Sine Anima - Sem Alma

Um adeus?

Harry sabia que Tom estava fazendo reuniões nesse momento, nos últimos dias ele estava tentando deixar Harry sob seu olhar a cada segundo, parecia que ele achava que o moreno cairia morto a qualquer momento, foi fofo no começo mas já estava irritando Harry.

Pelo menos ficar sem fazer nada o dia todo o deu chance de pensar no que fazer quanto a Hirokai, Harry nunca odiou tanto alguém, quem ele era pra ousar a amaldiçoar a magia de Harry? Desde daquele dia ele fez novos ataques em diferentes locais do mundo, parecia que ele estava indo aos poucos, saboreando o desespero que estava causando em todo o mundo, Tom usou seus contatos para informar as comunidades bruxas dos outros países.

Harry estando sozinho pegou a chave de portal que ele fez a um tempo e ativou sendo levado direto para a Câmara, pelo menos ele poderia passar bastante tempo ali e fazer o que precisava sem que Tom percebesse que ele fugiu.

Ele sabia o que tinha que fazer, ele já reapassou todos os planos possíveis na sua mente, mas ele sabia que eles não conseguiriam derrotar Hirokai de forma convencional. Além disso sua magia já era inútil de qualquer forma além de o está matando mais a cada segundo, ele sentia, aquelas fissuras roxas não eram uma decoração benigna.. sua magia o estava envenenando pouco a pouco, talvez Tom não estivesse tão errado em ficar preocupado, mesmo que ele não soubesse o quão mal Harry estava ele provavelmente suspeitava.

Harry se senta cansado com a viagem de portal, ele estava patético. Pegando seu grimorio ele vai até a última página que ele escreveu, se desse certo seu último projeto...

Ele teria que absorver toda sua magia em um objeto, esse objeto seria armazenado dentro dele o que o deixaria vivo, seria como um núcleo mágico artificial temporário.. Ele havia escolhido a adaga que Tom lhe deu.. Tom.. Ele era o único motivo dele estar fazendo isso, ele não se importava com o mundo, mas ele sabia que se eles continuassem assim tanto ele quanto Tom morreriam, e ele não deixaria a única pessoa que o fez se sentir vivo morrer agora.. não seria poético seria tráfico. Ele não sabia em que ponto ficou tão sentimental mas não importava, talvez foi isso que Luna quis dizer, ele estava tão perto de estar morto ele não sentia, e quando ele pensa no que sentia quando estava perto de Tom ele via o quanto estava anestesiado antes, talvez ele estivesse caminhando para se sentir vivo por completo... talvez isso acontecesse em outra realidade..

Suspirando ele deixa seus pensamentos estranhos trancados e foca na sua tarefa, ele desenha as runas necessárias em um círculo no seu tórax e pega a adaga e coloca deitada sobre o peito, desfazendo a runa de selamento ele usa tudo dele para não gritar com sua própria magia tentando mata-lo, ele inicia o cântico transferido sua magia para a adaga enquanto vai absorvendo o objeto aos poucos, quando ele termina ele cai no chão se contorcendo e gritando de dor, ele nunca havia desejado a morte antes.. finalmente ele cai na escuridão da inconsciência.

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Quando Tom viu Harry novamente depois das reuniões ele estava diferente, as marcas roxas estavam mais claras mas sua pele estava pálida, ele estava meio distante e parecia cansar  mais rápido, quando ele pensava que Tom não estava olhando ele levava a mão ao peito e massageava, a alma de Tom murchava a cada dia que via o outro definhar pela maldição, ele queria nunca ter deixado o velho entrar naquele dia, talvez ele Harry estivessem aproveitando uma viagem, ambos bem, ele e seu Harry vivaz e sarcástico. Tom nunca odiou alguém tanto quanto Hirokai.

- Tom, já sabemos que o próximo alvo de Hirokai será a Grã-Bretanha novamente, eu vou nesse ataque.

- Harry voc-

- Eu estou bem. Eu preciso estar lá, eu não vou usar magia, mas eu criei um padrão de runas, nós dois ficamos no círculo depois que eu desenhar, eu digo o cântico e você apenas adiciona a magia e uma gota de sangue no final para ativar, enquanto a pessoa que estiver no círculo fica parada o alvo também  fica, no caso Hirokai. - explica Harry sentando no colo de Tom o abraçando, escutando  seus batimentos cardíacos regulares e fortes enquanto os seus pareciam vacilar.