🌹🌹Capítulo 12🌹🌹

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No capítulo anterior...

- E então? - Ela o encosta contra a parede, literalmente, assim que ele leva os animais para as baías deles, com suas mãos esparramadas no peito dele; pensou sobre o meu pedido de casamento? Sim? Ou não, Otávio?

- Todos os dias; ele lhe responde com sinceridade - Não deixei de pensar um só dia nesse seu pedido, desde que ele foi feito...

- Isso é bom... Muito bom mesmo, para bem te dizer a verdade; ela diz sorrindo - Isso prova uma coisa muito importante para mim...

- O que? - Seu corpo começa a tremer quase que involuntariamente, diante da proximidade dela; o que isso prova, senhorita Narvaez?

- Que você não é nem um pouco indiferente a mim; começa a fazer uma trilha de beijos por todo o pescoço dele, mas para tão subitamente, quanto começou - Mas e o pedido? Qual é mesmo a sua resposta, Otávio?

Agora...

- Eu acho que sou mais louco do que a senhorita... Do que você; finalmente vence a sua própria timidez, a enlaça pela cintura, com seus lábios bem próximos dos dela, sem desviar os seus olhos daquelas duas pérolas negras que eram os olhos dela - Talvez um dia eu me arrependa do que vou te dizer agora, mas que se dane... Ao menos uma vez na vida farei o que quero e o que desejo mais que tudo na vida...

- E então? - Pergunta sem desviar seus olhos dos dele; qual é mesmo a sua resposta?

- Sim... Eu aceito me casar com você, e que Deus e a virgem tenham piedade de mim...

- Ah, Otávio; diz mordendo seu lábio inferior de leve - Quando vai calar a boca, e me beijar de uma vez?

Sem mais delongas ele finalmente captura seus labios nos dele, num beijo que a princípio parecia que seria suave e calmo, como uma manhã de abril. Mas que no final, foi tão violento quanto uma noite de novembro, e mais quente que uma tarde fresca de verão.

- A senh... Você... Será que o que estamos fazendo é real ou certo? Tenho minhas dúvidas; diz interrompendo o beijo, sem deixar de segura - la em seus braços - As vezes tenho muito medo de que isso seja uma ilusão...

- Se isso for real ou apenas mais uma ilusão; diz ela ainda com suas mãos em volta do pescoço - Que diferença faz? Se for real, pode ser que seja passageiro... Entretanto se for uma ilusão, ainda há chances de existir o para sempre... Portanto, meu querido noivinho, não se prenda tanto a esses pequenos detalhes e apenas viva o momento, que pode muito bem ser eterno, e ao mesmo tempo não durar nem meio dia...

- A senh... Você diz cada coisa; fala ainda hipnotizado com o perfume que vinha da pele e dos cabelos dela... Um cheiro que pertencia apenas a ela, e mais ninguém, lavanda, canela e um leve toque de madeira - Cada coisa maluca, e sem sentido... Mas que mesmo assim, de alguma maneira fazem muito sentido pra mim...

- Sabe de uma coisa? - Ela pergunta maliciosa; você é muito melhor beijando do que falando...

- Então? Quer que eu te beije de novo?

- Se está perguntando, é porque não me conhece direito; tira o chapéu da cabeça dele e coloca na sua - Entretanto se me conhece bem, creio que já sabe a minha resposta para essa sua pergunta...

A resposta dela era mais do que óbvia para ele, que em alguns meses já começava a decifrar o enigma que era Maria Alejandra Narvaez...

Miguel...

Os meus planos estavam em risco, e tudo por causa do filho mais novo do meu tio, eu tinha que dar um jeito nele sem chamar atenção. Pois mesmo indiferente ao filho, meu tio o amava, só pelo fato dele ser filho do grande amor de sua vida, Vitória Sánchez... Já em casa depois de um bom banho, eu esperava pela volta de minha esposa, ela estava na Capital, resolvendo alguns negócios. Lúcia não tardou a chegar, e logo veio até mim, me dando um beijo. Eu odiava seus beijos sem paixão, e o toque de sua pele fria, quase gelada, ela era e sempre foi uma mulher desinteressante. Só me casei com Lúcia, para que ela não fosse do Álvaro, e também porque queria acabar com ela, o que sinceramente, ainda quero.

- Você parece preocupado; diz interrompendo o beijo e se afastando de mim - Aconteceu alguma coisa durante a minha ausência? A Alejandra está bem?

- Sempre se preocupando com a sua querida Alejandra, você parece mais a mãe dela do que a irmã; isso faz ela engolir em seco, como se eu já não soubesse da verdade - Mas não se preocupe, ela está bem... Bem até demais, eu diria... E cada vez mais perto daquele tal Otávio...

- Isso é bom; se senta num dos sofás, mais que cansada, e começa a tirar suas botas, com elegância, ela podia ser uma mulher sem paixão, mas uma coisa era certa, mesmo com uma roupa cheia de poeira e suor, ela não deixava de ser o que sempre foi e nasceu para ser, uma mulher elegante e de classe - Pelo menos assim, ela fica longe de seu caminho, e nem te provoca, como sempre faz...

- Mas eu não a quero perto de um dos nossos peões; suspira - Ela deveria se aproximar de jovens como Alfonso del Omo, e não de sujeitinhos como Otávio Olivares...

- Pois se quer saber a minha opinião sincera? - Pergunta depois de muito pensar; prefiro a Alejndra perto de um homem como o Otávio e não do irmã o mais novo do Álvaro Sifuentes, que nos odeia... Porque Alfonso além de ser meio irmão de um homem que nos odeia, também é; "tio da Alejandra", era o que ela queria dizer, ao em que pensava muito frequentemente nesses últimos dias - Ele é apenas um bom amigo da minha irmã... Aleiandra o vê como um irmão... E nada mais... Já esse tal Otávio, mesmo sendo um peão, como você insiste tanto em me lembrar, mesmo que no passado também tenha sido um, é um homem honesto e trabalhador, e conviver com ele, pode até fazer bem, a mimada da minha irmã..

- Vai continuar pensando assim, se do nada ela resolver se casar com ele? Ou isso também pode fazer bem a sua irmã?

- Não sei; ela diz um pouco cansada - Se essa for a decisão dela, se ela o escolher como marido, o máximo que posso fazer, é respeitar a decisão dela, Miguel... Alejandra já é uma mulher de quase vinte e cinco anos, não posso decidir com quem ela vai casar em pleno século vinte e um, e nem tão pouco você... Que não é nada dela...

- Mesmo assim; digo tentando parecer calmo e tranquilo - Não permitirei que haja nada entre... Entre a sua irmã e aquele tal Otávio, que para mim não passa de um golpista...

- Faça o que quiser; diz ela depois de calçar suas sandálias e guardar suas botas - De qualquer forma, Alejandra nem vai te escutar mesmo, caso ela queira mesmo ter alguma coisa com esse rapaz... O mais certo é que ela te ignore por completo, e faça exatamente o oposto do que você quer, fazendo o que lhe dá na veneta, já que ela sempre foi assim, e nunca vai mudar..

- Isso é o que vamos ver...

(Narradora)

Cidade do México...

Vitória esperava ansiosa para saber quais as novidades que Eduardo Quiroga tinha a lhe dizer sobre o seu filho. Ela estava ansiosa, os dois ainda estavam no jardim, quando Tobias apareceu visivelmente preocupado, sem se anunciar, ficando longe do campo de visão deles, bem na hora em que Eduardo ia dizera Vitória, o nome de seu filho.

- E o meu filho, senhor Quiroga? - Ela perguntava um pouco aflita; como ele se chama? Pergunto porque fui afastada dele assim que ele nasceu, e nunca soube o nome que... Que o pai dele lhe deu...

- Senhora Mendonça; continuava Eduardo, em seu tom mais que profissional de ser e agir - Seu filho, ele se chama...

- Dona Vitória; Tobias aparece aflito vem diante deles - Creio que está na hora de seu descanso... A senhora Já ficou aqui tempo demais, de modo que se ficar mais tempo aqui, pode acabar agravando ainda mais o seu estado de saúde...

- Ainda não, Tobias... Só irei descansar, quando o senhor Quiroga, responder a minha pergunta; ela diz apoiando o peso de um lado de seu corpo, em sua bengala, ainda sentada onde estava - E então? Qual o nome do meu filho?

- Está bem, senhora Mendonça; Continua Eduardo - Seu filho se chama...

Continua...

Trilogia amores latinos: livro 3, coisas do destino... Onde histórias criam vida. Descubra agora