07. - Committed.

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28 de junho, quarta-feira.

— O que quer dizer com isso? — Indaguei, curiosa, e Justin não conteve uma risada amarga que reverberou pelos meus ouvidos de forma incomoda.

— Você teve o desprazer de encontrar um Prescott no pouco período que esteve em Massachusetts? — Concordei, franzindo o meu cenho. Eu conheci um sim, mas não diria que foi exatamente um desprazer, embora não tenha conseguido respostas de sua parte, ele não me pareceu perigoso.

— Sim, Brazen Prescott — pronunciei o nome, ouvindo-o suspirar.

— Deve ser um dos mais novos — disse ele, levando uma das mãos agilmente em direção ao rádio e ligando-o.

— E então? — Pedi uma explicação concreta. — O que quis dizer?

— Que impressão obteve sobre ele? — Questionou, enquanto abria um pacote de batatinhas. Não compreendo a pergunta, contudo, o respondo.

— Bom, eu não sei bem, à primeira vista ele me pareceu ser falso. Simpático demais, compreensivo, e com certeza mentiroso. Ele mentiu para mim junto com suas amigas, mas não sei te dizer se ele estava sendo leal a Nia ou a ele mesmo. — Subi os olhos. — Eu não sei mesmo, talvez ele seja um garoto legal e eu estava levando para o lado pessoal.

— Não está — Justin garante, olhando para frente. — Tive o infortúnio de estudar com um dos gêmeos Prescott no meu tempo universitário, Jude, o gêmeo mais novo.

Não deixo de notar a raiva na voz, o que só me deixa mais curiosa.

— Você pretende me contar a história toda, ou tem uma tendência de George R.R Martin? — Ele riu.

— Olhe, tudo que você precisa saber é quando um Prescott quer uma coisa, ele consegue, não importa quem se machuque no processo, não importa o que tenha que fazer, eles conseguem. São implacáveis, intocáveis, invencíveis.

— Ninguém é invencível. — Murmurei, contrariada. — Ninguém ganha sempre, nem mesmo eu, confesso.

— Ah, eles são. Absolutamente são. Você sabe quem é Aryan Prescott? — Umedeço meus lábios.

— Fundador da Prescorp? — Arrisco. Ainda que ame aprender coisas, tenho um desprezo total por coisas que se assemelham a qualquer coisa que eu odeio; como guerras e homens que a promovem.

— Bem, tecnicamente ele não fundou nada. A Prescorp antigamente se chamava Harcorp., mas através de uma intervenção médica do seu antigo dono, a família mais próxima; o primo, Hamish Prescott, assumiu o controle da empresa e mudou o nome. — Eu abri minha boca para questionar qual grau de importância tem essa informação, mas Justin não deixa que eu fale. — O que sabe sobre a Indústria Prescott?

— Eles são uma empresa multinacional de construção de armas militares, civis... Tem contrato com o governo, fornece armas de guerra.

— Isso mesmo. Você lê o jornal? — Dou uma risada, apertando o volante entre os dedos.

— Você gosta de um show? — O mesmo dá de ombros. — Sim, eu leio.

— OK. Quantas vezes nos últimos dez anos você viu algo referente a Indústria Prescott? — Vasculho a informação da minha cabeça, categorizando as informações por datas e tipos. Há mais de vinte anos a Indústria Prescott incendeia as guerras com suas armas.

— Talvez mais de quarenta. — Justin concordou.

— Sim. E todas elas envolvendo algum problema, certo? Carregamento de armas foi atacado, roubado, ou armas com o selo Prescott aparecem de alguma forma na mão de terroristas. Entende o que quero dizer?

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