Trilogia amores latinos: livro 3, coisas do destino...

🌹Capítulo 07🌹

"O amor é uma linda mentira... A mais doce e atraente das mentiras, e talvez por isso, seja a que mais nos machuca", era nisso no que Frederico pensava ao ter em suas mãos bem perto de si, do seu coração, a foto da única mulher que ele foi capaz de amar. Uma mulher que brincou com os seus sentimentos, o traiu e por fim o abandonou... Uma mulher que ele não ousava nem pronunciar o nome...

- Esses olhos verdes... Esses olhos que eu tanto amei; dizia para si mesmo, sozinho em seu quarto, tentando não chorar - Eu te amei tanto... Te amei de um jeito que nunca fui capaz de amar ninguém... E o que você fez com o meu amor? Você o jogou no chão, e ainda pisou nele... Por amor a você, fui capaz das maiores loucuras que um homem poderia ter feito por uma mulher, e você não soube reconhecer nenhuma delas; ele havia rasgado e queimado a maioria das fotos dela, mas aquela que ele segurava era especial, e por isso ele não a rasgou... Aquela foto ele mesmo tirou, quando descobriu que ela estava grávida do filho mais novo dele, único fruto de todo aquele amor, que ele agora desprezava mais que tudo, por lhe lembrar da suposta traição da mulher que tanto amou, que o enganou e abandonou, e ele nunca mais viu, desde que o filho deles... O filho dela, nasceu, num parto que ele mesmo teve de realizar as pressas, para salvar a vida dela e do bebê, do filho dela - Onde estará você agora? Onde foi parar todo aquele amor... Todo aquele amor que sentíamos um pelo outro? Foi mesmo real, tudo o que você sentiu por mim? Ou foi mentira desde o início? No passado, teria dado a minha vida para saber disso, e entender a sua traição... Entender o porquê de você ter me magoado tanto... Mas hoje... Hoje, nem mesmo sei o que quero... Sou um homem sem sina, desejos, ou vontades... Sou um homem morto por dentro... Um fantasma... Um mero reflexo invertido do que um dia... Do que um dia eu já fui... E tudo isso por sua culpa... Por culpa das suas mentiras e traições; umedece seus lábios com a língua - Eu te amei de verdade... E você me traiu, sua... Eu te amei... E até cheguei a pensar, por um tempo, em nosso passado, que você também me amava, mas era tudo mentira! Tudo mentira! Você nunca me amou... Você sempre me iludiu com suas palavras doces, e o seu corpo... Seu corpo que sempre me enlouquecia...

Alguns anos antes...

Ele a observava dormir em sua cama, mais linda que a virgem, seus cabelos negros, longos e macios feito seda, cobrindo seu rosto parcialmente. Seus lábios, que mais pareciam dois pequenos e delicados botões de rosa, seu corpo nu, meio coberto por um lençol que deixava muito pouco a imaginação. Aqueles olhos de gata, que tanto o hipnotizavam e enlouqueciam, se abrindo lentamente, para o seu deleite...

- Sempre me observando, meu querido... Você nunca perde essa sua mania; ela fala um pouco manhosa, com um sorriso em seu rosto angelical, se espreguiçando - E então? Você está aí, me observando há muito tempo?

- Não.. Não tanto quanto eu gostaria... Mas talvez o suficiente para saber que você é o amor da minha vida; ele lhe falava mansamente, de uma maneira doce e meiga - E  poderia, muito bem, te observar a vida inteira, que ainda sim seria muito pouco; havia muito amor na troca de olhares deles - As vezes eu queria ter o poder de parar o tempo, nem que fosse só por alguns instantes; ele estava sentado numa cadeira de balanço, que sempre estava de frente para a cama - Só para poder te observar dormir, e te amar no mais absoluto silêncio... Num silêncio que me permite apreciar cada detalhe de ti, que em separado são belos e angelicais, mas que em conjunto, formam a mais bela obra de arte do mundo... Uma Vênus viva e animada por uma alma nobre e bonita...

- Você diz cada coisa, Frederico... Cada coisa linda, que eu nem sei o que te dizer depois de ouvir tudo isso; ela se levanta da cama, cobrindo seu corpo com o lençol, indo em direção a ele, e sentando em seu colo, ele usava só a parte de baixo do pijama - Você me diz coisas tão lindas; começa a brincar com os pelos do peito dele, enquanto ele alisava as costas nuas dela - Coisas essas, que eu sei que são sinceras; põe uma de suas mãos em concha no peito esquerdo, bem em cima do coração dele - Pois essas coisas tão lindas que você me diz, vem do seu coração...