👽 •• 16 •• QUANDO UMA LENDA SE TORNA REAL •• 👽

167 27 15
                                    

TERÇA, 16 DE OUTUBRO DE 2012

— Não acha estranho papai ter ficado em casa ontem, Henry?

Karen questionou ao irmão e o viu concentrado enquanto solava uma música do Motörhead no violão. Ela revirou os olhos e suspirou. Deixou de lado uma revista sobre skate que lia e tornou a chamar Henry:

— Você me ouviu?

— Claro. — O rapaz afirmou, deixando de lado o violão. — Também estranhei, mas, ele ficou assustado com o que dissemos sobre Lauren.

O celular de Karen vibrou, porém ela ignorou a ligação. Sentia-se muito cansada após aquele dia puxado no qual teve que fazer duas páginas de exercícios de matemática antes do jantar. Deitou sobre a cama e passou a ler na revista uma entrevista de um skatista renomado. No fundo, Karen desejava ter uma habilidade daquelas, mas se sentia inútil por saber apenas três manobras de skate e baixa autoestima a fez deixar de lado a revista e puxar assunto com Henry, concentradíssimo na música que tocava:

— Ainda não tive tempo de perguntar. Por que você foi ficar no hospital no sábado?

— Eu precisava confessar uma coisa. — disse o rapaz, sem deixar de tocar um solo qualquer usando a escala pentatônica. — É bem pessoal, de mim mesmo, algo que guardei por um bom tempo...

— Sua rivalidade quando criança? — Supôs Karen.

E a música logo parou de tocar. Henry sentiu-se na obrigação de dar uma explicação à irmã, entretanto não conseguiu.

Compreensiva, Karen levantou da cama e sorriu. Percebeu o silêncio de Henry e o elogiou:

— Sempre soube que você tinha isso entalado até hoje. É, se isso te fez melhor, parabéns, fez o certo. Só acho que não devia ter contado à Lauren sobre isso.

— Ela iria ficar sabendo de qualquer forma. — explicou.

— Mas não a uma garota que ainda está assustada por estar num hospital.

Henry permaneceu em silêncio, olhando para a decoração do dormitório. Para ele, alguns pôsteres deviam ter sido jogados fora, pois havia bandas que ele não conseguia mais ouvir por terem marcado de forma ruim alguns momentos de sua vida, e o desaparecimento de Lauren era um.

— É, teria que ser um de nós mesmos para contar isso. — cedeu Karen. — Sabe, às vezes acho que minha busca pela verdade não vai dar em nada também. — Em seguida comentou, sentada na cama e com as mãos apoiadas sob o queixo.

O comentário da irmã foi extremamente contraditório para Henry:

— Mais do que já está dando? Karen, qualquer um nessa escola acha que só existe alienígena naquele filme avatar.

— Será que está? — Karen levantou da cama e ergueu os braços. Foi até o banheiro e lavou o rosto enquanto conversava com o irmão. — Isso fica entre nós: Estou com medo dessas dores de cabeça da Lauren, mas como ninguém pode nos ajudar, é melhor ficar em silêncio.

A curiosidade de Henry o fez apanhar a revista da irmã e ler ao menos o sumário. Achou interessante, mas ainda preferia o violão. Ao ouvir Karen, concordou com ela, mas acabou mudando de assunto de forma brusca:

— Tem algo que queria te perguntar.

— Tá, vai em frente. — ela se encostou na porta, enquanto escovava os dentes. — O que quer saber?

Curioso, Henry logo questionou:

— Você e Dennis. Você gosta realmente dele?

Karen se engasgou com o ardente creme dental. Apesar de ser irmão, Henry quase nunca se metia em sua vida amorosa, e a curiosidade repentina fez Karen dosar seu humor para pegar mais leve com o irmão:

Separados Pelo Tempo: Segredos Alienígenas Parte I | Wattys 2021Onde histórias criam vida. Descubra agora