Depois do Fim (Concluída)

67. Teimosia

Meredith Pov.
Duas semanas depois.

Sempre dizem que os médicos são os piores pacientes, e Andrew definitivamente quer provar essa teoria. Nunca vi alguém tão teimoso que não para quieto um segundo. Perdi as contas do quanto já briguei com ele hoje. Ele não consegue dizer não para as crianças e fez várias coisas que não podia.
Só fazem duas semanas que tudo aconteceu e mesmo que ele me diga que está se sentindo bem melhor, eu me preocupo demais com essa recuperação dele, coisa que ele nem parece ligar e isso me irrita.

Andrew já pode andar, mas não foi liberado para carregar peso ou fazer qualquer tipo de esforço físico. Outro dia eu cheguei do trabalho e peguei ele com as crianças na cozinha se divertindo fazendo massa de pizza, parece não ser grande coisa, mas isso exige certo esforço. Esses cinco juntos vão me deixar com os nervos a flor da pele.

Depois de colocar as crianças para dormir, eu entro no quarto e ele está sentado bem concentrado com o notebook no colo. Eu não falo nada, estou dando um gelo desde nossa briga de ontem por conta da teimosia dele.

Vou ao banheiro, escovo os dentes, penteio meus cabelos e sento na cama para hidratar minha pele. É meu ritual diário antes de dormir.
Entro embaixo das cobertas e o Andrew fecha o notebook rapidamente para que eu não veja o que ele estava lendo.
Ele me olha com a cara cínica de quem está aprontando algo. Eu o conheço muito bem.
Continuo sem conversar e ele repara em todos os meus movimentos. Apago o abajur e dou boa noite.

-Boa noite.

-Mer... Amor... Vai ficar me dando gelo por quanto tempo?

-Até você aprender a se cuidar.

-Eu estou me cuidando, foi só uma pizza.

-"foi só uma pizza", faça-me o favor.

Viro meu rosto para o outro lado, ele deixa o notebook na mesa de cabeceira e me abraça. Engraçado como nosso corpo tem o encaixe perfeito. Ele tira meu cabelo do pescoço e encosta os lábios bem devagar. Andrew sabe bem que meu corpo reage de imediato as suas carícias, e só para comprovar, o safado passa os dedos suavemente pelo meu braço para conferir meus pêlos arrepiados.

-Me desculpa. Você tem razão, eu sou um idiota teimoso que não consegue ficar quieto. Eu assumo essa culpa.

Ele fala sussurando em meu ouvido, mas que droga de voz gostosa de se ouvir.

-Você é tão cheirosa, sua pele é tão macia, Meredith...

-Andrew, chega.

-Eu estou parado, sem fazer esforço algum.

-Não, chega de falar assim no meu ouvido.

Ele me beija entre o pescoço e o meu rosto e ri ao mesmo tempo. Eu escondo o riso e não consigo me controlar, ele consegue me desarmar de um jeito.