Falar é fácil. Part 1

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- É uma boa hora pra dizer que sou alérgico a frutos do mar? - Sam pergunta descontraído depois de se sentar ao lado de Bucky em frente a piscina.

- Mentira meu. - Bucky pergunta muito sério com os olhos bem abertos.

- Tudo bem, eu amo vinho e... esse doce de sei lá o quê.

- Ah para, cê tem que almoçar! - Bucky se levanta.

- Ei pra onde você vai? Volta aqui.

- Vou pegar meu celular e ligar pro restaurante mandar outro tipo de comida, fica aí. - Bucky vai em direção a porta.

- Bucky, volta pra cá! - Sam começa a rir. - Eu não quero comer.

- Você vai comer sim porra!- Bucky se vira para Sam e bate o pé no chão, impondo sua vontade. - É dois tempo que eles entregam, fica relaxado. - Bucky entra em casa e corre para pedir.

- Você tá parecendo aquele meme da menina chorando! - Sam grita para Bucky ouvir do interior da casa. - Aquela que parece que quer convencer alguém.

- Você acabou de dizer que eu pareço uma menina? - Bucky aparece novamente.

Sam ri e concorda com a cabeça.

- Volta pra cá. - ele pede com um pequeno sorriso.

Bucky se senta outra vez ao lado de Sam e se inclina para trás colocando o peso de seu corpo nos braços apoiados ao chão.

- 20 minutos eles entregam meu pedido. - Bucky avisa e coloca os olhos de sol nos olhos de novo. - Onde cê tava mesmo? Queria dá uma de evoluído quando disse pra não se explicar.

- Só dá um alô pro Steve, ele sente minha falta. - Sam começa a se sentir desconfortável por mentir tanto sobre si mesmo para Bucky ou os outros, mas ele não pode fazer muita coisa.

- Qualquer um sentiria. - Bucky fala baixinho mas sabe que Sam ouviu. - Foi dizer a ele que estava vivo apesar de tudo? - Bucky de repente muda de expressão.

- Voltou pra sua versão séria? Gostei do Bucky moda verão. - Sam tenta recuperar o humor e dá uma risadinha.

- Quando eu lembro que podia ter perdido a Nat ou você, penso no quanto é complicado tentar proteger e seria mais fácil se nenhum de vocês fossem vinculados a mim ou o negócio do-

- Bucky, é nossa escolha. Você não tem que se responsabilizar ou se sentir culpado por nada.

- Falar é fácil. - Bucky dá um tapinha no braço de Sam.

- Isso aí é um sorriso? - Sam começa a se inclinar para trás se deixar na mesma posição que Bucky.

- Talvez.

- Fica bom em você. - É claro que Sam se referia ao sorriso.

- Você não esquece meu short, não é? Eu sei que fico lindo vestido assim. Mas sabe como eu fico melhor?

- Você vai me meter Bazzi? Tá me zuando? - Sam balança a cabeça e solta uma risada.

- Você já ouviu essa música? - Bucky pergunta eufórico.

- Já, a voz dele combina com a da Camila Cabello.

- Sim, só nessa música que a voz dela fica razoável.

- Tá falando mal da Camilinha pra mim? Mesmo? - Sam faz uma cara de zangado.

- Sai fora, team Lauren maior e melhor, não fode.

- Vamo parar de falar sobre música ou eu vou acabar acertando um sushi na sua cabeça.

- E estragar meu topete? Nem fodendo, faço o que você quiser. Vamos falar sobre o quê? - Bucky volta a posição sentado e apoia os braços no joelho.

Sam pensa duas vezes antes de falar sobre o arsenal. Ele não quer usar esse momento para tirar informações de Bucky, para Sam isso seria injusto e desonesto, até porque eles estão tendo um tipo de tempo legal um com o outro. Mas aí vem a voz da consciência: Sam precisa fazer o certo.

Sam se enrola nos pensamentos e não responde Bucky, que fica apenas olhando diretamente para Sam esperando por uma resposta que nunca vem. Seria constrangedor se Bucky não começasse a sorrir baixinho e tirasse Sam de seus devaneios.

- Você tá bem? Por que tá me olhando assim? - Bucky pergunta ainda sorrindo. - Do que você quer falar?

- Eu não sei. - Sam diz pausadamente um pouco envergonhado, aparentemente hipnotizado pelos olhos de Bucky.

Tudo bem, vou aproveitar pra te falar logo o que eu tenho pra dizer. - Bucky se ajusta novamente no chão.

- Bucky? - Sam o interrompe e parece sério no tom de voz.

- Diz. - ele responde no mesmo tom.

- Eu quero te beijar.

Sam simplesmente despeja a informação em Bucky que se surpreende. Percebe que Sam se aproxima e toca sua mão, põe a sua por cima da dele e não tira os olhos de Bucky. Quando Sam se aproxima o suficiente finalmente, Bucky vira o rosto.

- Tu não se garante? - Sam não hesita nem volta, chega mais perto e fala tão próximo que seus lábios tocam a nuca de Bucky.

Mas ele se levanta rapidamente, põe as mãos na cintura e fica de costas para Sam sem dizer nada.

- Eu achei que você queria. - Sam também se levanta.

- Mas não assim. - Bucky se vira e fica cara a cara com Sam.

- Assim como? Pra que você fez isso tudo? - ele gesticula com os braços buscando mais explicações.

- Eu só queria amenizar o clima por causa coisa que eu vou te falar. - Bucky não olha mais os olhos de Sam.

- O que poderia ser tão sério que precisaria de uma toalha no chão e a porra de um vinho? - Sam pergunta indignado.

De repente a porta do quintal é aberta novamente por outra pessoa. É Scott acompanhado pelos outros da casa.

- Tem um cara lá fora, entregador sei lá. - Scott avisa percebendo o clima pesado.

- Fala de uma vez, Bucky! - Sam coloca Bucky na parede. - Fala o que você quer. Caramba a gente não consegue ter uma conversa normal sem terminar em confusão.

- Você tá fora. - Ele não consegue sequer olhar para Sam e vira até seu corpo para direção da piscina.

- Como é? - Sam pergunta desorientado. - Eu te ofendi? Bucky, se eu-

Sam fala mais calmo e dá alguns passos em direção a Bucky, que o corta.

- Você- Tá- Fora!

Bucky fica mais uma vez de frente para Sam e aponta o dedo para ele. Todos assistem um pouco surpresos, mas não dizem nada.

- Mas o que foi que eu fiz? - Sam nem ao menos se lembra que é policial e que há uma possibilidade deles descobrirem quem ele é de verdade. Só pensa que pode ter feito alguma coisa de errado para chatear Bucky, o que é pior.

The most criminal - sambuckyOnde histórias criam vida. Descubra agora