2. Oi!

479 41 52
                                    

Meredith Pov.

Meu expediente termina e eu estou exausta depois de todas as cirurgias que realizei. Chego na sala de atendentes e me jogo no sofá criando coragem para trocar de roupa e ir para casa. Fecho os olhos e massageio minhas têmporas por uns segundos, nossa que dor de cabeça. Um tempo depois sou interrompida por Nathan.

-Oi, cansada?

Ele pergunta já sentando ao meu lado.

-Exausta. Parece que todo mundo precisou de cirurgia de emergência hoje.

-Vi seu nome no quadro de cirurgias o dia inteiro, você comeu algo pelo menos? Algo diferente de café com biscoitos?

Ele pergunta sorrindo, pega uma de minhas mãos e faz uma massagem.

-Não me aguentaria em pé se não tivesse comido algo além do café, teria desmaiado, não faço mais essas loucuras.

Eu respondo sorrindo para ele que agora massageia minha outra mão.

-Quer que eu te leve em casa?

Ele pergunta e eu não recuso, já que mal consigo me manter em pé.

-Sim por favor... Vou trocar de roupa bem rápido.

-Pode demorar o tempo que quiser, sem problemas.

Nathan se separou de Megan há um ano, ele retornou para Seattle e trabalha no Grey Sloan desde sua separação.
Nos reaproximamos, eu confesso que fiquei feliz por ele ter voltado, me sinto bem ao lado dele, sobretudo por sermos bons amigos e Nathan ser muito compreensivo comigo.

Quando chegou, ele ainda sofria com a separação, assim como eu, que não havia superado totalmente o meu término com Andrew, mesmo já tendo se passado 1 ano e meio. Acabamos dando conforto um ao outro, não existia ainda nenhuma faísca entre nós dois, era realmente apenas amizade e eu achava isso ótimo.

Até que um dia no meio de uma bebedeira em uma festa no quintal de casa, todos foram embora e restaram apenas nós dois. Entre conversas a luz do luar e muita tequila, Nathan me beijou e eu correspondi. Eu estava mais de um ano sem sexo, e bom, é o Nathan, já nos conhecemos, isso não poderia ser tão ruim.
Desde então nos encontramos esporadicamente em um relacionamento que minhas irmãs dizem não entender há cinco meses.
Nós não namoramos, depois de tudo que eu passei não quero mais me prender a ninguém. Amei perdidamente dois homens na vida, definitivamente não quero mais pensar nisso.
Com o Nathan é simples, não vivemos um romance apesar de ele às vezes exagerar na dose, mas sempre nos entendemos, estamos juntos como amigos que estão matando suas necessidades sexuais e sobretudo conversando e se apoiando.

-Estou pronta, vamos!

-As suas ordens Dra. Grey.

Ele diz e bate continências. Estar com Nathan é divertido, ele é um bom homem.
Saímos do hospital a caminho do estacionamento, vamos conversando e rindo sobre qualquer coisa.

Nós não costumamos andar de mãos dadas, mas hoje Nathan por impulso pega em minha mão e nem percebe. Eu olho e estranho a situação, mas deixo, e vamos caminhando assim até o carro.

No trajeto percorrido nós dois vamos conversando sobre as cirurgias que eu realizei no dia de hoje. Eu adoro falar sobre minhas cirurgias e Nathan adora ouvir, então ambos estamos em sincronia.

Ao chegar em casa descemos do carro e ele me leva até a porta, as crianças ainda estão acordadas, então ele sabe que não vou convidá-lo a entrar.
As crianças já o conhecem, mas ele sempre vem quando a casa está rodeada com outras pessoas, nunca ficamos sozinhos com eles.
Não quero envolver meus filhos nesse meu "relacionamento" com Nathan, até porquê não namoramos de fato.
Tenho muito receio de envolvê-los com alguém que vai os abandonar novamente, então prefiro manter assim, sem muito envolvimento. Nathan nunca dormiu na minha casa, e eu poucas vezes amanheci com ele na sua.

-Está entregue. Então, eu vou indo, você quer fazer algo amanhã na sua folga? Sair pra jantar talvez? Ir ao cinema?

Ele pergunta um pouco tímido.

-Pode ser, vou verificar se a babá das crianças está disponível e te aviso ok?

-Certo. Boa noite Mer.

Ele se aproxima segura em meu rosto e me beija.

-Boa noite, manda mensagem quando chegar em casa.

Eu digo enquanto vejo ele se afastar.

-Mando sim, até logo.

Entro em casa e já sinto o abraço quentinho das minhas jóias mais preciosas, os meus filhos. É como renovar minhas energias, eu sento com eles no sofá e libero a babá.

Hoje moramos somente nós quatro, eu, Zola, Bailey e Ellis nesse casarão enorme. Maggie casou e foi morar com Winston, assim como Amelia e Link que também resolveram morar juntos.
Maggie e Amelia compraram suas casas na mesma rua que eu moro, por isso elas dizem que apenas dormem em casas diferentes, pois continuam vindo aqui o tempo todo e eu adoro isso.

-Mamãe, podemos dormir com você hoje?

Ellis pergunta.

-Vocês dormiram comigo ontem, e quase caíram da cama. Hoje cada um vai dormir no seu próprio quarto.

-Poxa vida mãe. A gente gosta de ver tv no seu quarto.

Bailey resmunga no sofá.

-Nada de tv no quarto, hoje vamos continuar o livro que começamos, vocês estavam tão animados com ele ontem. Vamos subir, vou tomar um banho rápido e já volto tá bom?

-Tá bom mamãe.

Os três falam juntos.

Tomo um banho rápido e relaxante, volto para o quarto que eles ainda dividem até a reforma dos quartos ficarem prontas na semana seguinte. Leio o livro que começamos no dia anterior.
Logo eles pegam no sono, beijo cada um deles e vou comer algo na cozinha.

Abro a geladeira e encontro um pedaço de lasanha da noite anterior, a lasanha que aprendi a fazer com meu ex namorado italiano.
Mesmo depois de dois anos separados, ainda existem vestígios do relacionamento com Andrew em minha vida, ainda que nas pequenas coisas, e eu cada vez mais faço de tudo para apagá-los quando os percebo. Cansei de pensar em Andrew e no amor que sentia por ele, em como fomos felizes e em como tudo terminou. Agora só sei dele quando meus filhos que mantém contato contam algo, ou quando ouço alguém falando dele no hospital.

Ainda é difícil não pensar nele, de vez em quando bate a curiosidade de saber como anda a vida dele, mas não tenho mais coragem de perguntar para Carina ou conversar com ele quando ele liga para as crianças.
Depois da nossa última conversa há dois anos atrás, nossos contatos só se resumem a cumprimentos básicos.

Deito para dormir exausta do longo dia que tive e já me preparo para um novo. Não vejo a hora da Bailey contratar outro cirurgião geral. Eu estou tão atarefada esses dias que até pedi que Bailey os entrevistassem, pois apesar de ser chefe do departamento estou sem paciência para isso e confio na opinião da minha amiga. 

Os primeiro raios solares adentram meu quarto e eu logo desperto. Faço o café da manhã das crianças e depois os acordo, é uma correria todas as manhãs, mas temos mantido o ritmo e conseguimos não nos atrasar. Os deixo na escola e sigo para o trabalho.

Assim que chego faço minha primeira parada no carrinho de café, já é meu segundo do dia. Eu cumprimento todos a minha volta e vou até o elevador.
Assim que a porta abre eu entro e ouço uma voz familiar pedindo para que eu segure a porta, e eu assim o faço.
Foi aí que eu congelei, meu coração acelerou como nunca mais havia acontecido.
Ele para estático em minha frente enquanto eu seguro a porta, permanecemos com os olhos vidrados um no outro por questões de segundos, mas que eu poderia jurar que pareciam horas, até que eu desperto do meu êxtase.

-Andrew?

Eu pergunto piscando algumas vezes como se estivesse vendo uma miragem.

-Oi!

Ele responde com um sorriso e entra no elevador.




..................................................................................

Eita!

Depois do Fim (Concluída) Onde histórias criam vida. Descubra agora