👽 •• EPÍLOGO •• JURAMENTO DE INFIDELIDADE •• 👽

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SEXTA-FEIRA, 30 DE NOVEMBRO DE 2012

Onze dias depois

Após apertar o botão da trava automática do seu automóvel, Frederick Ferdinandz admirou a decoração externa do Internato Constelação, que já estava sendo preparada para o Natal. Ele olhou a paisagem ao redor do estacionamento e sentiu uma grande diferença. Embora a cidade tivesse um clima frio, aquela noite de novembro estava sendo um pouco quente e ele sentia que suava por baixo de sua roupa.

Frederick estranhou o vazio naquela noite de sexta-feira e percebeu que restava na escola poucos alunos, pois foi o último dia de aulas. Sentiu-se um pouco aliviado ao saber que os filhos estavam em casa, e um pouco de dor de cabeça ao pensar em deixar Lauren encarar o sexto ano todo do começo em 2013 - o que lhe rendia muitos lamentos da garota ao saber que os outros irmãos estavam indo para o segundo ano do ensino médio.

O farol de um veículo se acendeu por trás das grades do portão ornamental da entrada da escola, e ele imaginou que fosse quem esperava. O portão se abriu, e outro carro de luxo cruzou o estacionamento. Frederick murchou quando a porta do motorista se abriu.

— Boa noite, chegou cedo hoje. — Alberto Mattwis trancou o carro e se aproximou do ruivo, meticulosamente sério. — acabei chegando de Florilândia pela tarde e por isso só tive tempo de vir agora.

Frederick ergueu uma sobrancelha e riu à força. Alberto pediu para que ele lhe seguisse, e não percebeu a indiferença do amigo em sua pergunta:

— Por que você veio usando kilt hoje?

— Ah, hoje é St. Andrew's Day. — respondeu Frederick, sem se importar sobre o olhar de julgamento de Alberto sobre seu kilt – uma saia xadrez vermelha e longa com trajes formais na parte de cima. — por isso não vou demorar, vamos comemorar em família, é o feriado nacional da Escócia e eu decidi vir pronto para ser liberado cedo.

Alberto grunhiu em aprovação. Já Frederick decidiu não continuar o assunto. Guardou a bandeira azul com um X branco que representava o feriado dentro do bolso do colete preto e seguiu o colega em silêncio.

O prefeito caminhou ao lado de Frederick pelos corredores vazios do internato. Ele puxou assunto sobre algo que não imaginava qual seria a resposta de Frederick:

— Como estão seus filhos depois do que aconteceu?

— Ah, estão bem. — respondeu o ruivo, ainda caminhando pelos corredores desertos e alguns até mesmos escuros. Alberto seguiu até a divisa dos blocos de dormitórios ouvindo o amigo. — Andei planejando com Melissa as férias deles. Ela vai pra Escócia em janeiro, a bisavó de Lauren quer vê-la. Karen e Henry vão também, e Karen insiste em visitar a Rússia, mas não sei se é uma boa ideia. E seus meninos?

Alberto acendeu um cigarro, sequer se importando se poderia ou não fumar no corredor da escola. A cidade era dele. Por quatro anos. Ele contou:

— Hillary está mais calma agora. Desde quando ela terminou o namoro com Dylan, está mais reservada ultimamente, só anda com a turminha dos seus filhos. Não sei o que ela anda aprontando com eles...

— Bebidas e drogas eu sei que não é. — disse Frederick sobre a insinuação de Alberto, o que causou um incômodo no amigo, mas ele não poderia falar nada, afinal o próprio fazia tais comentários sobre a filha, alguns até piores.

Alberto não respondeu mais nada ao seu amigo. O seguiu, e diante da porta do falso almoxarifado, se arrumaram. Colocaram as toucas ninja na cabeça e com uma chave diferenciada, o prefeito abriu a porta. Empurrou o fundo falso deslizante do armário e checou se não havia ninguém ao redor deles.

Separados Pelo Tempo: Segredos Alienígenas Parte I | Wattys 2021Onde histórias criam vida. Descubra agora