23. Abraço

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Andrew Pov.

Estamos na cama cada um com seu notebook revendo e estudando nossas apresentações. Eu vou ter que palestrar amanhã e a Meredith no dia seguinte. Leio meus slides e repasso mentalmente minhas falas, não é difícil falar sobre a descoberta cirúrgica em si, mas relembrar daquela época é muito doloroso.

Eu me desconcentro e me perco entre os pensamentos e lembranças que marcaram minha vida. Ser diagnosticado com bipolaridade, e saber que tudo que eu havia feito, tanto coisas boas quanto ruins poderiam ser por conta da doença foi algo muito difícil de lidar, até meus sentimentos pela Meredith foram questionados.
Eu salvei tantas pessoas mesmo estando em crise, e hoje eu sei que algumas das minhas atitudes na época poderiam ter prejudicado alguém, na verdade eu tive um pouco de sorte.

-Andrew? Tudo bem?

-Sim.

Eu respondo forçando um sorriso.

-Tem certeza? Tô olhando pra você uns quinze minutos encarando a parede.

-Eu, é, desculpa eu tô distraído só isso.

Ela fecha o seu notebook e depois o meu, coloca os dois juntos na mesa ao lado e volta para cama. Senta na minha perna e passa os braços ao redor do meu pescoço.

-Hora do "abraço de acalmar".

Ela diz já me abraçando apertado e eu retribuo. Ficamos abraçados por um tempo, meu rosto fica entre seu ombro e pescoço enquanto ela passa suas mãos delicadas por entre os meus cabelos.

-Ellis inventou o "abraço de acalmar" quando Bailey estava nervoso com o jogo de futebol. Era uma competição entre escolas e aí você já pode imaginar o estado dele. Então Ellis pegou na minha mão e me fez ir no meio do campo de futebol segundos antes de começar o jogo, e então nós o abraçamos e ele ficou mais calmo de verdade. Depois voltamos para arquibancada, e ela com toda sua originalidade e espontaneidade conversou comigo sobre implantar o "abraço de acalmar" quando as pessoas estiverem nervosas, ansiosas ou tristes, segundo ela essa teoria que ela inventou deu certo.

Ela fala tudo isso olhando em meus olhos e ainda acariciando meu cabelo. Um fato sobre mim, é que eu sou muito rendido por essa mulher.

-Bom, devo dizer então que essa teoria dela funciona de verdade, que garotinha incrível.

-Você sabe que pode conversar comigo sobre o que você quiser não é?

-Eu sei, obrigado. Eu estou um pouco ansioso com a apresentação de amanhã...

-Você vai se sair muito bem Andrew, você sempre foi muito bom em apresentações ou ensinar os internos, você sempre foi o melhor.

-Obrigado, é muito bom ouvir isso. Acho que... é, deixa pra lá.

-Andrew, você...Tudo bem se não quiser conversar eu entendo, deita aqui comigo então.


.....

Meredith Pov.

Eu deito na cama e ele deita ao meu lado, ficamos de frente um para o outro. Ele abraça minha cintura e eu acaricio seu rosto, traçando meu dedo em seu nariz, olhos e boca, como se o estivesse desenhando. Ele sorri e deixa sua covinha a mostra, eu o beijo de leve e agora afago sua barba, mesmo depois desse tempo todo eu ainda me impressiono com a beleza dele.
Sinto a mão dele pesar na minha cintura, e sua respiração ficar mais profunda, ele dormiu com o carinho que eu fiz e isso deixa meu coração saltitante. Dou um beijo em sua testa e me acomodo melhor na cama para dormir também.

Depois do Fim (Concluída) Onde histórias criam vida. Descubra agora