👽 •• 9 •• SANGUE ALIENÍGENA •• 👽

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SÁBADO, 22 DE SETEMBRO DE 2012

No sábado pela manhã, os alunos e funcionários do Constelação só falavam no ocorrido da noite anterior. Durante a aula extra de química, o silêncio no laboratório era de deixar qualquer um intrigado.

Atrasada, Hillary entrou na sala e passou direto para a mesa onde Karen e seus amigos analisavam ácidos e bases em um silêncio assustador. Ela tirou de dentro do xale um jornal e o jogou sobre a mesa.

— Viram isso?

Karen olhou para os lados e viu que os amigos de Hillary se questionavam com risos o motivo de ela ter ido primeiro aos Ferdinandz. Ela deslizou o jornal e leu a manchete:

— "Óvnis são avistados em Alverne Dourado na noite de ontem."

— Isso é sério? — Henry puxou o jornal e riu sem acreditar.

— Sim. — afirmou Hillary, apontando para um parágrafo em específico da matéria. — Eu não acredito que meu pai fez isso.

Os olhos de Karen alcançaram o parágrafo indicado por Hillary, e ela leu em voz baixa para todos os amigos na mesa:

— "Devido aos ocorridos do dia 5 e 19 desse mês, todos os alvernenses deverão estar em casa às dez em ponto. Viaturas farão a ronda nas ruas para garantir a segurança da população."

Todos ficaram calados, sem reação. Principalmente os gêmeos.

Karen riu e debochou:

— A polícia quer evitar que os moradores saiam nas ruas, mas é a primeira que morre pra seres de outro mundo.

— A coisa está crescendo. — comentou Dennis, virando para Karen logo depois — tem certeza que quer continuar?

— Sim.

Em seguida, Jenny entrou na sala e passou direto para a mesa do grupo, jogando seu fichário ao lado do jornal, escondido rapidamente por Henry.

— O que aconteceu? Vocês estão bem?

Karen olhou para Jenny. A sua vontade era a de perguntar diretamente se ela tinha a ver com tudo aquilo. Porém, apenas sorriu e negou.

Na mesa de Ally, Dylan estava inquieto acerca do que a namorada e os outros conversavam. Deixou o lápis cair sobre o caderno e os encarou fixamente. Em seguida, ouviu um dos amigos perguntar:

— Hillary e os Ferdinandz? Será que ela está os ameaçando?

Ally e os amigos riram, menos Dylan, que encarou a namorada e quando quis levantar para ir até a mesa, Nora Smith, a fria e ríspida inspetora abriu a porta e puxou de uma prancheta uma lista. Como sempre séria e sombria, a mulher recitou, enquanto parada na porta dupla de entrada do laboratório:

— Aretha, Dennis, Dylan, Henry, Hillary e Karen. Os seis estão sendo chamados na direção.

Um silêncio profundo reinou na mesa de Ally quando Dylan, desconfiado, afastou a cadeira e levantou. Ele pôs a bolsa transversal sobre o ombro envergonhado, e Alice o insultou:

— Você merece Hillary, seu mentiroso de merda.

Dylan ignorou o comentário. Se juntou ao quinteto em silêncio, e ao fechar a porta, mostrou o dedo do meio para Alice.

Os seis acompanharam Nora até a direção, calados, sem serem observados pelos poucos alunos nos corredores. Karen deu uma espiada de lado para Hillary e percebeu que ela estava extremamente inquieta e em momento algum se importava com o que acontecia.

Já Dennis tocou levemente seu braço e murmurou:

— O que vai dizer?

— Eu sei me virar. — Karen respondeu, diante da entrada da diretoria.

Separados Pelo Tempo: Segredos Alienígenas Parte I | Wattys 2021Onde histórias criam vida. Descubra agora