Floco Brilhante

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~Garota, você tem um penhasco por esse homem~

Reviro os olhos com o comentário da Nevasca, assim que o Barry sai. Eu já tinha me esquecido dela.

- Não, eu não tenho.

~Não me engane doutora Caitlin, te conheço melhor que você mesma e sei que de 100% dos seus pensamentos, ele faz parte dos 80%~

- Nevasca, tá tudo muito confuso agora, será que poderia me perturbar mais tarde - ando até a ala médica que, para minha felicidade, estava vazia.

~Não, eu quero ver a mini eu~

- A Ana?

~E quem mais séria? Tem outra filha Caitlin? Olha, não te conheci assim~ rir

- Cala a boca - suspiro - Pode sair, só lembra que na hora que eles precisarem de mim, você vai embora.

~Está bem, senhora chatinha. Espero que esteja com uma roupa adequada~

Suspiro rindo e fecho os meus olhos sentindo a nevasca tomar conta de mim...

- Credo, onde ela arranja essas roupas?! - faço uma cara de nojo indo até o armário que tinha uma mochila com algumas roupas minhas.

- Cat...Nevasca? - Cisco chega na sala, me encarando confuso.

- E ai Cisco.

- Por que está aqui?

- Consegui convencer a Caitlin a deixar eu conhecer a Ana - ele rir - Agora se me der licença - pego a mochila indo em direção ao banheiro.

Visto uma calça de couro preta, uma camisa azul com alguns rasgos e uma jaqueta jeans clara. Saio do banheiro e vejo um garoto na ala médica, com alguns traços do Barry bem forte.

- Oi? - chamo sua atenção pra mim - Você é o Théo? - ele assente sorrindo.

- Oi mãe Nevasca - faz um toque de mão comigo.

- Mãe Nevasca? É, não vou me acostumar com isso nem tão cedo. Cadê minha mini cópia?

- A deve está na sala de treinamento, ela gosta de ficar lá as vezes - dá de ombros.

- Você não?

- Sou mais de correr até esquecer o que me atormenta. 

Nora

Entre os meus primos e o meu irmão, geralmente eu sou a que mais tem esperança. A Eliza diz que eu sou o elo, mas eu não sei dizer se isso realmente é verdade. Depois que eu perdi o Daniel, eu passei a não ter mais tanta esperança no nosso futuro. Quando chegamos no passado, fiquei sim animada com tudo. Fiquei feliz em poder juntar os meus pais aqui, mas quando a Eliza me contou sobre os seus poderes, o medo tomou conta de tudo em mim.

Há algum tempo eu aprendi a fazer flocos de memória. Não é como ver memórias passadas em um floco de neve, bom, é quase isso. Mas, eu crio um floco de neve com um desenho de algo que representa a minha memória favorita com alguém. Não é nada tão extraordinário, mas me trás conforto quando quero lembrar do Dani. Quando fiz pela primeira vez, a mamãe disse que era uma das minhas habilidades mais importantes, pois era feita com amor. Eu sei que é o tipo de coisa melosa que toda mãe fala, mas significa muito pra mim.

Como estou sozinha na sala de treinamento, deixo a Bright Flake tomar conta do meu corpo. Eu aprendi a controlar minha segunda personalidade com o tempo, pois quando me transformo nela, ainda tenho controle do que faço e penso. Toco a mesa de vidro levemente, criando um floco com o desenho do primeiro colar que o Dani me presenteou. Ele fazia estágio como cientista júnior nos Laboratórios Star, por isso acabou descobrindo sobre todos nós. Quando eu quis, insisti em entrar em campo pela primeira vez, ele foi o primeiro a me apoiar, então me deu o colar, com um delicado e singelo floquinho de neve. Por isso o meu nome, Floco Brilhante, ele me chamava assim.

- Lindo floco - me assusto com alguém parando ao meu lado - Se assusta muito fácil, não acha não? - vejo a mãe Nevasca. Eu e o meu irmão chamamos ela assim desde que a mamãe se confundia quando não sabia a quem a gente se referia quando chamava "mamãe", sendo que as vezes queríamos a Nevasca.

- Na verdade que já deveria ter me acostumado - rio - Oi mãe Nevasca.

- Isso é tão estranho, garota - sorrio - Você fica linda assim - toca o meu cabelo totalmente branco - Mas por quê essa carinha triste? É minha filha, sai congelando o que ver pela frente ou vai pra uma balada garota. É jovem, arranja um namorado - olho para o floco e ela companha o meu olhar - Ou seu coração já é de alguém? - suspiro.

- Ele era - ela toca o meu ombro - Ele foi infectado também.

- Sinto muito - ela nunca teve muito jeito pra carinho, mas sempre soube me passar um conforto, pra eu ter a certeza que se importava com o meu bem estar - Não deixa isso te prender. Luta pelo o que acredita agora e talvez mais pra frente conheça alguém que te ame da mesma forma ou até mais - ela deve ter razão, mas agora só o que passava pela minha cabeça era se quando nós voltássemos para o futuro, ele estaria lá. 

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⏰ Última atualização: Apr 05 ⏰

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