Capítulo 7 - Ramona

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Estávamos na minha sala Lia e eu, liguei para Roberta para que ela autorizasse que meus pais entrassem em minha sala. Assim que eles entraram, eu estava sentada na minha cadeira e Lia estava de pé ao meu lado.

-Filha, nossa não sabia que você é presidente de uma empresa como essa, pensei que seria sempre uma qualquer, mas me enganei você conseguiu se tornar alguém na vida. – Disse meu pai assim que ele entrou na minha sala. Meu ficou surpreso por ser uma presidente de uma empresa tão importante.

Eu olhei sem nenhuma reação, porque já sabia que o que vinha deles jamais seriam palavras de orgulho ou de estar felizes com o que eu conquistei sozinha sem ajuda deles.

-Sim, consegui com muito esforço e sacrifício, pois bem, me digam o que vocês querem aqui? – Digo sem vontade nenhuma de ter essa conversa.

-Estamos aqui, porque precisamos de dinheiro, estamos com uma situação financeira não muito boa. – Disse minha mãe olhando para meu pai e para mim. Se sentando nas cadeiras que estavam na minha frente.

-Vocês querem que eu sustente vocês e seus filhos, desculpa mais eu não sou obrigada, eu já sai da casa de vocês, eu não sou obrigada a sustentar vocês, seu marido trabalha, você tinha seu emprego, seus amados filhos podem trabalhar, eu não vou sustentar vocês. – Disse sentada relaxada, e vendo que eles pensaram que eu iria sustentar eles de alguma forma.

-Você tem que nos dar um dinheiro, eu perdi meu trabalho, me mandaram embora do hospital, seus irmãos não conseguem trabalho, por mais que Rael já tenha se casado ele não é obrigado a nos sustentar, sua mãe depois do acidente não consegue mais trabalhar, você tem que nos ajudar. – Meu pai disse com um olhar de súplica.

-Eu sustentar vocês?? Desculpa mais não sou obrigada não ok, eu não sou a incompetente, não sou a insolente, não sou a que faz a família passar vergonha, desculpa mais não, eu não vou ajudar e tampouco dar dinheiro a vocês, podem tentar fazer o que quiser contra mim, porém tenho meus advogados, e com eles posso acusar vocês por maus tratos pelos anos que eu tive na casa de vocês, quando eu precisava de roupa, calçados, ou até mesmo livros para estudar, mais lógico nunca se preocuparam, sempre se importaram com seus filhos, eu nunca passei de uma empregada, que tinha que servir, tinha que limpar e arrumar, mais vocês nunca me viram como filha e sim como empregada. Chega, eu não tenho mais 15 anos, já sou uma mulher de 29 anos que é dona de uma empresa que está entre as primeiras colocadas, nunca precisei de vocês para nada, sabe por quê? – Perguntei ao meus pais e eles negaram com a cabeça.

-Porque com 15 anos, quando eu ainda estudava eu comecei a trabalhar meio período, como garçonete, até conseguir minha vaga na melhor faculdade federal sabiam? Claro que não, nunca se importaram comigo, estavam sempre preocupados com os filhos queridos, preocupados com a posição que tem na sociedade, do que comigo que era única menina, mas vocês não se importavam, sabe quando comecei a menstruar mãe? Não, não sabe não é mesmo, se não fosse a mãe da Lia, eu jamais usaria um anticoncepcional ou saberia utilizar um absorvente e me levar para uma ginecologista, já que você nunca se preocupou em me ensinar isso, sempre fui tratada com diferença naquela casa se é que eu posso chamar de casa não é mesmo? Sempre fui hostilizada por vocês e seus filhos, depois que consegui minha vaga na faculdade continuei trabalhando sem parar, e consegui juntar um dinheiro e consegui minha empresa que tenho hoje. Nunca precisei do dinheiro de vocês, nunca precisei de vocês para nada. Hoje sou uma mulher que nunca teve o amor de um pai, o carinho de uma mãe e a atenção dos irmãos. – Disse tudo que estava engasgado na minha garganta fazia tempo.

-Filha não fale assim conosco somos seus pais... – Minha mãe disse mais eu interrompi.

-Senhora, mãe a senhora nunca foi, e nem pai o senhor foi, não é porque me colocaram no mundo que são pais, pais não são aqueles que dão a vida, mais sim que criam que dão amor, que dão carinho, atenção, que dão uma palavra amiga, que tiram um sorriso no rosto. – Eu colocando as mãos na mesa.

Cosa Nostra - Foi Você Saudade e EuOnde histórias criam vida. Descubra agora