ATO II
CENA IIISéculo XVII.
Pádua.
Uma praça pública. Em frente à igreja.
(Entram Batista, Bianca, Lucêncio vestido como professor, Trânio vestido como Lucêncio, Grêmio e Hortênsio. Catarina e Petrúquio entram em seguida.)Petrúquio: Cavalheiros e amigos, obrigado por virem à cerimônia. Sei que pensavam em todos nós irmos jantar hoje, mas a pressa me chama para longe.
Batista: Não pode deixar para ir depois do banquete?
Petrúquio: Não posso, meus negócios em Verona me esperam.
Trânio: Petrúquio fique.
Petrúquio: Não posso.
Hortênsio: Eu também peço, fique.
Petrúquio: Não dá.
Grúmio: É patrão, fica.
Petrúquio: Você não manda em mim.
Catarina: Eu peço que fique.
Petrúquio: Isso me agrada.
Catarina: Isso o quê?
Petrúquio: Agrada que me peça, mas não vou ficar.
Catarina: Se me ama mesmo, fique. (Bate o pé no chão.)
Petrúquio: (Bate o pé no chão.) Estou decidido. Grúmio, vai buscar o cavalo!
Grúmio: Não.
Petrúquio: Vai! Anda! (Sai Grúmio.)
Catarina: Pois bem, faça o que bem entender, mas daqui eu não saio. É bem da sua espécie se comportar assim logo de início.
Petrúquio: Acalme-se, minha Cata! Não fique brava.
Catarina: Eu estou calma, muito calma. Mas fiquem tranquilos: ele não vai embora até que eu mande!
Grêmio: Agora é a esposa que veste as calças aqui.
Petrúquio: Não adianta, se eu disse que vou, é porque vou! Vocês vão ao banquete. Quanto a minha noiva, parte comigo. (Segura Catarina pelo braço.) Não tenha medo minha Cata, pois ninguém irá tocá-la. Irei protegê-la contra mais de um milhão! (Saem Petrúquio e Catarina.)
Batista: Que parta esse casal tranquilo.
Grêmio: (Rindo.) Se não partissem eu iria estourar de rir.
Trânio: Nunca vi casal mais doido.
Lucêncio: (A Bianca.) Senhorita, que opinião me dá sobre sua irmã?
Bianca: Ela é louca, casou-se loucamente.
Grêmio: Pois eu te garanto que Petrúquio está catarinado. (Entra uma viúva.)
Viúva (Elisabeth): Com licença, estou procurando uma casinha para alugar aqui na cidade. Vocês sabem de alguma?
Bianca: Sim. Tem uma bem ao lado da nossa, mas é muito pequena. Só dá para uma pessoa morar lá.
Batista: Você tem muitos filhos?
Viúva (Elisabeth): Não. Na verdade meu marido morreu faz um tempo. Estou sozinha nesse mundo. Acho que essa casa será perfeita para mim. Poderiam me levar até lá? Sou nova na cidade.
Batista: Claro, estávamos indo para lá agora mesmo. Vamos cavalheiros? (Saem Batista, Bianca, Grêmio, Hortênsio, Trânio, Lucêncio e a viúva.)
FIM DO SEGUNDO ATO.
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A Megera Domada (Shakespeare)
HumorBatista é um senhor muito rico da cidade de Pádua. Tem uma bela casa e uma imensa fortuna. É viúvo e tem duas filhas: Catarina e Bianca. Bianca é doce, inteligente, gentil e tem muitos pretendentes. Porém, seu pai não permite que ela se case até que...