ATO I
CENA IISéculo XVII.
Pádua.
Praça pública. Diante da casa de Hortênsio.
(Entram Petrúquio e Grúmio.)Petrúquio: Grúmio, deixamos Verona para rever meu velho amigo Hortênsio. Sua casa é essa, Grúmio. Anda, bate!
Grúmio: Bater? Bater em quem?
Petrúquio: Faz o que eu digo, bate-me com toda força!
Grúmio: Mas por quê?
Petrúquio: Ora, eu ordeno que me bata contra essa porta, seu animal!
Grúmio: Meu chefe está querendo brigar mesmo. Já sei que vai sobrar pra mim.
Petrúquio: Então não vai bater? Pode deixar que eu mesmo faço isso!
Grúmio: Socorro! Ele está louco! (Petrúquio pega Grúmio e joga-o contra a porta da casa de Hortênsio.)
Hortênsio: (Entrando.) Mas que barulho é esse aqui!? Olha, meu amigo Petrúquio! Quanto tempo! (Apertam-se as mãos). E você Grúmio, o que faz aí no chão?
Grúmio: (Grúmio se levanta.) Sabe o que é, Hortênsio? É que o meu senhor aqui disse que... (Petrúquio observa-o com uma cara ameaçadora.)
Hortênsio: Disse que...?
Petrúquio: Disse que era para ele bater na porta, só que o jegue brincou de policial e tentou arrombá-la.
Grúmio: Eu o quê?! Foi você que me jogou contra essa... (Grúmio é interrompido).
Petrúquio: (Grita.) Cala a boca seu idiota! Ou quer que eu vá para perto de você?
Grúmio: Escravidão é osso! É só isso que eu digo!
Hortênsio: Grúmio, Grúmio. (Disse rindo.) Petrúquio, vamos ao que interessa: o que o traz aqui em Pádua?
Petrúquio: Meu pai acaba de morrer. Então decidi me casar do melhor jeito possível e enriquecer rápido!
Hortênsio: Perfeito. Então eu conheço a mulher perfeita para isso. Seu nome é Catarina. O pai dela possui uma imensa fortuna, porém ele não deixará que sua filha mais nova se case até que essa se case primeiro.
Grúmio: (A Petrúquio.) Legal, pelo menos assim eu vou ter um motivo pra não ficar perto de você.
Petrúquio: (Ignorando Grúmio.) Ótimo! E você quer se casar com a mais nova, não é?
Hortênsio: Exatamente, mas primeiro precisa me apresentar como professor de matemática ao pai dela. Combinado? Ah, só devo lembrar que não sou o único que gosta da doce Bianca. Há também o meu rival, Grêmio, que também está tentando se aproximar dela.
Petrúquio: O que estamos esperando? Vamos à busca de nossas amadas!
Grúmio: E lá vamos nós de novo!
Petrúquio: Anda seu imprestável, vai! (Petrúquio empurra Grúmio. Saem Hortênsio, Petrúquio e Grúmio.)
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A Megera Domada (Shakespeare)
HumorBatista é um senhor muito rico da cidade de Pádua. Tem uma bela casa e uma imensa fortuna. É viúvo e tem duas filhas: Catarina e Bianca. Bianca é doce, inteligente, gentil e tem muitos pretendentes. Porém, seu pai não permite que ela se case até que...