Há duas semanas ela decidiu que mesmo na situação que se encontrava, dependendo da bondade de um amigo mafioso, colocaria os pés no chão. Pessoas se apaixonavam mais rapidamente em situações de vida ou morte, em situações críticas da vida. Por isso Rose Dewitt Bukater se apaixonou por Jack Dawson em três dias antes do Titanic afundar. Ela parou o que fazia respirando fundo.
Ultimamente sua rotina era evitar o herdeiro da Valenza. Ele havia dito que era melhor que ela não tentasse ser algo a mais, não que ela quisesse isso, mas interagir com ele provocava um turbilhão de pensamentos difíceis demais de lidar. Ele a havia salvado, a acolhido. Como ela poderia não se encantar com ele? Sasuke era a coisa mais próxima de uma família, melhor amigo que tinha agora. Sua família era bondosa dentro do possível, ele era sempre tão cortes. Noite sim e não... Ela tentava lidar melhor com o luto, porém, quase toda noite... Desabava em lágrimas.
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Do outro lado da cidade o jovem mafioso havia acabado de sair do trabalho. Para variar, irritado demais. A coisa que ele mais odiava era se reunir com certos investidores irritantes e falsos, tinha sucesso e brilhantismo em demasia para seguir sua vida sem precisar deles, mas no mundo dos negócios... Precisava de aliados. Havia outra coisa o irritando mais do que isso... Não ver sua Sakura. Mesmo que ela estivesse sob o mesmo teto que ele. Ficou procurando em sua cabeça se havia feito alguma coisa errada. Não quis Watari dirigindo aquele dia. Simplesmente conduziu seu carro até sua casa.
Uma chuva forte lavava a cidade, o cheiro de terra molhada invadia suas narinas. Havia uma leve neblina por ali. A cidade era cheia de árvores o que lhe dava um ar interiorano. Andou por algumas boas quadras até chegar no bairro de habitações caras. Seu carro automatizado reproduzia mensagens em áudio deixadas pelo seu fiel subordinado, Shikamaru.
"Ainda estão sedentos por ela senhor, querem negociar o pescoço dela com a Valenza. Sabemos bem o que máfias como a Tramonto querem com meninas bonitas. Sakura tem uma condição genética rara que a deixa com os cabelos rosados... Isso é uma beleza rara." Sasuke estacionou o carro, na frente de casa. Aquilo o abalou, suas mãos fortes apertavam o volante. Imaginar sua doce Sakura nas mãos de outros que queriam droga-la e abusar dela era algo que o machucava profundamente. Deu um leve soco no volante, nem que tivesse que aniquilar todos aqueles execráveis, eles não teriam aquela garota, não violariam sua bondade, sua alegria contagiante mesmo em um luto tão sofrido.
Saiu do carro encontrando o velho é fiel Watari.-Buona Notte Watari. -Disse gentilmente o Uchiha mais novo. O velho senhor sorriu e recolheu as chaves de seu jovem senhor, para guardar seu carro. Sasuke sorriu. Em piloto automático ele subiu as escadas, iria para o seu quarto mas todo aquele silêncio dela estava o matando. Ela ficava tão quieta que pedia quase toda hora do dia que sua governanta checasse se a jovem não havia fugido de casa. Tinha que apressar o casamento! Era isto o que faria! Estava passando da hora. Assim não teria mais que surtar de ódio com o risco que ela corria em relação à Tramonto.
Quando a chamava para jantar, ela já havia jantado. Quando a chamava para tomar um vinho, já estava dormindo... Estava evitando ele? Tudo parecia borbulhar na cabeça do garoto agora. Sasuke se aproximou da porta do quarto que agora era dela. Bateu duas vezes mas não obteve resposta. Aproximou o ouvido da porta, escutou uma música tranquila tocar, algo como músicas para meditação tocava. Ele bateu novamente mas não obteve resposta. Ele levou os dedos a maçaneta fria e a girou abrindo a porta do quarto o suficiente para que pudesse ver lá dentro. Um cheiro bom de incenso pairava no ar mas sobretudo o cheiro de lavanda dela.
Os cabelos róseos estavam levemente úmidos, ela usava uma calça de moletom cinza e uma blusa branca, estava levemente... Mais magra e isso o preocupou. Pessoas que perdiam peso rapidamente assim era indicativo de saúde debilitada... Mesmo que fosse a saúde mental. Ela estava sentada no chão sobre um tapete felpudo branco. Suas costas estavam escoradas na cama. Havia um notebook em seu colo mas Sasuke abriu um sorriso divertido quando notou seu rosto cheio que creme azul claro. Ela sequer o notou parado na porta. Só agora ele notou que ela tomava um pouco de alguma coisa. Vinho talvez?
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Fragile [Terminada]
RomanceCondenado. Era este o julgamento que o homem no carro preto possuía sobre si mesmo. O jovem Sasuke advinha de uma família amaldiçoada pelo narcotráfico, a máfia Valenza era exclusiva de toda a família Uchiha. Sasuke entendera que estava condenado a...