03. - Hands to dough.

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Uma senhora com bobs no cabelo e um cigarro em mãos me mandou sentar no sofá, o que eu obedeci, retirando uma centopeia colorida de brinquedo que estava no caminho antes. Ainda me sinto tensa, mas vejo que tem crianças na casa, e crianças é um bom sinal. A sala pareceu lotar de pessoas, a mãe da Prim, uma mulher de cabelos negros e longos, cheias de tatuagens, sentou-se contra a cadeira da mesa de jantar, que fica ao lado da sala, e assim como a mulher de bobs, fumava um cigarro. Lugar fechado, legal. Há um homem também, a minha direita, ele parece comer o almoço ou algo do tipo sobre o balcão americano, enquanto me encara fixamente.

- Quem é você? - A senhora indagou.

- Eu sou Aslo Maddox, senhora.

- Aslo? - Ela franziu o cenho. - Você é o que daquela menina com nome estranho?

- Ah, a Nívia... Ela é minha irmã mais velha, senhora.

- Ah, ela me pareceu ser avoada. - Dei um sorriso.

- E ela é. Ela é um pouco impulsiva, faz as coisas sem pensar direito nas consequências... para dizer o mínimo - sussurrei a última parte.

- Por isso que começou a namorar o Knox. - O homem disse rindo, e a mulher sentada a cadeira também riu.

- É... falando nisso. Há quanto tempo eles namoravam? - Indaguei, curiosa. Quero ter uma exatidão.

- Hã, da primeira vez que eles estiveram aqui já faz um ano e uns dois meses. - A mãe de Prim respondeu.

Um ano e dois meses e ela nem sequer citou que estava namorando um garoto? Claro, por motivos óbvios. Mas mesmo assim ela poderia ter mentido, afinal, como eu poderia saber? Nívia jamais imaginaria que eu sairia de Incles ou de baixo das asas da minha mãe.

- E só estiveram aqui há uns seis meses, o Knox não gostava de trazê-la aqui, por motivos óbvios. - Enunciou ela, dando continuidade.

- Pode ser mais específica? - Ela riu, soltando a fumaça do seu cigarro em rodelas sobre o ar.

- Já viu aonde a gente mora? - Ponderei rapidamente.

- No que o seu irmão era envolvido? - Indaguei imediatamente.

- Por que se pressupõe isso? - Ela pareceu imediatamente ofendida, o que me retraiu de forma rápida.

- Porque você mesma deu a entender. - Ela me encarou, fixamente, lábios cerrados. Não entendo as pessoas, se ofender com algo que ela mesma disse seria burrice, mas talvez eu esteja sendo rápida demais em ler a situação. Franzi o nariz com a conclusão.

- Eu não sei nada sobre isso. Ele trabalhava em uma biblioteca. - Respondeu, calmamente, e pelo seu olhar descontraído não encontrei mentiras.

Suspirei.

- Ele desapareceu há um mês, vocês não notaram isso?

- Infelizmente, ele é um adulto.

- Um bem idiota, pelo visto. - Justin disse atrás de mim, parecendo irritado. - Por que ninguém me contou que o Knox desapareceu?

- O que você ia fazer de onde estava? - A mulher de bobs replicou.

De onde estava?

Eu olhei para ele, ouvindo-o suspirar.

- Não importa, vô, eu merecia saber! - Vociferou, e eu tentei compreender a situação.

Mas a prol de trazer a atenção de volta ao que me interessa, ressoei novamente:

- Vocês notaram alguma coisa estranha acontecendo com ele?

- Como eu disse, ele não vinha muito aqui. - A mãe de Prim disse.

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