Nada a perder.

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-O-o que?

Os olhos verdes encaravam seus ônixes tão profundamente e arrasados que foram capazes de fazer um nó na garganta do magnata. Nem mesmo homens covardemente torturados conseguiam desestabilizar suas fortalezas como ela. Sakura encarou a pia impecável e limpa e logo secou as mãos no avental de algodão que usava a frente de seu corpo.

-É que eu já coloquei o macarrão no fogo. -Disse ela tristemente desconexa. Só agora Sasuke compreendeu que ela havia colocado espaguete em uma panela. Ele sorriu de forma acolhedora e balançou a cabeça negativamente. Logo caminhou até alguns armários e colocou um avental de algodão preto. Ele dobrou as mangas da camisa social até os cotovelos e retirou a gravata colocando-a perfeitamente dobrada em uma mesa. Sakura o encarava atentamente. Ele checou a massa na panela, ficou orgulhoso dela não ter quebrado a massa crua.

-Não quebrou a massa. Fico feliz que não tenha insultado a culinária italiana Fiore. -Disse ele gentilmente fazendo Sakura sorrir levemente.  Assim que lavou as mãos, o rapaz foi até uma dispensa que mais parecia um closet com ingredientes e selecionou algumas ervas devidamente armazenadas. No mesmo local, havia um freezer em que os legumes, frutas e verduras eram armazenados devidamente. Ele pegou os tomates mais maduros que encontrou e logo caminhou até a bancada em que Sakura estava em pé o observando. Sasuke colocou os tomates para ferver e picou minuciosamente uma cebola e reservou em um recipiente de porcelana branca. Reservou algumas folhas de manjericão. E logo se virou para Sakura que o encarava atentamente. Ele sorriu e lavou as mãos mais uma vez.

-Podemos jantar no jardim o que acha? Há quanto tempo você não vê as estrelas? -Disse ela gentilmente. Sasuke balançou a cabeça positivamente.

-Por que não? Podemos sim Sakura. -Ele disse gentilmente, sentia-se tão bem perto dela. Sentia-se um ser humano melhor perto de toda doçura que ela possuía. Ela não havia dito nada de forma fofa, havia saído mais como uma ideia de imediato, comum de pessoas espontâneas. Mesmo isso, o cativava.

-Por que não sobe e toma um banho? Eu preparo o molho do spaghetti. -Disse ele gentilmente, Sakura entrelaçou os dedos corando levemente.

-Eu é quem devia preparar. Trabalhou o dia todo. Deve estar cansado. -Disse ela preocupada em não ser um estorvo e ser prestativa.

-Sentado em uma cadeira. Minha exaustão é mais mental. Cozinhar é até terapêutico. -Disse ele de forma serena. Ele retirou um cigarro do bolso e ia acende-lo mas as mãos dela seguraram a sua com carinho.

-Quantos maços por dia? -Perguntou ela seriamente.

-Não ficará contente em saber. -Disse ele por fim sem deixar de encara-la. Sakura em contato com a pele fria e o olhar enigmático, notou que muitas vezes era como se Sasuke lhe encarasse com sede de algo. Não era algo sexualmente apelativo. Foi a vez dele franzir o cenho com o contato penetrante dos olhos verdes e do seu perfume suave. Sakura voltou a guardar o cigarro no maço e então o devolveu a Sasuke.

-Reduza. -Disse ela convicta. Aos poucos ela retornava à si, percebendo que acabara de regular cigarros de um magnata mafioso. Ela engoliu em seco e ele notou a variação drástica de humor para algo como medo.

-P-por favor. -Disse a voz dela de forma carinhosamente protetora. Seus olhos verdes agora transmitiam súplica. Sasuke sorriu.

-Si, signorina! (Sim, senhorita).  -Ele respondeu respeitosamente. Sakura engoliu em seco. Seus dedinhos se retorciam em um gesto nervoso e sem graça. Ela sorriu "amarelo".

-Então eu vou tomar um banho e... Deixar que tenha o seu momento de paz. -Disse ela gentilmente logo lhe dando as costas. Sasuke a encarava partir, temia que ela se sentisse envergonhada.

Fragile [Terminada]Onde histórias criam vida. Descubra agora