A essência doce das flores.

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A florista era de fato o que poderíamos chamar de "cristal", "adulto índigo", "aura branca" e diversos nomes por aí. Sakura perdeu a mãe com seis anos de idade, tudo o que tinha era o pai, Kizashi Haruno. Não era um pai ruim até os seus 14 anos de idade. Dava três refeições por dia para a filha, brinquedos em datas especiais e pagava babás para que ela nunca ficasse sozinha.

Mas quando perdeu o amor de sua vida... Mebuki Yamazaki mãe de Sakura. Kizashi morreu por dentro. Fora atingido por uma depressão profunda. Sakura sempre fora uma criança tranquila, calma e observadora. Te lembraria a personagem Matilda caro leitor, era uma criança muito peculiar. A floricultura "Madame Rosê" era de sua mãe, Sakura herdara o talento dela para cuidar de flores e cultivá-las.

Depois que o pai se rendeu a uma depressão terrível, começou a se envolver com pessoas ruins do bairro. A partir dos 14 anos de Sakura, Kizashi mal ficava em casa, sempre aparecia em casa todo sujo e fora de si. Sakura o alimentava e o colocava no banho. Ele chorava, prometia melhorar e na semana seguinte estava com os braços cheios de flebite de novo. E foi assim dos 14 aos 24 anos. Sakura havia se graduado em Enfermagem, trabalhava de manhã e conseguia sustentar a ela e o pai. Fazia e cuidava de curativos das pessoas no seu bairro gratuitamente. Sakura fazia todas as caridades possíveis movidas por compaixão, acreditava que assim a energia boa de seus atos voltariam para o seu pai.

Era uma jovem moça alegre, gentil, de língua afiada e doce... Com fardos muito grandes desde cedo. Desde os 14 cuidava do pai como se ela fosse uma mãe. Quando ninguém via, chorava. Quando o pai não conseguia mais sustentar a casa, abriu a floricultura com 15 anos e fazia uma rendinha, antes disso... Perdera a conta de quantas vezes foi dormir sem uma refeição decente no estômago, muitas vezes nem tinha o que comer. Quando ia buscar o pai nas vielas onde os miseráveis ficavam... Levava lanches aos pobres coitados escravizados pelo vício.

Não caro leitor, Sakura não era apenas luzes, tinha suas trevas. Usava vestidos largos e coloridos porque assim afastava de si os olhares luxuriosos dos homens. Passou a se vestir assim. Uma vez quando buscou seu pai em uma viela com 14 anos, o traficante disse a ela que poderia acabar com a dívida do pai se ela se deitasse com ele. E foi aí que Sakura Haruno percebeu que mesmo garotinhas não ficavam seguras. De fato a atenção era desviada de seu corpo e se recaía em seu rosto belo e delicado ou cabelos longos como cascatas, róseos. Rosados devido a cerasuismo (fictício) condição genética rara que desbotava a cor de cabelos ruivos deixando-os róseos.

Sakura não compreendia porque estava se permitindo ser abraçada por um rapaz que nunca viu, mas ao ser embalada por seus braços tudo o que encontrava era proteção, acolhimento. Seu mundo havia sumido sob seus pés. Seu pai havia se tornado péssimo há algum tempo. Ela se esforçava incansavelmente para ajudá-lo. Perdeu as contas de quantas internações pagou e ele fugiu, de quantas roupas, eletrodomésticos e mantimentos ele roubou dela para sustentar o seu vício... E em todas as vezes ela o buscava, lhe dava banho, aplicava curativos, comprava remédios e o sustentava. Toda vez que Kizashi estava lúcido chorava incansavelmente por culpa, mas era levado de volta as condições inumanas  pelas abstinências.

Naquela noite em que a Tramonto matou o pai de Sakura, mataram porque ele havia feito muito mais dívidas do que tinha contado para ela. Cansado de dar tanto trabalho à filha, comprou o máximo de heroína que pode e se injetou a droga dentro da floricultura. Naquele começo de noite Sakura havia saído pela rua para buscar umas coisas no mercado e fazer a refeição favorita dele.

Quando chegou em casa... Viu as luzes da floricultura acesas. Já era tarde, ele já estava inconsciente pelo uso de drogas. Antes que ela pudesse fazer qualquer coisa como massagem cardíaca ou ligar para uma ambulância, os homens da Tramonto entraram na loja, a seguraram e atiraram no seu pai. O pânico não a permitiu assimilar que Sasuke matara um dos homens que estava com uma arma contra a cabeça dela, prestes a estuprá-la.

Fragile [Terminada]Onde histórias criam vida. Descubra agora