Capítulo 86 - Franchesca

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Assim que saímos do escritório de nossa filha, estávamos a caminho do restaurante para encontrar os pais adotivos da Ramona, meu coração estava apertado como se algo me dizia que o que eu iria encontrar eu não iria gostar.

Eu estava um pouco preocupada, porque eu não saberia como seria a minha reação quando ver o casal que adotou minha filha e a fez sofrer por anos.

Eu estava aflita, pois saber que todos esses anos a minha filha foi adotada por um casal que a fez sofrer e não teve um pingo de remorso de fazer a minha menininha sofrer.

Guillermo estava ao meu lado de mãos dadas, e ele estava me dando força e me dando seu apoio que estaria tudo bem tanto comigo, quanto com ele.

Estávamos andando até o elevador, já que o restaurante ficava um pouco distante do prédio onde a Ramona trabalhava.

Durante o percurso até o estacionamento do prédio onde a Ramona trabalha fomos em silêncio, já que ele também estava muito pensativo e preocupado, pois ele como pai durante esse tempo que estamos com a Ramona, ele mostrou que ama nossa filha, que tudo que aconteceu com a gente durante anos foi apenas um aprendizado, nosso sofrimentos, nossa dor, nossos choros fizeram que brigássemos sempre, que nos afastássemos, mas agora sabendo que nossa filha está viva e ao nosso lado parece que foi apenas uma tempestade passageira que estava beirando entre a gente.

Assim que chegamos no estacionamento estávamos em um silêncio que só a gente sabia o que significava, porque não tinha o que falar ou que dizer um para o outro, mas em nenhum momento ele soltou a minha mão.

Antônio já estava nos esperando com a porta de trás aberta do carro, assim que nos aproximamos, Guillermo deu espaço para eu entrar e logo ele entrou ao meu lado.Ele deu a volta e foi ao seu lugar de motorista, deu a partida do carro e saindo do estacionamento, dirigindo pelas ruas até chegar no restaurante.

-Querido você acha que estamos fazendo o correto? – Perguntei olhando para ele.

-Querida, mesmo que não fosse o correto, creio que merecemos respostas e isso que estamos indo atrás de respostas. – Ele me olhou e colocou uma mão no meu rosto fazendo um carinho.-Tudo bem, mas eu sinto que algo vai acontecer nesse almoço. – Eu disse para ele baixando a cabeça e dando um suspiro.

-Meu bem, eu estou aqui e estamos fazendo isso pela nossa filha, para saber o que de verdade aconteceu com ela. – Ele disse colocando a mesma mão de baixo do meu queixo e fazendo eu levantar minha cabeça para olhar para ele, eu apenas concordei.

-Amor você acha que essas pessoas que adotaram nossa filha têm alguma coisa a ver com as pessoas que a sequestraram? – Perguntei a ele.

-Querida não pense nisso, chegando lá vamos ter todas nossas respostas não se preocupe com isso, estaremos juntos tá bem. – Ele falou fazendo novamente um carinho no meu rosto e se aproximou e me deu um selinho casto na minha boca.

Durante o percurso Guillermo me puxou para perto de si e me abraçou e deu beijos na minha cabeça e falando que iria ficar tudo bem.


Guillermo estava com a ideia fixa na cabeça de conhecer as pessoas que adotaram nossa filha, mas algo me dizia que essa história estava muito mal contada.

Pensar que minha filha ficou anos, afastada de mim, cuidada por pessoas que só fizeram mal a ela.
Imaginar que minha filha, sofreu o pão que o diabo amassou, por pessoas que só queria o mal dela.
Não demoramos muito até chegar no restaurante, Antônio parou bem na frente do restaurante, ele saiu do seu lugar e deu a volta no carro vindo abrir a porta para onde o Guillermo estava sentado.
Assim que Guillermo saiu ele me deu a mão e me ajudou a sair do carro.
Passamos pela porta, vimos um jovem na porta.
— Boa tarde, os senhores têm reserva? — Perguntou ele para nós.
— Está no nome de Guillermo Blanco Constantino. — Disse meu marido para o jovem que apenas concordou com a cabeça.
— Por aqui, me acompanhe, por favor — Ele nos levou até uma mesa afastada de todas as outras. Assim que ele nos deixou na nossa mesa ele pediu licença e voltou para o seu posto.
Era uma mesa retangular não muito grande, onde tinha quatro cadeiras, sentamo-nos de costas para a porta e as outras duas cadeiras estavam na nossa frente, havíamos chegado um pouco cedo do horário combinado.
— Os senhores querem pedir algo para beber? — Perguntou um garçom se aproximando da nossa mesa.
— Por enquanto apenas uma água, estamos esperando outro casal, assim que eles chegarem nós fazemos nossos pedidos. — Disse meu marido para ele, que apenas concordou e foi buscar nossas águas.

Cosa Nostra - Foi Você Saudade e EuOnde histórias criam vida. Descubra agora