Twenty-Eight.

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Quando, finalmente, pisou fora da sala de aula, Jeongguk não tinha certeza se era capaz de diferenciar o chão de borrões. Sua cabeça estava até latejando. Mal conseguia acreditar que era sexta-feira e a semana cansativa estava acabando. Tinha feito mais provas do que tinha dedos para contar nos últimos dias e estava exausto. Por mais que gostasse da área que havia escolhido, isso não tornava as coisas mais fáceis. Esforçou-se ao máximo que podia para se dividir entre estudar e trabalhar. Talvez, precisasse repor um pouco de sono.

Estava, preguiçosa e lentamente, se dirigindo para fora do campus quando sentiu seu celular vibrar.


[Tae] 17:26

Onde você está?

Já acabou as provas?


Taehyung. Mal tivera tempo para ele essa semana. Estava tão ocupado, preso na rotina de ir trabalhar, fazer provas, chegar em casa, estudar mais, dormir menos que o necessário, acordar e repetir tudo. O máximo que conseguiu foram algumas mensagens de texto, com um intervalo de tempo considerável – algumas horas – entre elas.

Precisou parar no meio do corredor para conseguir digitar uma resposta coerente, porque não tinha certeza se seu cansaço intelectual o permitiria andar e digitar ao mesmo tempo.


[Jeongguk] 17:27

Estou saindo da faculdade

FINALMENTE ACABOU!


Sentia-se uma criança ingênua ao comemorar assim, porque tinha acabado apenas por ora. Ele só precisava extravasar. Mas, no fundo, sabia que o mais velho não se importaria. Era esse tipo de relação que valia à pena: não importava quão aleatório era o que estavam falando, desde que estivessem se falando.

Seus pensamentos voaram para o rosto do menino de pele dourada. Sentiu falta da companhia dele nos últimos dias. Sentiu falta dos toques sutis, dos abraços apertados, dos beijos carinhosos e dos mais afoitos também, sentiu falta dos olhos escuros persuasivos, sentiu falta da voz grave, sentiu falta do sorriso quadrado; sentiu falta dele. Começou a pensar que, talvez, devesse visitá-lo agora. Queria muito vê-lo.

O outro poderia ter enviado a mensagem como sempre fazia para saber se ele já estava chegando à casa, ponderou. Era provável que o Kim estivesse o esperando. Não seria uma má ideia fazer seu caminho tão habitual pós-faculdade até a casa do namorado. Estava tão distraído, perdido em seus planos, que quase não ouviu seu nome ser chamado conforme passou pelo portão da faculdade.

— Guk! — primeiro, achou que estava alucinando. Devia estar enlouquecendo se apenas alguns dias sem ver seu namorado já o fazia imaginar e ouvir sua voz. Quando a voz gritou outra vez, virou-se para ver. Tinha que admitir que seu coração deu alguns saltos a mais quando ele avistou os cabelos castanhos tão familiares. Já conseguia imaginar a textura macia sob seus dedos. O sorriso aberto projetado para si e os braços acenando veementemente em sua direção indicaram que aquilo não era uma projeção irreal de sua mente apaixonada. Taehyung estava ali.

— Tae? — tinha certeza que a pergunta soava abobada, mas queria ter realmente certeza que o cansaço não estava o afetando de vez.

Podia muito bem estar falando sozinho no meio do portão da faculdade em frente a inúmeros outros alunos que saíam do local.

Em meio à sua falta de reação, o mais velho levou as próprias mãos até as rodas da cadeira e impulsionou-as a girar para se mover. Já não bastava o menino estar ali, ainda estava conseguindo locomover a cadeira de rodas por conta própria.

For Him | taekookOnde histórias criam vida. Descubra agora