Twenty-Four.

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Jeongguk não sabia o que fazer. Ele estava andando de um lado para o outro na sala de estar. Se continuasse assim, seu carpete seria completamente destruído em breve. Já haviam chegado em seu apartamento há algumas horas, mas o silêncio só era cortado pelos sons baixinhos de choro. Taehyung só abriu a boca para mastigar um pouco da comida que o mais novo fez para si um tanto depois do horário de almoço.

Quando chegaram, tinha seguido direto para seu quarto e deitado o castanho sobre a sua cama. Deixou que ele se aninhasse no mar de travesseiros e cobertores. Se o Jeon estava se sentindo devastado, mal conseguia imaginar como o mais velho se sentia após ouvir palavras tão duras do próprio pai. Deduziu que ele precisava de um tempo sozinho, portanto lhe concedeu espaço.

Desde então estava surtando. Só conseguia se sentir culpado. Conseguiu estragar o dia do pedido de namoro. Era um verdadeiro idiota. Deveria ter prestado atenção para que esse tipo de coisa não acontecesse. Fora ingênuo o suficiente para se entregar completamente às sensações e estragar tudo. Ainda que fosse o mais novo, era o mais experiente. Agora, tinha feito seu paciente, seu namorado, ser expulso de casa. Definitivamente, não era sob essas circunstâncias que imaginava apresentar seu pequeno apartamento ao outro.

— Francamente, Jeongguk — murmurou para si mesmo.

Não podia deixar Taehyung sofrendo sozinho. Precisava estar ali por ele, demonstrar que estaria ali para apoiá-lo. Não sabia como abordá-lo, mas tinha que tentar.

O céu já estava anoitecendo, o sol despedindo-se. A cena em sua janela parecia ter saído de um filme e o recordava alguns dias antes quando foram assistir ao pôr do sol juntos. Queria aquele Taehyung de volta. O sorriso contagiante, a felicidade transbordando no olhar. Queria seu castanho de volta.

Dirigiu-se à cozinha para fazer chocolate quente, muito bem-vindo nessa época do ano. Dessa forma, teria alguma desculpa para falar com o outro. Já que era o responsável, deveria tentar consertar as coisas. Como isso não era exatamente possível no momento, poderia, pelo menos, amenizá-las.

Com duas xícaras cheias do líquido doce, dirigiu-se ao próprio quarto. Ele nunca pensou que sentiria receio ao entrar no cômodo, assim como um domingo tão agitado também não havia sido cogitado. Infelizmente, não havia nada que ele pudesse fazer para mudar o passado, então precisava se concentrar no presente. Deu duas batidas na porta antes de abri-la com certa dificuldade por estar com as mãos ocupadas.

— Posso entrar?

Queria ter certeza de que não estava invadindo nenhum espaço pessoal. Observou a cena à sua frente. Sua cama de casal estava abarrotada com travesseiros e cobertores. No meio da confusão, o corpo magro estava encolhido. Praticamente, só a cabeça estava de fora do mar de objetos. A parede branca, assim como a roupa de cama, destacava a pele dourada. Parecia uma pintura, cujas cores foram cuidadosamente selecionadas.

— O quarto é seu — a resposta veio embargada pelo choro.

Não era exatamente o que esperava, porém não podia reclamar. Ao menos, ele estava falando. Alguma parte da sua mente havia cogitado a possibilidade de que ele estivesse tão abalado emocionalmente que começasse a regredir no âmbito físico. Era um alívio que esse não fosse o caso.

— Eu fiz chocolate quente — ofereceu com um sorriso fraco. Sabia que retrucar não era a melhor opção no momento. Precisava ser cauteloso.

Os olhos castanhos estavam inchados, provavelmente, pelo choro contínuo nas últimas horas, mas nem por isso menos atentos. Quebrava seu coração ter que presenciar isso. Aproximou-se devagar da cama para que o outro tivesse tempo suficiente para fazê-lo recuar caso quisesse. Comemorou internamente quando isso não aconteceu.

For Him | taekookOnde histórias criam vida. Descubra agora