68. Pesadelo

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Andrew Pov.
Semanas depois.

-Mer... Amor, acorda.

Há alguns dias percebi que Meredith tem tido alguns pesadelos. Ela levanta pelo menos umas cinco vezes durante a noite para checar se as crianças estão bem. Essa história toda do terremoto mexeu muito com ela, e eu entendo perfeitamente. Depois de todos os traumas que já viveu, as pessoas que ela perdeu, tudo a tornou mais sucetivel a sentir medo.
Ela se mexe na cama e balbucia algumas palavras que eu não consigo ouvir. Eu seguro a mão dela e ela abre os olhos devagar e deita em meu peito.

-Mer. Tá tudo bem. Tá tudo bem, foi só um pesadelo.

Ela fica quieta por alguns minutos enquanto eu faço cafuné em sua cabeça.

-Eu vou verificar as crianças.

-Eu já fui agora a pouco, elas estão dormindo.

-Tá, mas eu preciso ir.

Ela levanta rápido da cama e sai. Demora alguns minutos e não volta. Eu vou até o quarto das crianças e ela está dormindo na cama da Sol, com ela e a Ellis.
De manhã eu acordo cedo e vou até a cozinha fazer um capuccino para ela. Já que não posso ajudá-la efetivamente com esses pesadelos, pelo menos posso tentar melhorar seu dia fazendo as coisas que ela gosta.

-Oi, bom dia, meu bem.

Ela vem até mim e me abraça apertado.

-Bom dia. Fiz pra você.

-Você é um anjo.

Ela senta e fica olhando para o nada por uns segundos. Eu coloco as torradas na mesa e ela desperta e olha pra mim.

-Eu tive um pesadelo de novo.

-Eu sei. Você foi para o quarto das meninas e eu não quis te acordar. Mer, só uma dica, ou sei lá, um conselho. Acho que você deve voltar a conversar com sua psicóloga. Nós passamos por tudo isso recentemente, e bom todo mundo precisa de terapia.

-Especialmente eu.

-Todos precisamos. Vai fazer bem a você.

-Eu sei, eu voltarei.

Ela toma um gole do café e faz sinal de quem gostou muito.

-Uau, isso tá uma delícia. Nada como um capuccino feito pelo meu amor italiano.

Ela sorri e segura minha mão na mesa. Eu amo como ela tem sido espontâneamente carinhosa comigo. Isso já faz algum tempo, mas eu nunca deixo de me surpreender.

-Que bom que você gostou.

-Sabe, se nada der certo em nossa vida de médicos, nós podemos montar uma cafeteria. Imagina a nossa logo marca: "Cafeteria Grey DeLuca, café cirurgicamente feito com amor".
O que você acha? Você faz os cafés e eu posso ser a caixa, eu sou boa com números.

-Uau, é uma ideia tentadora mesmo.

-É. Quem sabe quando a gente for morar na beira da praia em Sardenha isso se realize.

Depois do Fim (Concluída) Onde histórias criam vida. Descubra agora