Seven.

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Era sábado. Dessa vez, Jeongguk não precisou acordar cedo, então dormiu bastante para repor as energias. Só se levantou quando o sol já não estava mais à pino no céu. O relógio marcava 16:00. Ele se sentia revigorado, apesar de levemente preguiçoso. O espelho do banheiro revelou seu rosto amassado, mas ele não se importou nem um pouco. Nada como não ser retirado às pressas do mundo dos sonhos pelo barulho estridente do alarme. Sentia-se renovado.

Depois de tomar um banho para se manter desperto, escovar os dentes, passar um pente por entre os fios embaraçados e colocar uma roupa que não estivesse tão amarrotada, seguiu para cozinha. Não era um gênio da culinária, mas sabia se virar para não passar fome. Pôs-se a preparar uma refeição digna já que não comia desde o dia anterior quando fora à casa de Taehyung.

Pensou no menino e abriu um enorme sorriso. Estava tão contente com um enorme avanço em tão pouco tempo. Quase parecia mentira. Nada como um paciente dedicado e esforçado. Não pôde evitar sentir alívio, também. O mais velho aceitou com tanta tranquilidade o modo que Jeongguk chegou, não recusou nenhum dos tratamentos propostos e não fez um escândalo quando soube da sua função. Totalmente oposto do que ele pensou que seria. Ouviu tanto que o Kim sempre fora resistente a aproximações, principalmente daqueles que vinham tratá-lo. Suspeitava que a facilidade que tivera era devido à ideia mirabolante do outro. Não podia culpá-lo, porém. Se estivesse em seu lugar, também faria o mesmo por seus pais.

Lembrar-se da ideia do encontro fez Jeongguk rodar o apartamento em busca de seu celular. Procurou no quarto, na mochila e no banheiro até recordar-se de tê-lo deixado sobre a mesa da sala. Encontrou o aparelho e havia apenas algumas notificações aleatórias que ele fez questão de ignorar. Teclou o número que já sabia de cor. Aguardou por alguns segundos, ouvindo o bip da chamada, até ser atendido.

— Filho? A que devo a honra de ocupar tempo em sua agenda lotada? — a voz de Yangwon soou debochada.

— Oi para você também, mãe. Está ocupada?

— O que uma senhora aposentada estaria fazendo em um fim de tarde em pleno sábado, Jeongguk? É óbvio que não estou ocupada.

— Podia estar assistindo suas novelas... Como vou saber? — retrucou.

— Eu estou, mas meu querido filho é mais importante.

— Tudo bem, tudo bem. Chega de drama — do outro lado da linha houve um protesto, mas Jeongguk apenas prosseguiu. — Quer vir aqui em casa comer comigo? Há muito tempo que não nos vemos.

— Ok. Seu pai está ocupado de qualquer jeito.

— Isso porque sou primeira opção — ele resmungou.

— Estou indo para seu apartamento. Espero que cozinhe algo bom e não me mate envenenada.

Apesar das provocações, sua mãe parecia contente em receber o convite.

Despediram-se e encerraram a chamada. Jeongguk comemorou. Ele e sua mãe sempre se deram bem. Por certo tempo, ela era a única companhia que ele tinha se precisasse de um amigo. Não lhe perturbava de fato. Apesar de que, às vezes, parecia ser um incômodo para ela. Tinha ideia de como Taehyung se sentia. Era bom passar tempo com seus progenitores, mas eles também precisavam fazer coisas de seu interesse, relacionadas às suas idades. Não necessitavam ficar dependendo sempre de seus filhos. Conhecia sua mãe bem o suficiente para ter quase certeza de que ela ajudaria com o que ele precisava.

O apartamento silencioso fazia Jeongguk se sentir melancólico. Ligou o velho rádio que tinha na cozinha e voltou a preparar os alimentos, embalado pelos ritmos que tocavam ao fundo. Não tinha uma dispensa cheia de produtos, portanto fez o que deu. Refogou um pouco de arroz com legumes e, por fim, adicionou um pouco de carne. Sua mãe nunca reclamou de nenhuma comida feita por si e ele esperava que assim continuasse. Quando achou que já estava bom, desligou o fogo e foi organizar a mesa.

For Him | taekookOnde histórias criam vida. Descubra agora