Barraca do Beijo - após casa da praia - REVISÃO

Vivendo um pesadelo - Parte II

Por Chloe Smith

Já se passaram quinze dias desde que saí do hospital depois da surra que levei do Can. Não está sendo fácil ter retornado para casa dos meus pais, sei que parece estranho mencionar que é a casa deles mas falo desta forma porque me sinto como uma intrusa. A forma distorcida que meu pai me trata perante as ações do Can e como ele age com a minha mãe me faz desejar ardentemente meu retorno para Boston.

Não vejo o Can desde o dia que o flagrei escutando minha conversa com a Monique, quando nossos olhares se cruzaram senti um frio na espinha nada agradável. Nesta fase complicada que me encontro serviu para me mostrar a sorte que tenho em ter a Monique como amiga, ela tem me dado todo apoio e conforto nesses dias em que estou com meus pais. Acho que se não tivesse a companhia dela eu optaria em enfrentar os olhares das pessoas do câmpus do que ficar em casa vendo os maus tratos que pai inflija a minha mãe.

É nítido que meu pai não está satisfeito com minha estadia em casa e resultando no afastamento do Can porque essa foi a minha única exigência para não registrar uma ocorrência pela agressão que sofri. Tudo bem que meu pai acha que somos obrigados a aceitar suas decisões por ser o mantenedor da casa mas naquele momento tendo a polícia envolvida optou por ser um cidadão correto.

Um dos motivos que me motivaram a ir para Boston foi porque não aguentava mais presenciar as agressões psicológicas que meu pai fazia com a minha mãe e me deixava triste que o Can seguia o mesmo caminho que o dele. Até a Monique já presenciou ou ouviu essas agressões, ele não demonstrava nenhum remorso. Meu pai falava que minha mãe era imprestável, que não sabia manter a casa em ordem e que era uma desleixada que até nossa vizinha era mais bonita que ela.

Monique vendo como estava começando a ficar depressiva sugeriu para irmos ao Pier de Santa Monica para fazermos compras. Ela queria uma roupa bacana para o jogo em Berkeley e ver o André. Se não fosse pelo meu pai ficaria quietinha em casa ao invés de segurar vela. Quando chegamos no shopping fiquei surpresa ao ver o Noah com o André ainda não estava preparada para esse encontro, por outro lado serviria como preparo para amanhã já que a Monique insiste que eu vá assistir o jogo.

Quando estávamos próximos a eles, o casal 20 já estava se agarrando esquecendo nossa presença, pareciam que não se viam há anos. O beijo que eles estavam dando era tão constrangedor que não tinha uma pessoa que passava sem olhar para eles. Noah por ser uma pessoa educada começou fingi uma tosse para eles se tocarem, graças a Deus surtiu um efeito, se separaram e deram um sorriso sem graça.

Monique: Pelo visto não são só garotas que gostam de bater pernas no shopping.

André: Nem vem Monique, sabe muito bem que não sou fã de shopping, o Noah ouviu nossa conversa e quis aproveitar minha companhia para comprar uma surpresa para Elle amanhã.

Monique: Adoro surpresa, quer nossa ajuda Noah?

Noah: Obrigada pela oferta mas não, pelo que te conheço Monique quando souber o que é, sei que não vai se conter e vai me dedurar para Elle. Oi Chloe, como está sendo sua recuperação em casa?

Chloe: É Monique infelizmente o Noah tem razão melhor focarmos nos nossos objetivos e deixar os rapazes fazer suas travessuras kk minha recuperação está indo na medida do possível, obrigada por perguntar. Aproveitando, obrigada aos dois pela ajuda e desculpa por todos os transtornos que causei.

Noah: São águas passadas, vamos focar no futuro e nas ações que devemos tomar para não cometermos os mesmos erros. Seu irmão te ameaçou novamente?

Chloe: Ele foi para casa em um sítio enquanto estou aqui, minha mãe pediu para ele se afastar e evitar que nossa casa não virasse uma zona de guerra embora não esteja muito longe disso.