Minha pele queimou com a perspectiva quando sua mão grudou em minhas coxas, possessivamente, trazendo-me para mais perto do seu corpo.
Mas o seu celular tocou em algum lugar, fazendo-o se afastar. O mesmo alcança o mesmo contra o balcão, olhando a tela por um momento, e em seguida vira-se contra mim, gesticulando. Eu concordei, observando-o sair do quarto enquanto ia atender. Suspirei contra isso, lembrando-me da panela no fogo.
E enquanto tento não deixar queimar, penso no que acabou de acontecer, e no que isso pode significar para nós dois.
Porém eu não deveria ficar preocupada com isso, pois o Justin voltou meia-hora depois, após eu terminar o jantar e concluir sabiamente que provavelmente ele deveria ter fugido, no entanto, pela sua cara perceptivelmente irritada, ele passou os minutos conversando calorosamente com o seu irmão Ledger.
— E então? — Indaguei, curiosa, sentada ao balcão,
— Meu pai voltou. — Justin anunciou, e eu fiz um bico. O detetive que havia contratado ainda não havia dado nenhum espairecer sobre Jeremy; o pai do Justin, no entanto, a volta definitiva dele não era só o que aguçou minha curiosidade. — Definitivamente, ele acabou de aparecer lá em casa.
— E o que ele queria? — Questionei, observando-o andar nervosamente sobre o chão, de um lado para o outro.
— Não sei dizer, o Ledger falou que o mesmo só apareceu lá como se estivesse fazendo uma visita, perguntando sobre mim e o Nox. — Eu levei uma colherada de comida a boca, e concordei, ponderativa.
Mastiguei lentamente até minha voz ser ouvida novamente.
— O que acha sobre isso?
— Eu... não faço a menor ideia. — Murmurou, sincero.
— Hmm... Você quer voltar Justin? Você pode, não precisa ficar...
— Não — o mesmo negou com a cabeça, fitando-me. — Eu não vou, Asy. Eu não estou ansioso para vê-lo, só estou preocupado, entende?
Assenti, sem saber o que dizer.
— E sabe, por mim a noite acabou. Eu vou ir para o meu quarto, ok?
Justin não esperou refutá-lo, e foi embora. Suspirei, comendo minha comida. Acho que tenho minha resposta.
O outro dia veio rapidamente, mas rápido do que pude contar, trazendo-me além de uma manhã ensolarada que não me animou em nada, também uma exaustão conhecida. Olhei o meu reflexo no espelho, fitando-me, ainda tentando desesperadamente empurrar aquela sensação para baixo, a velha sensação de ser uma intrusa em minha própria pele. Nunca soube porque me sentia assim, até descobrir que sou adotada. Realmente sou uma estranha no meu próprio corpo, vivendo uma vida que não deveria ser minha. Respirei fundo. Isso é o que sou agora.
Embora quisesse parar e aproveitar a cidade do qual me encontro, não é uma boa ideia, não estou aqui para me divertir, e sim achar minha irmã inconsequente.
Abri a porta do carro, apoiei minha garrafa de água contra o porta-copos e logo sentei-me contra o banco do passageiro, me afundando nele, ainda mantendo os óculos-escuros bem rente aos meus olhos. Abaixei o quebra-sol contra mim, em seguida enfiei a mão no bolso do macacão, puxando um comprido, coloquei-o sobre a língua, abri a garrafa e levei a água aos lábios.
Suspirei fundo, ignorando a dor de cabeça que se estende através da minha cabeça. Justin não demora muito a vim, e assim que se senta, sinto uma bolha se formando ao redor dele, ameaçando explodir e me levar junto.
Umedeci os meus lábios ressecados, tentando fugir da sensação, porém não tenho escolha. Estou em um carro trancada com ele, não tem para onde fugir.

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Invictus
FanfictionQuando sua irmã desaparece em outro país, Aslo tem que juntar forças com Justin para encontrá-la. Mas em meio a uma aventura desconhecida, o seu passado - até então misterioso - começa a vim à tona, e ela se vê obrigada a decidir se quer desvendá-l...