E se eu ficar?

Cáp32-Luz dos meus dias.

A vida é cercada de surpresas, surpresas completamente inexplicáveis e importantes, as vezes eram extremamente boas quê nos faziam querer pular e gritar de tanta alegria e outras vezes, eram tão ruins quê traziam consigo uma enorme tristeza quê apertava o peito e sufocava a alma de tanta dor. Algumas coisas nos faziam até mesmo questionar nossa própria força, talvez a dor de perder ou de se decepcionar com alguém...

Por toda a minha vida vivi um dilema gigantesco, por mais quê eu parecesse ou estivesse feliz, no fundo sempre existia aquela pontada de tristeza quê queria e faria o possível e impossível para me derrubar. Era uma tristeza com um misto de revolta, por nunca ter conhecido meu pai verdadeiro, por ter tido uma péssima mãe e por ter passado por tantas coisas ruins.

Por anos meu coração foi o baú quê acumulava as mágoas e as decepções quê rodeavam a minha vida, a todo momento eu me questionava o porquê de tudo isso e nunca encontrava as respostas quê tanto necessitava.

Mas um dia tudo mudou e a minha vida virou completamente e inexplicavelmente do avesso. Em um curto período de tempo, descobri a verdadeira identidade de meu pai biológico, reencontrei e voltei com um grande amor do passado e agora me encontrava noiva e descobri quê o avesso era o lado mais certo de minha vida.

Eu estava feliz, feliz porquê finalmente tinha as respostas quê eu precisava. E feliz porquê havía me encontrado, me encontrado depois de estado tanto tempo perdida, eu estava apaixonada pela pessoa quê eu havía me tornado, me olhava no espelho e sentia uma alegria emanar de mim, o sorriso quê antes era um tabu, havía tornado-se algo rotineiro e mais comum em minha vida.

Definitivamente estava na melhor fase de minha vida. A alguns dias havía iniciado os preparativos para o casamento e não podia estar mais contente, a ansiedade me pertubava um pouco, mas com Jay ao meu lado ela tornava-se completamente inútil.. A alguns dias passamos a conversar sobre os preparativos, queriamos uma cerimônia mais íntima somente para pessoas mais próximas. Nossa unica exigência era quê seria em um lugar aberto com uma bela de uma paisagem.

Talvez nos casaríamos no outono ou talvez no finalzinho do verão. Ainda não estava totalmente decidido, a única coisa quê estava certa no momento era quê nos amávamos e a cada dia quê se passava esse amor crescia ainda mais. Ele me fazia um bem imenso e me apresentava um amor tão forte como nunca havía sentido antes.

...

O frio extremamente intenso pairava sobre Chicago, a neve cobria boa parte do chão e o telhado das casas, o frio batia rápidamente contra a nossa pele, mas não nos afetava por muito tempo, já quê a adrenalina circulava por nossas veias nos aquecendo aos poucos. O relógio marcava em torno de 05:50 da manhã, quando chegamos em um parque extremamente lindo, os flocos de neve quê cobria metade das folhas e das plantas deixava o lugar ainda mais chamativo. O céu estava em um misto de cores, entre o comum azul e um tom alaranjado, aos poucos o sol dava indícios de quê iria aparecer trazendo consigo um novo amanhecer.

Olhei para Jay quê também observava a beleza daquela paisagem, o mesmo usava uma touca cinza e roupas de moletons quê o deixava ainda mais lindo, seu rosto carregava um tom avermelhado por conta do frio e seus olhos apesar de cansados demonstravam claramente a felicidade quê sentia. Seus olhos desviaram da paisagem e se encontraram com os meus, um sorriso surgiu em seus lábios e eu não pude deixar de admirá-lo.

—Então meu noivo, oquê achou da vista?—perguntei e o mesmo aumentou ainda mais o sorriso.

Jay olhou novamente admirando o parque e o céu quê começava a clarear, e depois voltou seus olhos novamente aos meus.

—É ainda melhor do quê imaginava, se eu soubesse quê era tão incrível, teria vindo correr mais vezes.—confessou maravilhado e por alguns instantes me questionei sobre como pude passar tanto tempo longe dele.—Mas sabe amor.. Há algo quê torna tudo isso ainda mais bonito.—falou e se aproximou me envolvendo em seus braços.