Bruno

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Que ingênuo da minha parte foi falar de ti como se pusesses as estrelas no céu. Enganaste-me bem. Nunca pensei que a tua simpatia fosse um disfarce, mas agora vejo que debaixo dela existe apenas frieza e calculismo. Acho que no fundo acabaste por te convencer que eu era irremediavelmente tua. Foi esse o teu maior erro. Tomar-me como tua, apenas tua. Quando na realidade eu não sou de ninguém. Nunca te imaginei como sendo do tipo ciumento mas agora vejo somente cólera por trás dos teus olhos. E apesar de teres tornado num monstro, eu estou bem. Apenas me sinto desiludida, tal como uma criança à qual foi prometida uma prenda e recebe outra no dia de Natal. Como se tivesse sido vítima de uma publicidade enganosa. A verdade é que me mentiste sobre quem eras. Mas independentemente disso, estou em paz e viva. E talvez viva agora ainda mais abertamente porque sei como me bastar a mim própria. Contigo aprendi que não me devo prender a ninguém e que sobre circunstância alguma devo deixar que prendam as minhas asas. Pois sem ti voo e voo livremente...

A rapariga que falava com os lobosOnde histórias criam vida. Descubra agora