63. Terremoto

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Meredith Pov.

A ligação caiu depois de uma hora que ficamos falando ao telefone. Ouvi uma espécie de trovão, não sei ao certo, mas tenho certeza absoluta que aconteceu alguma coisa.
Eu sabia! Eu sabia que algo estava prestes a acontecer.
Que droga, Meredith, você devia ter sido mais incisiva e mandona como eles dizem que você é.

-Mamãe, o que é isso?

Eu ando pelo quarto com o telefone na mão e as crianças começam a falar ao mesmo tempo e eu não consigo me concentrar em nada.

-Mamãe, olha só, tem algo errado.

Primeiro a falar é Bailey e agora Ellis e a Sol começam a gritar, me despertando dos devaneios que me assombram.

-MAMÃEEEE...

-Oi, eu tô aqui, tô aqui.

-Parece que a casa está tremendo mamãe.

-Calma Sol, é só um..

-É um terremoto mamãe?

Bailey fala nervoso e os três me abraçam. Eu não acredito que isso está acontecendo. Ok, Meredith, sem surtos, eles precisam de você.
Lembro de um treinamento do corpo de bombeiros que tivemos no hospital sobre esses situações. Parece que as palavras do Ben e da Maya fluem em meus pensamentos de maneira nítida.

"Abrigue-se no vão de uma porta interior, nos cantos das salas ou debaixo de uma mesa ou cama.
Mantenha-se afastado de janelas e espelhos.
Tenha cuidado com a queda de candeeiros, móveis ou outros objetos.
Se está num local com grande concentração de pessoas fique dentro do edifício, até o sismo cessar..."

-Ok crianças, não vamos nos desesperar.

-Eu tô com medo mamãe.

-Eu também, mamãe.

Sol e Ellis começam a chorar.

-Vamos lá pra baixo, venham.

-Da cama?

-Sim Bailey, da cama. Venham.

Ficamos embaixo da cama por alguns minutos até o tudo passar. Eu fico com meu celular tentando ligar pra todo mundo, mas sem sucesso. O terremoto durou cerca de 3 minutos, mas parece que foi uma eternidade. Nós continuamos embaixo da cama por mais algum tempo, meu coração está acelerado, minhas mãos estão suando e tremendo. Tento me manter calma para não assustar mais as crianças, no entanto não consigo parar de pensar em Andrew e Zola que não estão com a gente. E se algo acontecer com eles?

-Mamãe, acho que passou.

-É, eu também acho, filho.

-Nós já podemos sair?

-Vamos ficar mais um pouco aqui, ok? Me abracem. Eu amo vocês, vai ficar tudo bem. Ok? Vai ficar tudo bem.

Eu digo e deixo cair algumas lágrimas.  Andrew e Zola, eles precisam estar bem. Eles precisam estar bem.


***
Andrew Pov.

Depois do Fim (Concluída) Onde histórias criam vida. Descubra agora