Depois do Fim (Concluída)

64. Hospital

Meredith Pov.
Algumas horas depois

-Mamãe, a culpa foi minha. Eu pedi para o Tio Andrew voltar para o auditório para ajudar a Isa.

-Ei, não diz isso meu amor. Você não tem culpa de nada. Foi um acidente, e você sabe como é o Andrew, ele nunca deixaria de ajudar mesmo que fosse qualquer outra pessoa.

-Verdade. O tio Andrew é um verdadeiro herói, ele tem um coração muito bom.

-É, ele tem sim.

Eu digo e limpo uma lágrima que escorre por meu rosto. Estou na cama do Hospital com a Zola, enquanto Andrew passa por uma cirurgia.
Uma parte do teto do auditório da escola da Zola desabou, bem no momento em que Andrew tentava ajudar a Isa. Ele se colocou sobre a garota para protegê-la, e então recebeu algumas barras de concreto despedaçadas em cima dele.

Quando me ligaram do Hospital e me avisaram que Zola e Andrew estavam aqui, eu quase tive uma síncope. Owen avisou de imediato que Zola estava bem, apenas com o tornozelo torcido, mas que Andrew estava muito machucado e precisaria de cirurgia.
Eu tentei me manter calma por ainda estar sozinha em casa com às crianças. Tive que tomar decisões imediatas sob intensa pressão. Deixei Bailey, Ellis e Marisol com a avó Carolyn, muito a contragosto dos três que diante da situação queriam ir comigo para o hospital ficar com Zola e Andrew. Foram minutos de choro e reclamações até a Carolyn me ajudar a convencê-los a ficarem com ela.
Segui para o hospital, rezando para todos os deuses possíveis para que não deixassem Andrew ser tirado de mim. 

-Você está com medo mamãe? Seja sincera, não precisa mentir pra mim.

Zola está deitada em meu peito e vira a cabeça para me olhar.

-Eu estou com medo, mas também estou confiante. Andrew é forte, ele vai passar por isso e ficar bem como sempre ficou.

-Antes de entrar no auditório, tio Andrew disse que ama muito a gente.

Eu deixo cair mais algumas lágrimas e a abraço.

-Ele ama mesmo, eu não tenho dúvidas disso.

-Eu também não. Só quero que tio Andrew fique bem.

-Ele vai ficar, ele tem que ficar.

Permanecemos abraçadas por um tempo. Eu faço carinho nela até que ela pega no sono. Dou um beijo em sua testa e levanto da cama. Saio do quarto e entro na sala de equipamentos ao lado, onde finalmente me permito chorar tudo que estava preso.
Eu sei que as cirurgias que estão sendo feitas são de extrema delicadeza.
Andrew sofreu uma grave lesão na coluna e tem uma equipe de ortopedistas trabalhando com Link e Amelia que também fará cirurgia para estancar a lesão causada em seu cérebro, por conta do impacto do acidente. Felizmente aqui os precedimentos de trauma são feitos corretamente e antes de tudo realizaram uma tomografia para detectar possíveis edemas cerebrais, isso me deixa um pouco mais aliviada, no entanto às lembranças daquele fatídico dia parecem florescer em minha memória.

Já se passaram seis horas em que ele está na sala de cirurgia, tudo tem ocorrido bem, conforme um residente vem me informar a cada hora passada. Mas ainda assim, eu não consigo deixar de sentir medo.
É uma sensação assustadora, como se novamente alguém estivesse batendo em minha porta para avisar que mais uma pessoa que eu amo se foi. Isso dói, dói tanto.
Penso em Derek, Lexie, nos meus pais, em Mark, George, e tantos outros que se foram cedo demais.

Não, eu não posso perder Andrew. Nós tivemos nosso recomeço depois do fim, temos uma família, temos planos e uma vida inteira pela frente. 
Eu não posso perder um grande amor de novo, não quando eu achei que nunca mais fosse encontrar ou viver isso novamente.