28 de junho, quarta-feira.
— O que quer dizer com isso? — Indaguei, curiosa, e Justin não conteve uma risada amarga que reverberou pelos meus ouvidos de forma incomoda.
— Você teve o desprazer de encontrar um Prescott no pouco período que esteve em Massachusetts? — Concordei, franzindo o meu cenho. Eu conheci um sim, mas não diria que foi exatamente um desprazer, embora não tenha conseguido respostas de sua parte, ele não me pareceu perigoso.
— Sim, Brazen Prescott — pronunciei o nome, ouvindo-o suspirar.
— Deve ser um dos mais novos — disse ele, levando uma das mãos agilmente em direção ao rádio e ligando-o.
— E então? — Pedi uma explicação concreta. — O que quis dizer?
— Que impressão obteve sobre ele? — Questionou, enquanto abria um pacote de batatinhas. Não compreendo a pergunta, contudo, o respondo.
— Bom, eu não sei bem, à primeira vista ele me pareceu ser falso. Simpático demais, compreensivo, e com certeza mentiroso. Ele mentiu para mim junto com suas amigas, mas não sei te dizer se ele estava sendo leal a Nia ou a ele mesmo. — Subi os olhos. — Eu não sei mesmo, talvez ele seja um garoto legal e eu estava levando para o lado pessoal.
— Não está — Justin garante, olhando para frente. — Tive o infortúnio de estudar com um dos gêmeos Prescott no meu tempo universitário, Jude, o gêmeo mais novo.
Não deixo de notar a raiva na voz, o que só me deixa mais curiosa.
— Você pretende me contar a história toda, ou tem uma tendência de George R.R Martin? — Ele riu.
— Olhe, tudo que você precisa saber é quando um Prescott quer uma coisa, ele consegue, não importa quem se machuque no processo, não importa o que tenha que fazer, eles conseguem. São implacáveis, intocáveis, invencíveis.
— Ninguém é invencível. — Murmurei, contrariada. — Ninguém ganha sempre, nem mesmo eu, confesso.
— Ah, eles são. Absolutamente são. Você sabe quem é Aryan Prescott? — Umedeço meus lábios.
— Fundador da Prescorp? — Arrisco. Ainda que ame aprender coisas, tenho um desprezo total por coisas que se assemelham a qualquer coisa que eu odeio; como guerras e homens que a promovem.
— Bem, tecnicamente ele não fundou nada. A Prescorp antigamente se chamava Harcorp., mas através de uma intervenção médica do seu antigo dono, a família mais próxima; o primo, Hamish Prescott, assumiu o controle da empresa e mudou o nome. — Eu abri minha boca para questionar qual grau de importância tem essa informação, mas Justin não deixa que eu fale. — O que sabe sobre a Indústria Prescott?
— Eles são uma empresa multinacional de construção de armas militares, civis... Tem contrato com o governo, fornece armas de guerra.
— Isso mesmo. Você lê o jornal? — Dou uma risada, apertando o volante entre os dedos.
— Você gosta de um show? — O mesmo dá de ombros. — Sim, eu leio.
— OK. Quantas vezes nos últimos dez anos você viu algo referente a Indústria Prescott? — Vasculho a informação da minha cabeça, categorizando as informações por datas e tipos. Há mais de vinte anos a Indústria Prescott incendeia as guerras com suas armas.
— Talvez mais de quarenta. — Justin concordou.
— Sim. E todas elas envolvendo algum problema, certo? Carregamento de armas foi atacado, roubado, ou armas com o selo Prescott aparecem de alguma forma na mão de terroristas. Entende o que quero dizer?
VOCÊ ESTÁ LENDO
Invictus
Fiksi PenggemarQuando sua irmã desaparece em outro país, Aslo tem que juntar forças com Justin para encontrá-la. Mas em meio a uma aventura desconhecida, o seu passado - até então misterioso - começa a vim à tona, e ela se vê obrigada a decidir se quer desvendá-l...