Nunca vou entender porquê que só tu despertas em mim estes sentimentos. Descarga elétrica. Alta voltagem. Energia percorre todo o meu corpo quando vejo aquele nome na minha tela. As minhas mãos ficam mais frias, os meus batimentos cardíacos mais rápidos, todos os meus sentidos mais apurados. Como se pudesse ouvir o sangue que viaja pelas minhas veias. Um formigueiro envolve o meu corpo e eu tenho a certeza que hoje não vou dormir. Na minha cabeça. Um quarto de hotel vazio. Aquele quarto de hotel, do qual felizmente não me recordo o suficiente para descrever. E tu. De alguma forma ainda aqui, passados todos estes anos. Alguns dias ocupas um espaço maior, outros um mais pequeno. Mas nunca desapareces. Tentas me enganar de todas as vezes, mas eu já sei que quando vens não ficas por muito tempo. Ainda assim em vez de deixar de te procurar, aproveito o pouco de ti que me resta. Já não me magoa, aprendi a não esperar muito de ti. Por muito que a minha mente faça de ti um deus tu não passas de um mísero homem .Um mortal como todos os outros. A verdade é que estás velho, não és nem a carcaça do homem que eu conheci. Tornas-te previsível, dócil ou talvez o muro de fantasia só se tenha derrubado e eu finalmente te veja como realmente és.
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A rapariga que falava com os lobos
PoetryUma coletânea de textos sobre os meus anos adolescentes e as desilusões de uma rapariga apaixonada