mesmo que seja algo que você realmente queria fazer.

Era incrível a confiança que Sina me passava com poucas palavras. Eu tenho certeza que não existia pessoa melhor pra me acompanhar nessa viagem. Mas eu ainda não queria ficar pensando nas coisas que deixei pra trás.

- Tudo bem, vamos fazer algo mais interessante do que falar de problemas - ela disse com uma voz alegre, depois que me viu perdida nos pensamentos mais uma vez.

- E o que nós poderíamos fazer dentro de um carro? - perguntei dando continuidade para o assunto.

- Sabe, eu ainda não te conheço muito - levantei uma sobrancelha ao ouvir o que a loira disse. Ela riu quando viu minha reação.

Sina me conhecia muito bem sim. Mesmo sendo uma pessoa do qual me aproximei em poucos meses, ela tinha um dom de decifrar as pessoas, e de passar uma confiança gigantesca para que conversas mais sérias fossem tratadas sem tanta tensão.

- Quer dizer, a gente se conhece - ela continuou explicando - Mas eu não sei algumas coisas sobre você. Coisas bem básicas.

- Pode perguntar o que você quiser - dei liberdade para ela continuar. A loira ajeitou a postura no banco do carro, como se fosse começar a fazer um discurso que ela havia ensaiado.

- Qual sua cor favorita? - Sina perguntou, levantando as sobrancelhas.

- São essas coisas básicas que você quer saber!? - eu estava rindo. Era engraçado o fato de que Sina sabia detalhadamente meus problemas com meus pais, mas não sabia nem ao menos minha cor favorita.