Invictus

05. - The shadows of the past.

PARKERBURG, WEST VIRGÍNIA,

26 de junho, segunda-feira.

Chegamos a Parkerburg como previsto, e logo de manhã repetimos o processo, indagando ao balconista se Knox e Nia estão hospedados na pousada, inventando uma história convincente à medida que a conversa se desenrolava, porém, não tivemos sorte; eles já partiram há algum tempo. É, realmente, tenho a sensação que teremos que procurar as cegas novamente.

Em seguida a isso, voltamos a estrada; eu tenho pressa em terminar com isso. Nossa próxima parada será Edmonton, Kentucky, uma viagem de mais ou menos cinco horas e quarenta minutos, com duas paradas. Na metade do tempo percorrido, paramos em uma lanchonete na beira de uma estrada, e nos acomodamos em um lugar. Justin disse que iria ao banheiro e sumiu logo por lá, à medida que eu encarava o cardápio com desinteresse. Fitei o meu relógio de pulso, constando que deve ser 23 horas em Andorra. Greta foi dormir às 21 horas, duas horas atrás. É melhor não a incomodar, ela fica extremamente irritadiça quando a acordam.

Giro o olhar pelo ambiente, apenas acomodando os olhos as pessoas ao meu redor. De modo que estamos em uma parada em uma avenida movimentada há bastante diversidades, como caminhoneiros, alguns motoqueiros com uma jaqueta de couro com um símbolo específico atrás, casais também e grupo de amigos. A maioria das mesas estão ocupadas, e as garçonetes passeiam com rapidez através do ambiente.

Meus olhos passeiam através das janelas de vidros sujas, o matagal que há ao redor da lanchonete se estende muitos metros atrás, sugando o lugar para a escuridão. Meus olhos param, e eu pisco, contemplando um homem lendo um jornal, boné marrom, casaco verde-escuro, vejo uma barba por fazer crescendo através do seu rosto. Ele não ergue o olhar, sua atenção passeia pelo jornal dobrado em sua mão, enquanto uma xícara de café é levada a boca. Isso me faz lembrar uma coisa. Peguei meu celular no bolso do casaco, e entrei no site para rastrear carros. Digitei a placa: 12F-K64, Massachusetts. Descobri logo que saiu de uma locadora como o meu. Então se eu olhar para o estacionamento vou encontrar o mesmo carro de ontem à noite, um jaguar F-Pace preto. Poxa, eu não esperava por isso.

Retirei uma fotografia do bolso, e coloquei-o sobre a mesa, fitando-a, em seguida deslizei mais contra o meu assento, suspirando. Justin está demorando. Olhei para a porta, mas ele não saía de lá. Nia, Nia, Nia... Quando eu a encontrar... Suspirei, irritada. Guardei novamente a fotografia, e uma garçonete finalmente aparece para me atender. Americanos reforçam o café da manhã comendo muita gordura; bacon, linguiças e panquecas, almoço para eles é fast-food, e a única refeição que eles se juntam de verdade é o jantar, mas até isso há controvérsias de minha parte. E pelo que vejo através do cardápio, o jantar só começa a ser servido às 7 da noite, daqui há uma hora e quarenta minutos. Bufei, soprando o cabelo para fora da visão.

- Já sabe o que irá querer? - A garçonete indagou, um caderninho em mãos, ela não parece ser muito mais velha do que eu, no seu crachá está escrito Júpiter. Nome diferente, bonito. Fitei-a por um momento, séria. Ela é bonita, e me parece estranhamente familiar; não sei porque, não lembro do seu rosto, e eu certamente me lembraria se já a tivesse visto. Deve ser impressão. Seus fios castanhos-aloirados se prendem fixamente no topo da sua cabeça em um coque, e ela tem maçãs do rosto salientes; bem demarcadas em seu rosto fino anguloso. Sorrio para ela, e vejo lentamente os cantos dos seus lábios esticarem em um sorriso forçado quando ela me olha, seus olhos azuis-esverdeados parecem cansados. A olho com complacência, eu também odiaria trabalhar com o público.

- Eu vou querer 2 hambúrgueres artesanais, costeletas de porco com molho barbecue, uma porção média de frango frito, e um refrigerante grande e um suco. - Fiz uma careta. Sinto as veias do meu coração inchando só em dizer nisso.