P.O.V (Ariana / You {trans})

Capítulo 04

Ariana Grande's Point Of View.

Se seguisse o roteiro de minha turnê, a essa hora deveria estar chegando em Chicago e aproveitando o máximo daquela cidade e de certa forma descansando até a noite quando meu show começaria, porém ainda estava ali em Las Vegas, correndo atrás de um homem que não era meu marido e que nem mesmo havia me dado a devida atenção.

Eu não costumava correr atrás dos homens, isso era algo que eles faziam, como Malcolm, Jay Brook, Nathan Sykes,Graham Phillips, Ricky, Big Sean, Pete e tantos outros até chegar em Dalton. Talvez o fato de SN ser tão indiferente me fazia querer estar com ele.

— Você não foi me ver ontem, achei que iria me ver, afinal era minhas últimas noites em Las Vegas! — Comentei meio tímida.

— Como sabe que não fui? A arena era muito grande e você tem muitos fãs, poderia ter ido e me perdido na multidão. — Comentou S/N entrando em seu escritório.

O acompanhei silenciosa até que a porta foi fechada atrás de mim. S/N tirou seu terno e colocou em cima de sua poltrona de couro preta, afastou a poltrona e se sentou, abriu seu notebook e começou seu trabalho.

—  Eu sei que não foi porque teria percebido sua presença. — Suspirei chamando a atenção dele.

— Como? Como saberia? Como disse são milhões de pessoas! Eu seria só mais um no meio da multidão! — Respondeu S/N voltando sua atenção para o notebook.

— Eu reconheceria você apenas pelo seu perfume. — Entreguei tímida.

Naquele momento S/N se levantou, aproximou-se de mim e me encarou em silêncio. Meu coração estava disparado era um sentimento estranho e quando pensei que ele iria me beijar, S/N apenas se afastou.

— Seria uma bela frase, se você já não tivesse alguém te esperando. — Comentou S/N me deixando confusa.

— O que quer dizer?

— Quando você iria me dizer que era casada? Esperaria que transássemos para você dizer isso depois? — Indagou S/N se afastando de mim e voltando para sua mesa.

Era isso! Dalton havia sido o meu empecilho. Eu sabia que estava fazendo o errado, afinal era uma mulher casada e havia feito meus votos de fidelidade no dia do meu casamento, mas ao conhecer S/N algo havia mudado. Respirei fundo, afinal mesmo que escondesse minha aliança, os sites da internet me entregavam, não tinha escapatória. Eu sempre desejei me casar, mas pela primeira vez odiei o fato de ter feito aquilo.

— Está certo! Sou casada, mas confesso que você mexeu comigo desde o primeiro momento em que te vi, você me intriga, me deixa confusa, em um turbilhão de sentimentos!

—Não deveria sentir isso por mim! Você tem um marido! — Reclamou ele.

— Tenho e acredite que lutei para não me interessar por ninguém e de repente você veio e me atingiu como um carro em movimento. Escuta S/N, não sei porque, mas desejo você! Saber do seu segredo não mudou meu ponto de vista ou sentimentos por você, por isso quero sugerir uma coisa.

— O que? — Indagou S/N levantando uma sobrancelha.

— Que passemos apenas esse manhã juntos. Já nos beijamos e de certa forma já traí Dalton. — Sugeri vendo o olhar de S/N mudar para comigo.

Por alguns minutos me senti culpada por ter sugerido aquilo. S/N havia me encarando mais do que o normal e me sentia estranha por isso.

— Por favor fale algo! Estou me sentindo péssima! — Pedi desesperada quando a resposta dele não chegou.

S/N se levantou, apertou um pouco mais os botões de seu colete social cinza escuro, afrouxou sua gravata  preta e se aproximou de mim. Pensei em dizer algo porém tudo ficou apenas em minha mente, pois no minuto seguinte S/N me puxou para seus braços fortes e o beijo que eu não esperava receber naquele dia aconteceu. Tão intenso e mágico como em todas as outras vezes. Antes, aquela magia era apenas por Dalton, mas logo tudo aquilo mudou, os beijos agora tinha outro gosto, outro tom e intensidade.

Sem muito cuidado, S/N foi me guiando até a mesa onde as folhas foram jogadas pelo chão. O notebook encontrou um caminho parecido e imaginei que ele tivesse dinheiro suficiente para repor. Tudo que estávamos fugindo iria acontecer ali, ele seria meu e eu seria dele. Toda aquela atração que eu sentia e entendia que agora S/N também possuía mais fingia não ter, terminaria naquela sala, em sexo! Algo que havia unido Dalton e eu além de termos coisas em comum e dele ser um lorde, era o fato de amarmos sexo e agora parando para pensar se ele conhecesse bem a mulher que estava junto com ele, jamais teria me deixado viajar em uma turnê por três longos meses sozinha.

S/N me colocou sentada em sua mesa, a falta de ar, o grande vilão de sempre nos impediu de devorarmos nossos próprios beijos.

— Tem certeza que é isso que quer? — Indagou S/N abrindo os botões de seu colete.

— Sim, você chamou minha atenção e deveria imaginar que isso aconteceria, levando em consideração o lugar em que nos conhecemos. — Falei o lembrando daquele momento.

S/N deu um sorriso de lado e não demorou para que comtinuássemos a fazer o que na prática tanto desejávamos. Observei atenta enquanto S/N tirava seu colete e depois desabotoava sua camisa social azul. Assim que ele tirou a camisa e a regata pude ver as cicatrizes de onde antes eram seus seios, era difícil imaginar que aquele corpo masculino definido com uma barriga estilo tanquinho, antes era um corpo feminino.

Diferente do que estava acostumada a ver, S/N não tinha nenhum pêlo em seu corpo e não sabia se aquilo era simplesmente por ele ter sido uma garota antes ou apenas porque preferia ser mais higiênica. Quando ele abriu o cinto de sua calça, minha curiosidade foi ainda maior. Ele era um homem fisicamente, até mesmo na voz, talvez graças aos hormônios que ele deveria tomar por toda sua vida, mas será que tinha o que eu tanto procurava?

No momento em que S/N tirou seu sapatos, meia e em seguida desceu sua calça, percebi que ele havia vindo com o pacote completo e uma curiosidade que não era minha tomou conta.

— Antes de tirar a cueca, você já era intersexual quando era garota? — Questionei enquanto tirava minhas roupas.

— Não. Paguei muito mais caro por uma mudança completa. É incrível o que a ciência pode fazer.

— Mas ele funciona, ou é apenas algum tipo de enfeite S/N? — Perguntei ficando apenas de lingerie.

— Talvez você queira tirar a prova! —  Sugeriu S/N se aproximando de mim.

Antes que S/N pudesse continuar, o observei pegar seu telefone e avisar a recepcionista que não deixasse ninguém subir e que se necessário desmarcasse qualquer compromisso dele até o meio dia. Um sorriso involuntário saiu de meus lábios, eu sabia que Dalton me mataria quanto descobrisse, mas enquanto voltava para os braços de S/N, tive certeza de uma coisa, que jamais conseguiria ser fiel de verdade a alguém.

— Aqui ou no sofá? — Indagou S/N pegando uma cartela com algumas camisinhas.

— O que acha de fazermos no chão? Mudarmos um pouco esse clichê? — Sugeri sorrindo.