O homem sentado em seu escritório luxuoso tinha um olhar expressivo. Era ódio que os seus olhos brilhosos carregavam. Seu olhar era equivalente ao retratado na obra "Anjo Caído" de Alexander Cabanel, artista do período neoclassicista.
-O que esta me dizendo? -Ele tornou a perguntar.
Sua voz calma demais e grossa causou arrepio no rapaz a sua frente. Apesar da idade, o homem ruivo que parecia ser muito jovem tinha por volta de seus 32 anos. De rosto belo, não poderíamos dizer o mesmo de seu coração... Pulsava tão longe do amor que o aproximava de um tirano. A mesa de mármore branco bem extensa parecia não manter uma distância segura do ruivo e o rapaz loiro que o encarava de frente com um leve tremor. Deidara era um dos seus melhores capangas, o jovem nunca ousou contrariar o Akasuna, pois sabia dos fins trágicos que levavam os que lhe desapontavam. Fins mais trágicos que a morte. O rapaz perdeu a cor.
—A garota é carta branca agora. Informações confiáveis relataram que o Uchiha caçula... -Deidara engoliu em seco. Seu corpo tremia.
—Ele se casou com a menina justamente para lhe tornar carta branca. Estão em lua de mel. -Disse Deidara por fim. Sasori com o seu terno de marca perfeitamente alinhado se levantou sem tirar os olhos cor de avelã do homem a sua frente. Sasori tinha uma expressão enojada.
—Cortês demais para um mafioso não acha? -Sua voz saiu tranquila causando arrepios em Deidara. A chuva caia desastrosa na noite lá fora. Sasori ajeitou a gravata em tom vinho em seu próprio pescoço. Cada movimento seu fazia Deidara engolir em seco e tremer... Sasori chegava a se assemelhar a um psicopata quando queria, quando achava que alguém merecia sua punição.
—Não... Ele gosta da garota. Não é para tanto, ela é... -Sasori abriu um sorriso como se ele se deleitasse com a lembrança de Sakura.
—Ela é carne de primeira. A queria como escrava particular por mero capricho... Aliás unindo o útil ao agradável. -Seu belo sorriso se intensificou, mesmo que fosse belo, não era menos sinistro para o loiro que o conhecia bem.
—Ela pagaria muito bem as dívidas do pai nas minhas mãos. Sabe como eu fico quando frustram os meus planos não é? -Disse Sasori manipulando em mãos uma pedra cristalizada. Era sua obra prima. Um dos venenos mais letais do mundo, vendido por milhões no mercado negro. Luvas de couro protegiam suas mãos, ele logo guardou a pedra em um local apropriado. A genialidade dele para venenos foi uma das salvações para a Tramonto.
—A Valenza já dominou o mercado de toda a Europa, metade do mercado asiático, e agora grande parte do mercado americano. Nos tirou fortemente de circulação. -Ele sorriu com escárnio se aproximando cada vez mais de Deidara.
—Sakura e seu pai eram nossos devedores! Nossa responsabilidade e Sasuke interferiu! Esse filho da puta foi um dos maiores responsáveis pelo crescimento da Valenza! Digamos que ele feriu os códigos de ética das máfias primeiro! -Disse Sasori mais sombriamente. Agora ele estava cara a cara com Deidara. O loiro perdera a cor como se fizessem anos que ele não comesse e sua pressão arterial houvesse caído subitamente.
—A garota vai vir para a minha mão! Não se preocupe... E se Sasuke a quiser de volta vai ter que abrir mão de metade dos seus compradores de narcóticos! Além de passar uma bolada como valor de resgate para os cofres da Tramonto. -Dizia Sasori com um brilho ambicioso. Deidara balançou a cabeça negativamente quase que de forma involuntária.
—Ficou louco? O que o mestre Mu pensará? Além disso e os códigos de máfia? Mu vai matar você! A Valenza tem um poder bélico que alguns se matariam para ter! -Disse Deidara com certo desespero. Sasori sorriu acariciando o rosto pálido.
—Deidara... Já não provei muitas vezes a minha capacidade? A Tramonto saiu da lama assim que eu cheguei aqui! -Disse o ruivo cada vez mais próximo de Deidara.
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Fragile [Terminada]
RomanceCondenado. Era este o julgamento que o homem no carro preto possuía sobre si mesmo. O jovem Sasuke advinha de uma família amaldiçoada pelo narcotráfico, a máfia Valenza era exclusiva de toda a família Uchiha. Sasuke entendera que estava condenado a...