Conselho

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Lara

— Tem outros lugares nesse prédio, longe o suficiente de mim — me inclino sobre a varanda.

— Quando vamos poder conversar? — Théo pergunta ficando do meu lado.

— Quando a minha raiva passar. No momento — olho pra ele — Tá difícil. Temos problemas maiores agora, não acha?

— Você não parecia lembrar disso quando estávamos no futuro — retruca e eu reviro os olhos — Eu não tinha plena consciência do que estava fazendo. Eu sinceramente... não queria que nada daquilo tivesse acontecido.

— Mas aconteceu e não a nada que você possa fazer agora — passo por ele — Escuta. As coisas estão complicadas o suficiente. Nossa família está em perigo, nossas cidades estão em perigo. Nossa briga não deve interferir no que planejamos fazer. Então, posso até não te ignorar totalmente, mas isso não quer dizer que esqueci — saio da varanda.


Vou em direção ao corredor e me encosto na parede, tentando segurar o choro. Algo dentro de mim está quebrado. Tudo que aconteceu entre nós, a crise que estamos vivendo, não ter ele ao meu lado como sempre, está me machucando ainda mais. Tenho plena consciência que não consigo lhe ouvir falar qualquer desculpa, pois se eu escutar, vai ser mais uma mágoa, mais uma dor que eu vou ter que engolir a seco sem ao menos retrucar, pois sou orgulhosa o suficiente pra não admitir os meus verdadeiros sentimentos.


— Oi — levanto o meu olhar, encontrando a minha mãe — Está tudo bem? — pergunta e eu passo a mão no rosto limpando as lágrimas que haviam caído sem minha permissão. Lhe abraço sem nem me tocar que ela não me conhecia. Ela não é a mãe que conheço — Wow, não esperava por isso — me afasto envergonhada.

— Desculpa, eu só...precisava de um abraço de mãe — sorrio sem graça.

— Ei — passa sua mão no meu braço direito, fazendo um leve carinho — Posso ainda não está acostumada com essa ideia de ser mãe — rir sem graça — De adolescentes tão lindos, mas pode falar comigo.

— Obrigada. Eu sei que é difícil pra você e pro papai tudo isso — ela assente e me abraça.

— Quer conversar? — assinto. Ela me leva a uma sala vazia — Pode falar.

— É o Théo, eu o vi fazendo uma coisa que me deixou magoada.

— Você chegou a perguntar a ele o que aconteceu? — fico em silêncio — Você deixou ele se explicar? — faço que não — Olha, eu sei que parece algo bobo no mundo que vivemos, mas querendo ou não, tudo se resolve na conversa. Conversem, deixe ele se explicar, vai ver que no futuro — rir — Estarão rindo disso tudo. Você me lembra o Oliver, as vezes faz as coisas por impulso e, também, o orgulho fala mais alto — rimos.

— Vocês dois as vezes discutem por causa disso. O papai é bem difícil de admitir quando está errado.

— Não acredito que com o tempo ele não vai mudar — faz uma careta rindo.

— Obrigada...— fico em dúvida se poderia chama-la de mãe.

— Mãe! Pode me chamar assim — sorrir e passa a mão pela minha bochecha. Essa situação toda ainda é bem estranha, mas eu posso me acostumar, pelo menos enquanto estivermos aqui.

[...]

Kara estava confusa, não conhecia ninguém com quem pudesse ter uma filha, poderia até ser o James, era a única pessoa que ela gostava no momento, mas a garota não tinha nada a ver com ele. Beatrice estava um pouco apreensiva em se aproximar da sua mãe, afinal naquela época, sua mãe ainda não conhecia o seu pai.

— Vai falar com ela — Alex incentiva a irmã que até o momento estava em pé de braços cruzados encarando a sua filha, sem ao menos piscar com tantas informações que havia recebido.

— Eu não entendo, ela parece tanto comigo, só que ao mesmo tempo não. Os outros traços devem ser do seu pai — suspira — Não sei, nem posso perguntar quem é o seu pai.

— Talvez seja alguém que você ainda não conheceu — a morena segura o braço da irmã — Não pensa nisso agora, vai até lá e fala com ela. Parece preocupada - argumenta olhando para a sobrinha.

— Tudo bem — Kara anda até a filha, em passos pequenos e toca o ombro da mais nova — Oi.

— Ah, oi mãe, quer dizer — é interrompida.

— Tudo bem — Kara sorrir compreensiva — Pode me chamar assim — Beatrice sorrir sem graça — Está preocupada?

— Só estava pensando em um jeito de ir conversar com você — suspira — Não sabia como — da de ombros.

— Pra ser sincera, nem eu — coloca a mão na cintura — Eu sei que a Caitlin vai me matar por isso, mas...eu já conheço o seu pai?

— Sim... — sorrir — Não posso contar quem é, e nem quando irão se apaixonar. A única coisa que eu posso contar — segura as mãos da mãe — É que o amor de vocês é minha meta — rir.

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Mudei bastante coisa nesse capítulo, principalmente em relação a escrita. Espero que estejam gostando das mudanças. O enredo da história vai continuar do mesmo jeito, apenas irei mudar algumas coisas para um final melhor.

Multiverso - Weather Surprise (REESCREVENDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora